Por: Leonardo Scalabrini
No meu artigo anterior compartilhei com nossos leitores os desafios das abordagens práticas nos treinamentos de formação e reciclagem de profissionais do segmento de movimentação de cargas. A intenção era escrever apenas um texto neste momento, sobre os cursos que envolvem as qualificações correlacionadas para os diversos trabalhos realizados com guindastes. Porém, durante a pesquisa e a busca pelas alternativas tecnológicas e criativas que nosso mercado tem apresentado, deparei com um material riquíssimo para desenvolver uma série de artigos, assim como foi no tema de softwares.
Escolhi então, como primeiro tema desta nova sequência, aprofundar um pouco mais no uso do simulador na qualificação não só dos operadores de guindastes, mas também de todos os profissionais especializados nas atividades de içamentos de cargas: sinaleiros, riggers, supervisores e engenheiros planejadores.
Na edição anterior, exibi como case a ALLES GESTÃO DE SERVIÇOS, que importou da China um simulador de última geração e incorporou a sua utilização nos seus processos de formação, atualização e qualificação de seus colaborares.
Com sede no Estado de São Paulo, filiais na Região Norte e contratos e atendimentos em todo o Brasil, a grande inovação da ALLES foi construir um modelo de cabine de operação de um guindaste e instalar este simulador nela.
Além disso, é uma estrutura móvel, montada sobre sistema de rodas, o que permite facilmente transportá-lo para qualquer localidade, bem como adequar aos espaços disponíveis para a realização dos treinamentos.
A ALLES determinou o cumprimento de carga horária mínima no simulador como item obrigatório e requisito no treinamento de cada profissional da empresa que é ou se tornará operador de guindastes.
E indo mais além, estabeleceu que todos os profissionais envolvidos com as atividades de movimentação de cargas deverão também realizar cursos específicos, com didática desenvolvida pelos seus especialistas em guindastes e içamentos, sejam eles do corpo administrativo da empresa, técnicos de segurança, equipes de manutenção, técnica e operacionais e, por fim, profissionais de campo como ajudantes, sinaleiros e supervisores.
O Diretor da ALLES, Danilo Cagliari, esteve na China recentemente para (dentre outros compromissos e missões) realizar o treinamento complementar do uso do simulador diretamente com seu fabricante (foto em destaque, no alto da página). Esta ação teve como objetivo, não só o fator multiplicador do conhecimento e das instruções recebidas, mas principalmente a implantação do uso do simulador no vindouro programa de formação de técnicos operadores de guindastes que será iniciado pela ALLES em 2024.
O real ganho da ALLES – e de qualquer empresa no Brasil – na aplicação do Simulador em suas metodologias de treinamento, é sem dúvida a contribuição na redução dos riscos e da ocorrência de acidentes.
Assim como uma prova final, aplicada após a realização de um curso, onde é possível pelo estudo estatístico ver quais os itens desta avaliação têm os maiores índices de erro e, em seguida, atuar diretamente na reciclagem dos alunos nestes pontos de correção para melhoria, o uso do simulador permite visualizar quais são os pontos críticos durante a operação simulada. Baseando-se nisto, os exercícios em questão, poderão ser repetidos várias e várias vezes, aplicando-se a máxima de que a prática leva à (quase) perfeição.
Vale destacar que o investimento em treinamentos gera mudança comportamental em toda a empresa, e por isso, deve ser colocado sempre como um dos pilares de crescimento e desenvolvimento de qualquer organização.
No próximo artigo desta série, apresentarei como as miniaturas de guindastes e os modelos em escala de cargas, matérias de içamento e patolamento e têm sido muito bem utilizados em treinamentos pelo Brasil. E não deixe de (re) ler mais sobre simuladores no artigo: simuladores para equipamentos de movimentação de cargas, publicado na edição 84 da CRANE BRASIL.
(*) Leonardo Scalabrini, estuda e desenvolve projetos de tecnologia para o segmento de içamentos e guindastes, área na qual atua desde 2000. Contatos: leoscalabrini@gmail.com
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