GUINDASTES: COMO FAZER REPAROS SEM DIAGRAMAS?

GUINDASTES: COMO FAZER REPAROS SEM DIAGRAMAS?

Por Miguel Tadano (*)

Em artigo anterior, publicado na edição 47 da revista Crane Brasil, “Como fazer o diagnóstico e reparar guindastes” (https://bit.ly/3JpHI5d) foram dadas algumas dicas de manutenção. Naquele caso, foi mencionado o uso dos manuais e diagramas. Porém, durante o trabalho, podem ocorrer diversas situações em que, por algum motivo, não se possui o material técnico necessário.

Neste artigo serão mostrados alguns métodos mais intuitivos e até óbvios; mas o óbvio para alguns pode ser de grande valia a outros. Deixaremos de lado as definições e caberá ao leitor, aluno ou interessado se aprofundar mais nas pesquisas e buscá-las por contra própria. Vamos trabalhar em cima de problemas específicos.

Por exemplo: são operadas todas as manetes hidráulicas, porém não há nenhuma operação (guincho, elevação, telescopagem, giro). Já foi verificada a programação do computador de bordo e todos os interruptores de comando — e certificou-se de que não é erro operacional.

Nesse caso, como há manetes, pode-se seguir as mangueiras que passam por elas até chegar em alguma válvula. Sendo uma válvula solenoide, deve-se verificar se a mesma está queimada ou não e se está sendo energizada ou não. Vamos supor que ela não esteja queimada, mas também não está sendo energizada. A primeira coisa a fazer é checar todos os fusíveis, porque deve-se sempre seguir o caminho mais fácil.

Caso os fusíveis estejam todos bons, o próximo passo seria seguir o diagrama elétrico. Mas, como foi dito no início, quando não se dispõe de diagrama, a única forma será seguir a fiação. Alguns equipamentos possuem identificação nos fios ou cores diferentes para cada posição, isso ajuda na hora de acompanhar o caminho percorrido pelo fio. Se não houver nenhuma identificação será preciso cortar e soltar todos as abraçadeiras e chegar até a ponta do fio, em um conector, interruptor ou relé. Desse modo, será possível descobrir se um relé está queimado, ou se há mau contato em um conector ou interruptor e solucionar o problema.

Em minha experiência na área de manutenção, aprendi que, com o diagrama elétrico, por mais difícil que seja entendê-lo ou solucionar um defeito, qualquer profissional que receba algumas instruções de como fazer o diagnóstico seria capaz de realizar o reparo. No entanto, percebi que muitos profissionais, por não conhecerem direito como funciona o sistema, ficam com receio de causar mais danos e então preferem não mexer.

Conforme artigo publicado na edição 60 da Crane Brasil, “Como manter a disponibilidade da frota” (https://bit.ly/34HDgjN), escrito em um momento em que a ociosidade dos equipamentos estava alta (agosto de 2018), é fundamental selecionar um ou mais técnicos com habilidade de ensino, investir em seu treinamento e fazer a multiplicação, de forma que conhecimentos adquiridos sejam repassados aos outros. Ao mesmo tempo, esse técnico pode dar um suporte técnico interno para os companheiros resolverem os problemas nos equipamentos em campo.

Naquele momento, as empresas que conseguiram adotar medidas como essas para preparação das máquinas estão colhendo os resultados hoje, em um período de maior demanda. Porém, mesmo agora, também é importante investir na equipe de manutenção e adotar medidas equilibradas entre comercial e manutenção para atender o cliente com disponibilidade total do equipamento, minimizando falhas e quebras durante a locação.

miguel hiroto tadano(*) Miguel Hiroto Tadano é engenheiro mecatrônico formado pela Escola Politécnica da USP com 15 anos de experiência em manutenção de guindastes. Atualmente é especialista de Manutenção na Guindastec. Comentários, Críticas e Sugestões para: miguelh_t@hotmail.com

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