UM CASE DE TRANSPORTE: EUROPEUS NA CONTRAMÃO

O Grupo P. (de Peter) Adams tem bases estratégicas na Alemanha (Dresden), Bélgica e Luxemburgo, e uma frota impressionante de 107 linhas de eixo e vários acessórios. Nada mal para uma empresa que, até 1990, se limitava a transportar as máquinas de sua divisão de construção. E que é hoje uma referência em transportes especiais na Europa, o que não a impede de encarar de vez em quando uma saia justa, que põe à prova o seu poder de fogo.

Em fevereiro deste ano, a P. Adams tinha pela frente uma operação espinhosa. Uma empresa automotiva coreana, que está se instalando em Niederaichbach, na Baviera (Alemanha), estava com o cronograma com atraso de um mês, por conta de uma prensa de 700 t, que ainda teria que ser desembarcada no Porto de Straubing, também na Baviera, mas a 60 km dali. A prensa não viria inteira, naturalmente, mas seus principais componentes pesavam 240 t (a “cabeça” da máquina), 150 e 160 t.

Robert Müller (sempre tem um Müller em uma história alemã…), que é o gerente de projetos e transportes da P. Adams, respondendo, entre outras coisas pela definição da rota, hoje comemora, dizendo que “gosta de trabalhar com pressão de prazos”. Mas não foi fácil. A P. Adams dividiu a carga em 12 viagens e se comprometeu a entregá-la aos coreanos em quatro dias. Até aí, tudo bem. O que são 60 quilômetros em uma Autoban alemã? E é claro que havia uma ali, interligando essas duas cidades. O problema é que havia também uma ponte, em Straubing, e, mesmo pelos padrões alemães de engenharia rodoviária, seria uma temeridade atravessá-la nas três viagens previstas para as peças maiores. Para se ter uma ideia, a peça maior, de 240 t, que seria tracionada por um cavalo mecânico MB SLT 4165 e acomodada em uma composição Goldhofer THP/ST com 24 linhas de eixo (um dos diferenciais da frota da P. Adams) gerou um conjunto com PBTC de 370 t e 60 m de comprimento.

Foi aí que a equipe de Müller colocou em prática o plano que, por certo, valeu umas boas cervejas, ao final do expediente, já em Niederaichbach. A solução foi direcionar essas três composições mais pesadas para a estrada de saída da Autoban. Com apoio de escolta policial, as composições, uma de cada vez, foram movimentadas na contramão da Autoban A 92 até um ponto onde a barreira central pôde ser aberta para que elas fossem posicionadas na pista correta. O desvio de Straubing foi também superado desse modo. “Nós nos dirigimos à esquerda para o desvio, tomamos a primeira saída e paramos. Então, mudamos o cavalo da parte dianteira para a traseira e a viagem continuou em outra direção”, explica Müller.

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