OPERAÇÕES EM FUNÇÃO DO TIPO DE EMBARCAÇÃO (PARTE 5)

OPERAÇÕES EM FUNÇÃO DO TIPO DE EMBARCAÇÃO (PARTE 5)

Por Leonardo Roncetti (*)

Em 1920, a marinha americana converteu um navio de guerra construído em 1898, em um navio guindaste com capacidade de içamento de 250 t. Em 1985, a empresa holandesa Heerema lança seu navio guindaste semissubmersível Thialf, com capacidade total de içamento de 14.000 toneladas. Em 2019, a mesma empresa lança outro navio guindaste, também semissubmersível, com capacidade para 20.000 toneladas.

Até que peso consegue-se içar em mar aberto para montar ou desmontar estruturas? Quais os limites da construção – ou desconstrução – offshore? Há espaço para navios guindastes maiores?

Navios guindastes são embarcações altamente especializadas, dotadas de um ou mais guindastes de grande porte, geralmente, com capacidade de giro da lança, utilizados para içamento de cargas pesadas, podendo chegar até 20.000 toneladas.

Geralmente, os maiores navios guindaste tem casco do tipo semissubmersível e os de médio porte, do tipo catamarã ou do tipo monocasco. O primeiro tipo tem a vantagem de oferecer maior estabilidade, porém com maior calado.

O recorde atual de içamento offshore com navio guindaste de lança giratória, é do SSCV Sleipnir, que içou, de uma só vez, o topside da plataforma Leviathan, da Noble Energy, com peso de 15.300 toneladas.

Esse navio guindaste, o maior do mundo desse tipo, tem capacidade máxima de içamento de 20.000 toneladas, divididas em 2 lanças giratórias com capacidade de 10.000 toneladas cada. Uma característica inédita nele é operar com GNL.

Apesar de não serem notados, no Brasil, esses navios guindastes operam eventualmente, fazendo montagens de plataformas offshore. O mais recente foi o já citado Sleipnir, que montou uma jaqueta e topside de uma plataforma na Bacia de Campos, no início de janeiro de 2020.

A perspectiva é de aumento de uso dos navios guindaste no Brasil, principalmente pela nova fronteira do descomissionamento de plataformas em águas rasas e parques eólicos offshore.

leonardo roncetti(*) Leonardo Roncetti, engenheiro, é doutorando em içamento offshore pela COPPE-UFRJ, mestre em estruturas offshore pela COPPE-UFRJ, e diretor da TechCon Engenharia e Consultoria. Contatos: leonardo@techcon.eng.br

 

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