Atuando no Brasil desde 2011, a italiana Socage prepara-se para disputar o mercado de plataformas aéreas com um conceito relativamente novo no país e uma robusta estrutura de suporte a seus equipamentos. Com o amadurecimento desse setor, diante das normas e das preocupações cada vez maiores em relação à segurança nos trabalhos realizados em grandes alturas, a empresa aposta na sua linha de plataformas montadas sobre caminhões. Para tocar as operações, a filial brasileira instalou-se em uma área de 2.000 m2, em Indaiatuba (SP), onde realizará a implementação dos equipamentos, e contratou o executivo Marcelo Bracco, com longa experiência nesse mercado, como diretor geral.
As novas instalações, que contam com áreas para teste dinâmico dos equipamentos, estoque de peças, treinamento dos usuários e serviços de manutenção, poderão abrigar futuramente a montagem dos produtos em regime CKD. A produção das plataformas não está descartada em um estágio mais adiantado de implantação no país. “Os modelos sobre caminhão proporcionam maior rapidez ao trabalho na comparação com as tradicionais plataformas autopropelidas, que, por não se deslocarem por longas distâncias, precisam ser transportadas por carretas até o local de operação”, diz Bracco.
Ele avalia que, diferentemente da autopropelida, que se destina mais à construção civil, a plataforma sobre caminhão encontra aplicação em vários tipos de serviços, como reformas de fachadas, iluminação pública, manutenções industriais e prediais. “Por esse motivo, ela pode complementar a frota do locador, que assim estará apto a oferecer um equipamento que atenda seu cliente com rapidez e baixo custo.” Mesmo assim, o executivo avalia que o produto se destina mais a usuários finais do que a locadores. No mercado de plataformas autopropelidas, o perfil de consumo é diametralmente oposto, sendo que 80% das vendas estão concentradas nos locadores e 20% nos usuários finais.
Outra característica dos equipamentos é que mesmo os modelos de maior alcance podem ser implementados em caminhões compactos e de baixo peso bruto (PBT), o que permite seu acesso a locais com pouco espaço. O modelo DA328, por exemplo, que atinge 26 m de altura de trabalho e 16 m de alcance lateral, requer um veículo de 8 t de PBT e comporta até dois profissionais (225 kg). A linha da Socage conta com mais de 50 modelos, que atingem até 70 m de altura de trabalho. Entretanto, seu foco inicial deverá voltar-se para os de maior demanda no mercado, na faixa de 10 a 30 m de alcance vertical (veja quadro no final da página).
Marcelo Bracco explica que os equipamentos são oferecidos em três famílias, que se diferenciam entre si em função da constituição das lanças e do alcance. As plataformas da série A (10A e A314), por exemplo, contam com uma articulação na lança e atingem alturas de 8,1 m a 11,3 m. Os modelos da série DA (DA320 e DA324), por sua vez, têm duas articulações e chegam à faixa de 18 m a 22 m de alcance vertical. Já as plataformas da série DJ têm duas articulações e jib, atingindo alturas de trabalho ainda maiores. “Com isso, os equipamentos permitem chegar a locais de difícil acesso”, completa o executivo.
A linha oferecida pela empresa contempla ainda o modelo SPJ315, que se desloca sobre esteiras, conhecido como Spider. “Trata-se de um equipamento leve, com 1,9 t de peso e que passa por um vão de 70 cm de largura, movimentando-se em locais com pouco espaço.” Quando atinge o local de operação e devidamente patolado, ele alcança 13 m altu5ra de trabalho, elevando até dois profissionais.
As expectativas de Bracco são de conquistar uma participação de 20% a 30% do mercado brasileiro de plataformas sobre caminhão, ao qual ele atribui um bom potencial de demanda nos próximos. Para atingir esse objetivo, ele destaca que a empresa está trabalhando na montagem de uma estrutura de vendas e assistência aos usuários, além das instalações da própria Socage. “Iniciamos a nomeação de distribuidores pelo Brasil e, até o fim do ano, pretendemos contar com 53 em pleno operação em todo o país”, ele conclui. (Por Haroldo Aguiar)
LINHA DIVERSIFICADA | ||||||
MODELOS | Altura máxima (1) | Alcance lateral | Peso máximo | Giro na lança | Sistema de controle | PBT mínimo |
ForSte10A | 8,1 m | 4,2 m | 120 kg | 350º | Elétrico | 3 t |
A314 | 11,3 m | 7,1 m | 225 kg | Contínuo | Hidráulico | 3,5 t |
DA320 | 18,0 m | 9,5 m | 225 kg | Contínuo | Hidráulico | 3,5 t |
DA324 | 22,0 m | 11,0 m | 225 kg | Contínuo | Hidráulico | 3,5 t |
DA328 | 26,0 m | 16,0 m | 225 kg | Contínuo | Eletro-hidráulico | 8 t |
ForSte32DJ | 30,0 m | 19,0 m | 280 kg | Contínuo | Eletro-hidráulico | 10 t |
SPJ315 (*) | 13,0 m | 7,0 m | 225 kg | 350º | Hidráulico | 1,9 t |
(1) Altura máxima na base da caçamba.
(2) Plataforma tipo aranha, com deslocamento sobre esteiras. |