OPERAÇÕES EM FUNÇÃO DO TIPO DE EMBARCAÇÃO (PARTE 4)

OPERAÇÕES EM FUNÇÃO DO TIPO DE EMBARCAÇÃO (PARTE 4)

Por Leonardo Roncetti (*)

A construção em mar aberto, ou offshore, vem avançando cada vez mais, não só pelo aumento da produção de óleo e gás, mas também pela nova fronteira da energia renovável, majoritariamente a energia eólica offshore.

Em águas cada vez mais profundas e construções cada vez mais complexas, são exigidos também navios cada vez mais versáteis e com tecnologia que aumentem o desempenho e segurança dos içamentos.

Os OCV (Offshore Construction Vessels) modernos podem apresentar características bastante distintas uns dos outros e muitos são do tipo multipropósito, podendo realizar vários tipos de operações. Algumas dessas características:

  • Comprimento entre 90 e 200 metros, largura de 18 a 35 metros;
  • Convés principal livre, com grandes áreas para manuseio das cargas a serem içadas. Alguns não dispõem de borda falsa nesse convés.
  • Guindastes com compensação ativa de afundamento (AHCactive heave compensation) para içamentos em ar e içamentos submarinos, podendo atingir profundidades de 3.500 metros;
  • Guinchos de alta capacidade de tração, podendo trabalhar com cabos de fibra de alto módulo e com AHC;
  • Moonpool para içamentos submarinos;
  • Estabilizadores ativos de balanço (roll), cuja função é diminuir o balanço lateral do navio durante as operações de içamento;
  • Os mais modernos possuem ROV ou interface pronta para instalação deles.

Por serem versáteis, são utilizados em várias operações offshore, entre elas:

  • Içamentos em ar de 100 a 1.000 toneladas, das mais diversos equipamentos e estruturas;
  • Içamentos submarinos para instalação ou remoção de equipamentos e dutos;
  • Descomissionamento de equipamentos submarinos e dutos;
  • Construção de fundações, montagem de torres e aerogeradores de parques eólicos offshore;
  • Intervenção em poços de óleo e gás;
  • Suporte a mergulho;
  • Instalação e manuseio de linhas, âncoras e estacas.

Com a tendência de crescimento da construção offshore no Brasil e advento dos parques eólicos offshore, cada vez mais esses fantásticos navios serão utilizados em nossas águas.

Glossário:
Borda falsa: Parapeito no convés que evita queda no mar de pessoas ou objetos.
Moonpool: No OCV, é a abertura através do convés e o fundo, com acesso direto ao mar que permite içar cargas com menor influência direta das ondas. Geralmente fica na linha de centro do navio, podendo estar enclausurada.

leonardo roncetti(*) Leonardo Roncetti, engenheiro, é doutorando em içamento offshore pela COPPE-UFRJ, mestre em estruturas offshore pela COPPE-UFRJ, e diretor da TechCon Engenharia e Consultoria. Contatos: leonardo@techcon.eng.br

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