SUPERAÇÃO DE PARADIGMA

SUPERAÇÃO DE PARADIGMA

Com a demanda de serviços em alta e taxa de ocupação idem, uma pergunta dos locadores passou a assombrar os fornecedores: Qual o tempo médio de entrega para um equipamento da marca? Mesmo hoje, as respostas não são definitivas. “Os prazos variam, de acordo com a capacidade do equipamento, mas estamos trabalhando para manter um estoque local de máquinas”, diz Rene Porto, gerente de guindastes móveis e sobre esteiras da Liebherr Brasil.

“A Tadano mundial teve uma demanda muito acentuada de pedidos pós-pandemia, o que elevou os prazos de entrega. Todavia, o grupo já tomou medidas de aumento de capacidade que já mostram melhoras nos prazos de máquinas novas orçadas neste ano e para 2024. A disponibilidade melhorou para guindastes RT (Rough Terrain Cranes), TC (Truck Cranes), CC (Crawler Cranes) e, inclusive, para algumas capacidades importantes dos AT (All-Terrain Cranes) fabricados na Alemanha”, diz Anilton Leite, gerente de vendas da Tadano Brasil.

De sua parte, Luciano Dias, diretor de vendas da Manitowoc garante “Hoje temos máquinas disponíveis na Europa de imediato. Como não trabalhamos com distribuidores locais para máquinas móveis, temos a vantagem de obter máquinas de clientes ao redor do mundo. Para o próximo ano a estratégia será manter estoques localmente para podermos atender nossos clientes de forma mais rápida e eficiente”. Ele acrescenta que “em janeiro, chegarão duas máquinas de 250 t e duas de 300 t, todas seminovas, com garantia de fábrica, e totalmente revisadas e documentadas, prontas para trabalhar”.

A principal novidade, em comum nas respostas dos três executivos, é a intenção de manter um estoque local, algo que envolve investimento e ainda precisa ser viabilizado. A alternativa mais à mão, que se revelou um grande sucesso nos últimos anos é mesmo a equipamentos seminovos. Luciano Dias e a própria Manitowoc tem o mérito de ter aberto esse caminho rompendo um tabu entre os locadores em adquirir junto aos próprios fornecedores máquinas “velhas ou de segunda mão” – embora as transações, entre os próprios locadores, sempre foram bastante comuns.

“Vamos aprimorar e manter a forma de comercializar que deu certo. A variação cambial dos últimos anos ajudou a tomada de decisão de comercializar os seminovos. Hoje temos um volume de 50% da nossa receita vir dos seminovos e a ideia será atingir 70% num futuro breve e para que alcancemos este patamar, precisamos nos desdobrar a aproveitar as oportunidades do mercado de compra de maquinas seminovas incluindo a venda de maquinas novas, ou seja, o sistema de trade in continuará dentro dos nossos planos aqui no Brasil com ênfase em toda América Latina”, diz Luciano Dias.

“Os seminovos fazem parte da nossa estratégia de crescimento no país, de forma que temos buscado novos canais de fornecimento de guindastes usados, do EUA, do Chile e também da Europa. Estamos trabalhando para aperfeiçoar as ofertas de acordo com a demanda e as necessidades locais”, diz Anilton Leite, da Tadano Brasil. Rene Porto, confirma que “trata-se de um mercado em expansão e os guindastes Liebherr seminovos tem grande aceitação por sua qualidade e durabilidade. Assim, têm uma alta liquidez e baixa depreciação ao longo dos anos. Vendemos guindastes usados de diferentes capacidades neste ano, com a revisão e segurança da fábrica. Cabe lembrar que a planta da Liebherr em Guaratinguetá (SP), que completa seu 50º aniversário em 2024, oferece serviços para guindastes usados há mais de três décadas.

Agora, no entanto, é diferente. A Liebherr criou até um slogan: “de segunda mão, mas ainda de primeira classe”. Para tanto, esses equipamentos usados, trazidos de várias partes do mundo, chegam com revisão de fábrica. E, dependendo da solicitação dos clientes, reformados totalmente e atualizados tecnologicamente. “Uma reforma geral também nos permite oferecer aos clientes garantias para o guindaste usado”, diz Porto.

Esse tipo de compromisso, junto com preços competitivos e menores parazos de entrega, que faz parte da estratégia dos dois outros fabricantes, é que venceu as resistências dos locadores não somente em adquirir máquinas usadas, como também falar abertamente sobre isso. Neste final de ano, a Liebherr, por exemplo, divulgou depoimentos favoráveis de nada menos do que cinco locadoras que complementaram recursos de sua frota com equipamentos seminovos.

A Darcy Pacheco (LR 1600/2-W), a Guindastes Tatuapé (LG 1750, a IV Guindastes (LR 1600/2), a Orimom (LTM 1400-7.1) e a WWN (LTM 1500-8.1). “Nada deixou a desejar no que se refere à qualidade. O equipamento performou como um guindaste novo em todos os deslocamentos e operações” diz Eduardo Silva, diretor técnico da Darcy Pacheco.

“A parceria de muitos anos com a Liebherr, baseada na confiabilidade que temos em relação a todos os equipamentos, também influenciaram na escolha”, diz Marcelo Monteiro, gerente comercial da Guindastes Tatuapé”.

“A opção por uma máquina usada foi devido à disponibilidade do equipamento, que foi entregue em tempo recorde: à época (final de 2022), apesar dos desafios logísticos e das férias de verão na Europa, ele chegou muito rápido para iniciar a operação”, explica Igor Boff, diretor da I.V. Guindastes.

“Desde que foi entregue, o guindaste já foi utilizado em operações para indústrias sucroalcooleira, de energia, papel e celulose, alimentos e química; ele também já possui outras operações agendadas ao longo do ano e início de 2024”, conta o CEO da Orimom, Márcio Gerardini.

“A compra de um equipamento com capacidade superior (500 t) irá potencializar ainda mais nossas operações e projetos no mercado em grandes obras, atendendo aos mais exigentes trabalhos”, explica Leonardo Navarro, sócio da WWN.

 

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