PREVENÇÃO E SEGURANÇA NO TRANSPORTE DE EQUIPAMENTOS

Por: Alberto Garufi (*)

Na edição passada abordamos os aspectos de cobertura de seguro quando o equipamento está em trânsito, por meios próprios ou em meio adequado. Agora vamos focar em pontos importantes a serem observados que, se não forem, podem causar problemas na liquidação de uma eventual reclamação.

Eu não pretendo neste artigo ensinar os profissionais das empresas os melhores procedimentos para um traslado seguro, mas, olhar com um viés do seguro, ou seja, como a seguradora, através de seu perito, analisa uma reclamação de sinistro e como isto pode impactar no pagamento de um dano.

Planejar o traslado de seu equipamento é tão importante quanto o plano de Rigging que você faz para aquela importante operação de movimentação.

Se o equipamento vai rodando por meios próprios, atrelado, sobre uma prancha, no todo ou em partes, o caminho principal ou rotas alternativas, tudo deve ser avaliado para que, ao final, seu equipamento chegue ao destino em condições de cumprir com o objetivo de seu contrato. Se ele não chegar, lembrem-se que os prejuízos não se resumirão aos danos ao equipamento, mas, somem-se a eles todos os prejuízos financeiros e de imagem que isto pode acarretar.

A certeza comprovada de que o equipamento passou por uma inspeção antes do início de sua viagem e que ele se encontrava em plenas condições é um dos itens mais importantes a serem observados pelo segurado. 100% de certeza que o perito irá solicitar estes documentos e eles serão fundamentais e necessários para comprovar que o sinistro não ocorreu por falta ou desleixo na sua manutenção.

Se transportados em pranchas, por exemplo, certifique-se que ela é adequada para o tipo de equipamento. Escolher entre uma alta ou mais baixa, pode fazer a diferença. E se o perito concluiu que a prancha utilizada era inadequada para o transporte. Será que você transportou em meio INADEQUADO?

Certifique-se que todos os modais para o transporte estão regulamentados e certificados. Se for uma embarcação privada, que ela tenha todos os certificados de vistoria e que esteja em dia com todos os seguros pertinentes a modalidade.

Respeitar o manual do fabricante é fundamental para que a garantia de recebimento de seu seguro. Este será outro item a ser solicitado pelo perito. Qualquer operação fora dos padrões do fabricante podem ser motivo para recusa. Está explícito na apólice de seguro o respeito ao manual. Respeite a velocidade máxima.

Observem dois exemplos de exclusões de cobertura descrita em uma apólice para equipamentos:

  • Danos decorrentes da inobservância das condições normais de uso e manutenção dos equipamentos, bem como o desligamento intencional de dispositivos de segurança ou de controles automáticos;
  • Desarranjo e/ou defeito mecânico, defeito de fabricação, desgaste natural pelo uso, deterioração gradativa, manutenção deficiente e/ou inadequada.

Leve ao conhecimento de sua área de logísticas as condições gerais e especiais de sua apólice de seguro. Evite surpresas desagradáveis.

garufi(*) Alberto Garufi é engenheiro mecânico e consultor de seguros especializado em  máquinas e equipamentos. Trabalhou nas multinacionais Marsh e Zurich. Sugestões e comentários enviar para alberto@garufiseguros.com.br

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