A MAMMOET NO BRASIL

A MAMMOET NO BRASIL

No dia 8 de janeiro deste ano, Paul van Gelder, CEO da Mammoet, anunciou a conclusão do processo de aquisição da ALE. E anunciou os próximos passos para integração das duas companhias. Formando um conglomerado com mais de 140 escritórios e subsidiárias para atendimento em nível global. Mammoet e ALE, que já eram grandes individualmente, passariam a ser, a partir daquele momento, incontestavelmente o maior grupo mundial de engenharia focado em içamentos pesados e transportes especiais.

Paul van Gelder deixou claro também que, apesar do gigantismo e complexidade alcançados, a nova Mammoet não poderia perder de vista seus padrões operacionais, e de segurança, em particular. E mais ainda: que era preciso manter o compromisso de “entender o negócio de seus clientes, independente do seu porte, segmento de mercado ou localização, melhor do que eles próprios”. Van Gelder resumiu em três palavras o atendimento que almejava daí por diante: “smarter, safer e stronger”.

Estrutura operacional global

O “mundo” Mammoet, a exemplo do planeta, também foi dividido em cinco divisões operacionais: Ásia e Pacífico (APAC), Europa e Rússia (EU/R), América Latina (LATAM), Oriente Médio e África (MEA) e América do Norte (NA). No caso do Brasil, que naturalmente estará na órbita da Divisão LATAM, é importante destacar que tanto a Mammoet quanto a ALE já tem um histórico de realizações no país (leia abaixo Histórico da Mammoet e ALE no Brasil)

O importante é saber o que os contratantes de serviço, e o mercado nacional em geral, ganha com essa fusão das duas companhias.

Essa foi a pergunta básica que fizemos a Akira Koga, diretor geral da Mammoet Brasil Guindastes. Confira abaixo:

Akira Koga

Crane Brasil: Qual a estrutura operacional de ambas as empresas no Brasil hoje?

Akira Koga: Temos toda uma estrutura no Brasil, que dá apoio a operações em toda a América Latina. Há cerca de 50 profissionais e diversos equipamentos que atuam tanto no Brasil como em outros países.

Crane Brasil: O que significa para o mercado brasileiro a aquisição da ALE pela Mammoet?

Akira Koga: Estamos ansiosos para mostrar ao mercado o valor que essa aquisição agregará aos nossos serviços. O Brasil é um mercado estratégico para a Mammoet e acreditamos que a fusão das duas empresas nos levará a uma nova Mammoet literalmente mais inteligente, mais segura e mais forte.

know-how de operações em nível global

Crane Brasil: A Mammoet obviamente agrega valor, pois incorpora ainda mais know-how em operações de içamento em nível global. O que poderá ser compartilhado com o contratante de serviços no Brasil. Mas ganha também estrutura física. Incluindo pessoal qualificado, equipamentos, instalações e escritórios para suporte e atendimento aos clientes?

Akira Koga: Certamente, nossa frota combinada de recursos é, sem dúvidas, a maior do mundo. O reforço em nossa experiência e cobertura global nos permite oferecer o apoio ideal, no momento certo e em qualquer lugar. Menores tempos de mobilização e custos mais competitivos para os nossos clientes. Isso aprimora nossa capacidade de operar de forma mais segura, eficiente e econômica possível.

Crane Brasil: Ambas tem capacitação técnica inegável. Mas há algumas particularidades, algumas áreas em que uma ou outra é mais especializada que a outra? Nesse sentido, a fusão das operações poderia gerar uma sinergia maior para os clientes, com contratos de serviços mais abrangentes sob responsabilidade de uma única empresa?

Akira Koga: As duas empresas sempre competiram em todos os serviços, porém a Mammoet sempre foi muito focada em guindastes e projetos de grande escala, tendo há vários anos a maior frota do mundo, inclusive com vários guindastes projetados internamente. Já a ALE tinha um portfólio maior em transportes pesados e movimentações com equipamentos especiais (strand jacks, sistemas de macaqueamento e deslizamento).

Disponibilidade de equipamentos no Brasil

Crane Brasil: Sobre o trabalho de engenharia, planos de rigging, dimensionamento de equipamentos, gerenciamento de obras e de operações de içamento e transporte não há dúvida em relação ao trabalho de ambas as empresas. Afinal, o portfólio mundial de projetos – em vários segmentos de mercado – é um referencial que sempre estará à disposição das equipes que atuam no Brasil. Mas qual será a disponibilidade de equipamentos no Brasil?

Akira Koga: Mantemos uma frota local de equipamentos atendendo aos principais projetos que vimos executando. Atualmente temos guindastes, linhas de eixo, pórtico de strand jacks e equipamentos hidráulicos. Nossa visão é internacional e temos a opção de alocar nossos recursos em vários países. Não faz sentido manter recursos ociosos, caso tenhamos oportunidades em outros mercados. O que também ocorre é que às vezes todo o planejamento contratual muda repentinamente e não há tempo para escalonar o projeto apenas com recursos próprios. Há um exemplo recente onde, devido às adversidades do projeto, partimos de 36 linhas de eixo para 120 linhas em algumas semanas.

Maior oferta de equipamentos diferenciados

Crane Brasil: Mammoet e ALE desenvolvem equipamentos próprios (incluindo os de maior capacidade de içamento). A fusão das operações pode contribuir para uma maior oferta de equipamentos diferenciados no país?

Akira Koga: Certamente, sendo este um de nossos diferenciais. Somos a única empresa global de movimentação pesada a ter um expressivo Departamento de P&D completamente independente de nossas atividades operacionais. Isso permite que nossa equipe de P&D se concentre no desenvolvimento a longo prazo, para quebra de barreiras de mercado e em novos equipamentos. É o que fazemos melhor do que ninguém, nosso histórico prova isso. Isso nos permite oferecer inovação moldada às necessidades do mercado.

Crane Brasil: Ainda há restrição para importação (mesmo que temporária) de equipamentos de içamento?

Akira Koga: As regras de importação são as mesmas há anos.

Crane Brasil: O processo de fusão das operações entre as duas empresas já foi concluído no Brasil?

Akira Koga: Independente de qualquer pendência, nossas operações seguem normais. Estamos muito bem alinhados e finalizando alguns detalhes mais burocráticos, como sistemas de ERP, entidades legais etc. Nosso objetivo é seguir atuando com força total sem qualquer prejuízo dos serviços aos nossos clientes.

Crane Brasil: O país, pelas dimensões e potencialidades de seu mercado, irá coordenar as ações da nova Mammoet na América Latina?

Akira Koga: Dada a volatividade dos mercados da América Latina, não há regra de centralização das operações da Mammoet. Pelo contrário, atuamos de forma flexível e nos adaptamos a cada situação de mercado. Atualmente temos muitas atividades no Chile e Argentina, o que pode mudar completamente daqui a um ano.

Melhores práticas de mercado

Crane Brasil: Junto com a ALE, a Mammoet poderá contribuir para que se estabeleçam no mercado nacional de içamento e transporte de cargas projeto novos patamares operacionais, de segurança, qualidade de projetos, compliance, sustentabilidade ambiental, tecnologias, etc?

Akira Koga: Desde sempre, a Mammoet sempre focou em implementar as melhores práticas de mercado em todos os aspectos que você menciona. Por outro lado, o mercado também deve evoluir e realmente valorizar estes pontos, não apenas o preço. Agora que temos talentos da Mammoet e ALE em uma única organização (engenheiros, operadores, supervisores e especialistas), certamente teremos mais condições de seguir liderando o desenvolvimento do mercado global.

Histórico da Mammoet e ALE no Brasil

A Mammoet, embora já atuasse antes, passou a investir em instalações locais na América Latina, a partir de 1998. O grupo, que já tinha operações no Chile, Colômbia e Venezuela – também abriu, em 2002, escritórios na Bolívia e São Paulo.

São Paulo, no entanto, seria a sede das operações na região. No estado, a Mammoet mantinha uma parceria com a transportadora Irga e, portanto, contava com uma infraestrutura de oficina e equipamentos. Durante muitos anos, a joint-venture MIB (Mammoet Irga do Brasil) atuou em vários projetos.

A Mammoet participava de operações mais complexas de içamento, envolvendo guindastes treliçados com capacidades acima de 600 t e transportes especiais com SPTM’s. Enquanto a Irga se concentrava mais em seu “core” tradicional, o transporte pesado e de cargas projeto. Embora individualmente, também realizasse içamentos, com equipamentos com capacidade entre 120 t e 500 t.

Em 2009, a subsidiária brasileira passou a se chamar Mammoet Brasil Guindastes Ltda.  A parceria com a Irga foi finalizada em 2014 e, a partir daí, a Mammoet partiu para um voo solo, respondendo ela própria pela totalidade dos contratos.

Top Crane 2013 em inovação tecnológica

Em 2013, a Mammoet Brasil Guindastes ganhou o Top Crane, na categoria Inovação Tecnológica. O fator decisivo foi emprego de um sistema de strand jacks, de macaqueamento, ainda pouco conhecido no Brasil, especialmente planejado e montado para atender a um projeto de grande complexidade e risco. O planejamento apurado e o desenvolvimento técnico do projeto, resultando na redução dos equipamentos de apoio empregados e, em conseqüência, na otimização de custos e prazos para a contratante, foram outros diferenciais considerados, pela comissão julgadora.

Considerada a maior operação de içamento já realizada até então na indústria offshore, a operação viabilizou a elevação de um deckbox para acoplamento ao casco da plataforma P55 da Petrobras, no Estaleiro Rio Grande, localizado na cidade de mesmo nome, no Rio Grande do Sul. O volume total da carga movimentada foi de 17 mil t.

Em 2016, a Mammoet respondeu pela integração da FPSO P-76, na Techint, com o seu PTC200 DS, um ring crane com capacidade para 5.000 t. Em 2019, estiveram a cargo da empresa todas as movimentações de transporte e içamento da UTE Novo Tempo, em Porto do Açu, no Rio de Janeiro. Também participou das obras da UTE Porto de Sergipe, maior termelétrica a gás natural da América Latina.

Operações da ALE no Brasil

A ALE Heavylift Brasil Movimentações, com escritório no Rio de Janeiro, do mesmo modo, realizou nos últimos anos importantes operações no Brasil. Em 2014, por exemplo, fez a integração do módulo de acomodação da P-74 no Inhaúma (RJ). Em 2015, o transporte do pórtico Goliath Crane do Estaleiro Jurong, no Espírito Santo.

Já em 2016, foi a responsável pela integração dos módulos da FPSO P-74 na EBR Estaleiros do Brasil, com o guindaste SK350, com capacidade para 5.000 t. E, mais recentemente, atendeu a Usina Termelétrica de Candiota (RS), fazendo a instalação de anéis internos da chaminé, com uso de strand jacks e pórtico modular com sistema de guincho.

 

5 comentários em “A MAMMOET NO BRASIL

  1. Meu sonho e um dia poder fazer parte dessa grande empresa mammuet no Brasil e no exterior.
    Sou Rigger.

  2. Sou enilton
    Sou motorista carreteiro. Operacional de transporte. Pesado.
    Trabalhar em uma empresa assim realmente seria muito gratificante

  3. Vou trabalhar na área de transporte de cargas pesadas nessa empresa e vai ser neste ano de 2024, Michael Oiveira tá chegando MAMMOET para fazer a diferença e somarmos juntos.. #força bruta ♥️♥️ força bruta#

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