INFOCRANE
Por Wilson Bigarelli
Quem curte country music “raiz” (de Nashville) já deve ter notado a onipresença de locomotivas nos álbuns de caras como Johnny Cash e Hank Snow e também em capas de revistas do gênero. Em Minas Gerais, o “trem” é sinônimo de quase tudo, mas lá no Tennessee é o cavalo de aço que abre caminho pelas quebradas do oeste americano e é tema de várias músicas e coletâneas, como “Come Along and Ride This Train”, “Train Songs” ou “Train of Love”. Uma dessas máquinas, a locomotiva a vapor, 4-8-4 classe J-3, identificada pelo nº 576, de 1942, a última projetada e construída pela American Locomotive Company para a Nashville, Chattanooga e St. Louis Railway (NC & StL), em breve estará novamente resfolegando pela região. O mérito é da sociedade de preservação da memória ferroviária de Nashville (Nashville Steam Preservation Society) que põe para andar relíquias históricas com fins educacionais e turísticos.
No início do ano, depois de 65 anos estacionada no Centennial Park, em Nashville, servindo, quando muito, como pano de fundo para selfies, a boa e velha 576 e o seu “tender” (o vagão auxiliar que carrega combustível e água) seguiu para um pátio de manutenção, distante três quilômetros, para um restauro em regra que deve demorar pelo menos quatro anos. O tempo de transbordo, a cargo da Mammoet, foi estimado entre um mês e seis semanas. É bom lembrar que não se trata de nenhum ferromodelo. A máquina pesa 180 t e, o tal tender, 65 t, e tiveram que ser acomodados, respectivamente, em um reboque Goldhofer PST, de 12 eixos, e em um reboque Broshuis de nove eixos.
