OPERAÇÕES EM FUNÇÃO DO TIPO DE EMBARCAÇÃO (PARTE 3)

OPERAÇÕES EM FUNÇÃO DO TIPO DE EMBARCAÇÃO (PARTE 3)

Por Leonardo Roncetti (*)

Cábreas são guindastes flutuantes compostos de lança em forma de “A” (A-frame) disposta na proa da embarcação quando em operação, cuja principal característica é não possuir sistema de giro. Em inglês são conhecidas como sheerleg, termo que traz a ideia de “simplesmente pernas”, quando na sua origem, constituíam-se de uma balsa e duas ou três vigas das quais saia uma polia para o içamento das cargas.

No Brasil, o termo “cábrea” também é popularmente empregado para guindastes flutuantes cuja lança não é A-frames e possui sistema de giro. Nesse artigo, trata-se apenas do tipo sheerleg.

A capacidade de içamento vai de poucas toneladas até 10 mil toneladas, sendo a maior do Brasil com capacidade de 3.600 toneladas, em operação no Estaleiro Jurong Aracruz.

As cábreas de maior porte geralmente são autopropelidas e algumas possuem convés com área para transportar a carga a ser içada.

Como vantagens tem-se a variedade de uso, baixo calado em relação à capacidade, navegar com a carga içada, pouca perda de raio de operação devido ao posicionamento da lança na proa, diversas configurações de içamento utilizando jib e moitões independentes, entre outras.

Como desvantagens tem-se velocidade lenta de navegação, necessidade de desmobilização parcial de componentes para navegação de longas distâncias, não executar o giro da lança, sendo necessário o giro de toda a embarcação.

São guindastes muito versáteis, podendo atuar em vários tipos de içamento em rios, águas abrigadas (inshore), mar aberto (offshore) realizando, por exemplo:

  • Apoio portuário: movimentação de carga entre cais e embarcações;
  • Construção naval: montagem de módulos de grande porte sobre o casco;
  • Construção em geral: montagem de pontes, portos e estruturas offshore;
  • Salvatagem: resgate de embarcações naufragadas;
  • Descomissionamento: remoção de estruturas offshore e equipamentos submarinos
  • Parques eólicos offshore: execução de fundações, montagem de jaquetas, torres e aerogeradores.

Com o crescimento das concessões portuárias e aumento de obras marítimas no Brasil, a tendência é de crescimento do uso de cábreas, sendo mais uma ótima opção para o engenheiro de içamento especificar em seus projetos e obras.

leonardo roncetti(*) Leonardo Roncetti, engenheiro, é doutorando em içamento offshore pela COPPE-UFRJ, mestre em estruturas offshore pela COPPE-UFRJ, e diretor da TechCon Engenharia e Consultoria.Contatos:leonardo@techcon.eng.br

Leia mais artigos sobre içamentos portuários e offshore

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

error: Conteúdo com direito autoral
×