Por: Duda Bechelli, Enzo Dias e Bruno Lima (Fotos: Gildo Mendes)
“O ano de 2023 foi muito positivo para a Liebherr no Brasil e trouxe novas oportunidades, com muitos projetos em andamento, impulsionados principalmente pelos mercados de energia, mineração e infraestrutura”, diz Rene Porto, gerente divisional de guindastes móveis e sobre esteiras da Liebherr Brasil. “Este cenário positivo reforça a importância de termos uma estrutura forte de atendimento, próxima ao cliente, e justifica todos os investimentos realizados pela Liebherr nos últimos quase 50 anos no país”.
Segundo ele, hoje, somente na divisão de Guindastes Móveis sobre Esteiras e Pneus no Brasil, a Liebherr conta com cerca 50 colaboradores diretamente responsáveis pelo atendimento de todos os clientes – de técnicos de campo a engenheiros e administradores que trabalham no suporte das áreas de vendas e especificamente para a de pós-vendas. Para atender à demanda crescente, a Liebherr reforçou o estoque de peças de reposição e ampliou o time de atendimento de campo.
“Hoje contamos com técnicos especialistas em guindastes Liebherr residentes em Parauapebas (PA), Fortaleza (CE), Natal (RN), João Pessoa (PA), Petrolina (PE), Vitória (ES) e Guaratinguetá (SP), garantindo uma maior cobertura do território nacional. Ampliamos nossa equipe de treinamento técnico para três instrutores e, em 2024, teremos mais um técnico residente em Belo Horizonte (MG)”.
Dentre as principais realizações e avanços da Liebherr em 2023, Rene Porto cita a entrega de máquinas de diferentes tipos, guindastes ATs, RTs e sobre esteiras, com capacidades entre 90 t a 1200 t. Além da reforma de equipamentos e componentes estruturais de diferentes clientes na fábrica, em Guaratinguetá (SP). “Em 2024, entregaremos o primeiro guindaste para terrenos acidentados, modelo LRT 1130-2.1 (130 t) e o guindaste para todo terreno, modelo LTM1650-8.1 (700t), no Brasil.
Ele destaca também o lançamento do LTR 1150, modelo intermediário entre o LTR 1100 e o LTR 1220 e do sucessor do bem-sucedido guindaste sobre esteiras com chassi estreito de 600 toneladas LR 1600/2-W. Mais potente e com maior altura de elevação, o LR 1700-1.0W oferece os melhores pré-requisitos para a montagem eficiente de modernos aerogeradores em parques eólicos. A Liebherr equipou o novo guindaste com componentes aplicados em guindastes de capacidades ainda maiores. “O guindaste de 700 toneladas se torna a referência em guindastes de chassi estreito em todo o mundo. A perspectiva para 2024 continua positiva, apesar da redução no número de novos projetos de energia eólica em 2024”.
A Tadano avalia o ano de 2023, segundo Anilton Leite, gerente de vendas, “como muito bom, de muito trabalho e de importantes entregas de guindastes no Brasil e na América Latina. “Nossos times de pós-vendas e de peças de reposição foram fundamentais durante o ano, entregamos aos clientes peças e serviços com a mais alta taxa de disponibilidade para guindastes no mercado. As metas foram alcançadas e os clientes estão satisfeitos com seu Tadano operativo”.
Para atender aos clientes que demandaram equipamentos da marca para atuação em variados segmentos de mercado – siderurgia, mineração, pré-fabricados e o setor industrial em geral – a Tadano “reforçou a equipe de pós-vendas, a fim de prestar um suporte técnico e comercial ágil e de qualidade”.
Ele aponta entre as principiais realizações e avanços da Tadano em 2023, a ampliação de sua “presença e faturamento em máquinas de qualidade e em vendas de peças de reposição no país e solidificado na presença técnica especializada em pós-vendas, fornecendo segurança, qualidade, flexibilidade e rápida resposta aos nossos clientes brasileiros”. O objetivo, segundo ele, é continuar a “boa comunicação e a prestar todo suporte para que os clientes possam contar com máquinas disponíveis e prontas para o trabalho e para locação. Além de continuar a trazer inovações, tecnologias e lançamentos para o Brasil”.
Um destaque nesse sentido foi o lançamento recente do super guindaste All-Terrain Crane para 250 t, modelo AC 5.250-2. “Esse novo caminhão guindaste, rodoviário, telescópico hidráulico para todo terreno traz ao mercado várias soluções inovadoras que aumentam sua capacidade de elevação, aumentam sua flexibilidade de transporte, performance, produtividade e segurança em um nível acima do padrão de mercado. A Tadano inicia as vendas e a produção deste lançamento já no começo de 2024”.
Para a empresa, as perspectivas em relação ao ano de 2024 são otimistas. “Temos um planejamento muito próximo do realizado neste ano. Vamos focar nos clientes, acompanhar as reformas internas, programas políticos e também ações internacionais em 2024 que queriam ou não tem reflexos no Brasil”.
“2023 foi um ótimo ano para a XCMG”, diz Geraldo Peleje, gerente de vendas de guindastes e equipamentos de elevação da fabricante. Segundo ele, “muitos paradigmas foram quebrados e ocorreu a consolidação da marca na categoria de guindastes de grande porte, “possibilitando até mesmo oportunidades de outros concorrentes chineses nos segmentos antes dominados por equipamentos europeus e norte-americanos”.
Com isso, afirma Peleje, “a XCMG demonstra mais uma vez que é a líder dos equipamentos não europeus e consegue ter uma alta qualidade com um ótimo custo benefício, sempre desenvolvendo produtos para o mercado brasileiro e sul-americano e vendendo com qualidade e responsabilidade o equipamento certo para os seus clientes”. Ele lembra que durante o ano muitas oportunidades foram convertidas em negócios e parcerias importantes, em diferentes linhas de produto: içamento, fundações, mineração, reach stackers portuários e equipamentos elétricos de emissão zero.
Para atender ao aumento da demanda e expectativas, Geraldo Peleje destaca os investimentos feitos na área de pós-vendas. “Investimos no aumento do quadro técnico e de suporte, aprimoramento do CRM e fornecimento de peças e serviços”.
Ele destaca entre os diferenciais da marca a nacionalização e a manutenção em estoque de equipamentos. “Isso nos deixa mais ágeis e garante a qualidade de nossos produtos fazendo o PDI antes da entrega ao cliente final. O tempo médio é de cinco dias dependendo do porte do equipamento”. A consolidação no segmento de grande porte (acima de 250 a 800 t), segundo ele, terá continuidade em 2024, com a entrega de equipamentos para o segmento eólico, antecedida de investimento em suporte pós-vendas e ações de treinamento junto aos clientes. A XCMG também planeja lançar novos modelos de guindastes no Brasil. “Ainda no primeiro trimestre um novo modelo e dois novos para o segundo trimestre”.
“O ano de 2023 foi um ano expressivo em termos de vendas, se comparado com aos três anos anteriores”, diz Luciano Dias, gerente de vendas da Manitowoc. A principal razão, segundo ele, foi a nova metodologia de comercialização implantada localmente pela empresa, que se revelou um sucesso de vendas: máquinas seminovas com garantia de fábrica. “Isso ajudou a Manitowoc a introduzir mais máquinas, peças e serviços no mercado brasileiro e é dessa forma que pretendemos continuar, pensando fora da caixa, para que possamos competir com qualquer outro fabricante do mesmo segmento”.
Luciano Dias diz que os equipamentos da marca tiveram maior demanda em projetos de infraestrutura em geral, porém os de energia renovável revelaram-se bastante promissores para os equipamentos do portfólio da marca. “Adicionalmente, podemos citar o mercado industrial com as paradas de manutenção preventiva e corretiva e o de óleo e gás”. O aumento na demanda e na taxa de utilização dos equipamentos Manitowoc e Grove foi suplantado por novos investimentos em suporte pós-venda e em 2024 não será diferente, garante Luciano Dias.
“Dobramos o número de técnicos em campo, aumentamos a nossa estrutura de treinamento, não somente para atender aos nossos clientes bem como a nossa própria estrutura. A alta taxa de utilização automaticamente gerará demanda para peças e serviços e por isso vamos aumentar em pelo menos 40% nossa estrutura de suporte ao produto, incluindo a formação de técnicos especializados para trabalho em campo”.
Além do fortalecimento do suporte, ele aponta como a principal realização da empresa no ano de 2023 a forma de comercializar as máquinas. “Nacionalizadas, assumindo toda a responsabilidade da logística, o que gerou maior controle interno e muito mais conforto para nossos clientes e adicionalmente a implementação de comercialização dos equipamentos seminovos com a nossa garantia”
Luciano Dias lembra que a Manitowoc lançou mais de 80 novos produtos nos últimos seis anos, mas “os planos não param. Os projetos que estão em desenvolvimento no momento serão anunciados brevemente e abrangem todas as linhas de produto, incluindo a marca Grove”.
Vice-diretor comercial da Zoomlion, Ricardo Bertoni diz que 2023 foi um ano de reconstrução da imagem da marca no Brasil. “Investimos em infraestrutura e equipes de atendimento, introduzimos novos equipamentos e muitos negócios estão acontecendo. Para 2024, a expectativa é grande. Obviamente dependemos da macroeconomia para as demandas de equipamentos. Mas estamos bastante confiantes e a nossa estratégia está bem desenhada para atingir as novas metas no ano que vem”.
Para a Sany no Brasil, 2023 foi um ano muito positivo”, diz Ênio Pallaro, executivo comercial da Sany do Brasil. “Nós tivemos vendas muito consistentes e estávamos um pouco atrás em relação aos guindastes de grande porte, mas temos cinco máquinas vindo para o Brasil que já estão vendidas, sendo que duas delas, máquinas de 700/800 t e 400 t, chegam ainda neste ano”. Essa conquista, alinhada à estratégia da Sany de ampliar de maneira consistente as opções em equipamentos aos clientes, explica Pallaro, abre grandes perspectivas para a empresa em 2024”. “Esses negócios com guindastes de grande porte, que era algo que faltava para nós no Brasil, nos coloca em um novo patamar e amplia as opções de uma linha já consolidada no país”.
Para Reinaldo Tavares, gerente comercial da Mason Holdings, que completou em 2023 o segundo ano como distribuidor nacional dos equipamentos da marca Terex, o ano foi de bastante aprendizado, mas também uma grata surpresa, com bons resultados, permitindo que todos os objetivos propostos fossem cumpridos. O principal deles, levar a marca Terex para todo o país, com mão-de-obra, serviço, pós-venda e peças, fazendo com que a Mason possa atender a qualquer demanda regional, com o custo mais barato e muito mais rapidez. “Do ponto de vista comercial”, diz Reinaldo Tavares, “a linha passou a representar um percentual significativo no valor total de faturamento e ganhou prioridade na Mason Holdings”.
“As expectativas estão muito altas, não só na Mason e na Terex. O mercado todo está acreditando que o próximo ano no Brasil, será de uma grande retomada. Reinaldo Tavares adianta que algumas novidades da linha serão introduzidas no país em 2024, dentre as quais os guindastes pick and carry. “Estamos investindo bastante no próximo ano, tivemos uma extensa agenda de visitas apresentando o produto este ano e a recepção foi muito boa em todas as empresas de guindaste, nos dando forças para acreditar ainda mais no projeto”.
“Apesar de todos os desafios, foi um ano bastante positivo, porque conseguimos entregar os resultados que a empresa buscava, mesmo com as incertezas, até que comuns, no Brasil”, comenta Guilherme Amaral, diretor da Kito Crosby Brasil. “Conseguimos superá-las e estamos entregando um bom resultado, sobretudo com a união da Kito e da Crosby, iniciando a formação da nova empresa Kito Crosby, que vê o mercado brasileiro com muitas áreas para expansão dos negócios e crescimento para os próximos anos”. Ele lembra que a união da Kito com a Crosby permitirá oferecer ao mercado a solução mais completa em içamento de carga através das talhas da Kito e os acessórios de içamento da Crosby.
Para Ariel Devito, Country Manager da IPH Brasil, 2033 está surpreendendo pelo grande aumento da demanda. “Novos projetos foram desenvolvidos, muitos guindastes voltaram a operar e, consequentemente, a demanda de cabos de aço também aumentou. Então, o balanço é positivo”. Essa conjuntura favorável, diz Devito, permitiu que a empresa investisse em novos designs e diferentes diâmetros de cabos resistentes à rotação. “Foi um desenvolvimento conjunto com parceiros da Brasil, empresas de guindastes e movimentação de cargas, para atender à demanda atual, e é um dos principais avanços de 2023 para nós”.
“O ano foi muito bom, economicamente falando, e o mercado ainda está aquecido”, confirma Jorge Vaz, Diretor da Tecnotextil. “Tudo indica que vamos bater nossas metas até o final do ano. Então estamos muito felizes, produzindo bem. A empresa também aproveitou para investir na ampliação da linha Dyneema (HMPE), tecnologia de fibras de alta resistência. “A expectativa é lançar no ano que vem a linha padronizada, ter todas as opções em catálogo desse produto que vem sendo desenvolvido por nós há quatro anos em parceria com muitos clientes”.
A avaliar o mercado sob a ótica da importação de máquinas e equipamentos em 2023, Robertta Zucoloto, Executiva de Vendas na Timbro Trading, lembra que grande parte dos pedidos e intenções de compra haviam sido colocados pelos empresários pelas expectativas geradas no ano anterior. “2023 foi um ano bem politizado, houve mudança na liderança e havia expectativas de que não fosse ser tão bom. Mas mesmo com esse cenário, avalio que o ano de ano de 2023 foi um ano muito produtivo”.
A própria Timbro, lembra ela, que completou 13 anos de atuação no mercado, inaugurou durante o ano um novo escritório em São Paulo, com cerca de 600 colaboradores, e montou estruturas dedicadas para empresas que queira trazer produtos do exterior e distribuir no Brasil. “Ganhamos escala para conseguir atender não só as grandes marcas que querem distribuir, mas também aquelas que desejam vender diretamente para os empresários”. Ela acredita que 2024 seja ainda melhor. “A expectativa é que o ano comece de uma forma positiva e que, nos próximos dois anos, esse governo de fato se posicione e promova novas frentes de negócios para que a economia se movimente”.
