LINGAS ESPECIAIS PARA IÇAMENTO OFFSHORE (PARTE 3)

LINGAS ESPECIAIS PARA IÇAMENTO OFFSHORE (PARTE 3)

Por Leonardo Roncetti (*)

Nos artigos anteriores, foram apresentadas lingas de içamento fabricadas com fibras de alto módulo (por exemplo HMPE) e as lingas fabricadas com várias camadas de cabos de aço, chamadas cablelaidslings, geralmente utilizadas em içamentos com cargas de grande peso.

Mas há também a  linga do tipo grommet, ou laço sem fim, tem como geometria final um anel, que pode ser fabricado com cabo de aço, cinta têxtil ou fibra de alto módulo.

O grommet de cabo de aço já era de pleno uso nos içamentos no exterior, principalmente Europa, e foi especificado pela primeira vez no Brasil pela NBR 13541-1 em 2011. Até então, a versão anterior dessa norma (1995) considerava somente lingas formadas por pernas de uma parte com olhais nas extremidades.

Sua geometria em anel é obtida a partir de um único cabo, de forma que as duas extremidades se sobreponham no comprimento necessário para o trançado, realizando-o por ambas extremidades sobre o corpo principal. Esse trançado é realizado conforme a NBR ISO 8794. Obviamente, essa geometria vai gerar um encontro de topo sem emenda da alma do cabo, portanto, a resistência da alma é sempre desprezada no cálculo, mesmo que seja de aço.

Após a montagem do grommet, deve-se pintar a região do trançado e a região de encontro da alma, para de evitar dobramentos nesses pontos.

O dimensionamento é feito pela NBR 13541-1 e a sua inspeção e utilização são especificados pela NBR 13541-2. No projeto, especial atenção deve ser dada ao cálculo da redução de resistência da linga devido ao dobramento na região de apoio, que pode ser uma manilha, gancho ou munhão. Quanto menor for o diâmetro do dobramento, maior é a perda da capacidade. O cálculo da perda pode ser realizado conforme a ISO 19901-6.

A principal vantagem do grommet em relação às lingas convencionais com olhais é poder ter comprimento menor, que pode ser útil quando há limitações geométricas. Por exemplo, um grommet de 51 milímetros de diâmetro pode ter comprimento menor que um metro, enquanto uma linga convencional com 2 olhais deve ter comprimento mínimo de 3,2 metros.

Uma combinação muito vantajosa é utilizar grommets fabricados com a técnica de cable-laid (ver artigo anterior), conduzindo à lingas de capacidades de carga elevadíssimas aliadas à alta flexibilidade. Por exemplo, pode-se construir um grommet com diâmetro equivalente de 342 milímetros e carga de ruptura superior a 8 mil toneladas. O cálculo desse tipo de grommet não é contemplado em normas brasileiras, mas pode ser feito pela norma EN 13414-3.

 

leonardo roncetti(*) Leonardo Roncetti, engenheiro, é doutorando em içamento offshore pela COPPE-UFRJ, mestre em estruturas offshore pela COPPE-UFRJ, e diretor da TechCon Engenharia e Consultoria.Contatos: leonardo@techcon.eng.br

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1 comentário em“LINGAS ESPECIAIS PARA IÇAMENTO OFFSHORE (PARTE 3)

  1. Olá!

    Gostaria de uma cotação dos cabos descrito a baixo.

    “DN 32,0mm; Cabo de aço conforme ISO 10.425; pernas compactadas; construção 8×26 Warrington seale, torção lang a esquerda; 1960 ou EEIPS; carga min.ruptura: 844kN; Alma de aço de cabo independente (AACI) revestimento interno com polímero;
    galvanizado tipo B; sem certificação por sociedade classificadora. Terminal soquete chumbado aberto.”
    “DN 32,0mm; Cabo de aço conforme ISO 10.425; pernas compactadas;
    construção 35×7, torção lang a direita;
    1960 ou EIPS; carga min.ruptura: 944kN;
    Alma de aço de cabo independente (AACI) revestimento interno com polímero;
    galvanizado tipo B; sem certificação por sociedade classificadora. Terminal soquete cunha.”
    “DN 30,0mm; Cabo de aço conforme ISO 10.425; pernas compactadas;
    construção 8×26 Warrington seale, torção lang a direita;
    1960 ou EEIPS; carga min.ruptura: 846kN;
    Alma de aço de cabo independente (AACI) revestimento interno com polímero;
    galvanizado tipo B; sem certificação por sociedade classificadora. Terminal soquete cunha.”
    “DN 30,0mm; Cabo de aço conforme ISO 10.425; pernas compactadas;
    construção 35×7, torção regular esquerda;
    1960 ou EIPS; carga min.ruptura: 856kN;
    Alma de aço de cabo independente (AACI) revestimento interno com polímero;
    galvanizado tipo B; sem certificação por sociedade classificadora. Terminal soquete cunha.”
    “DN 35,0mm; Cabo de aço conforme ISO 10.425; pernas compactadas;
    construção 35×7, torção regular a esquerda;
    1960 ou EIPS; carga min.ruptura: 856kN;
    Alma de aço de cabo independente (AACI) revestimento interno com polímero;
    galvanizado tipo B; sem certificação por sociedade classificadora. Terminal soquete cunha.”
    “DN 42,0mm; Cabo de aço conforme ISO 10.425; pernas compactadas;
    construção 8×26 Warrington seale, torção lang a direita; 2160 ou EEIPS; carga min.ruptura: 1640kN; Alma de aço de cabo independente (AACI) revestimento interno com polímero;
    galvanizado tipo B; sem certificação por sociedade classificadora. Terminal soquete chumbado aberto.”
    DN 30,0mm; Cabo de aço conforme ISO 10.425; pernas compactadas; construção 35×7, torção lang a direita; 1960 ou EIPS; carga min.ruptura: 814kN; Alma de aço de cabo independente (AACI) revestimento interno com polímero; galvanizado tipo B; sem certificação por sociedade classificadora. Terminal soquete chumbado aberto

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