INFOCRANE
Por Wilson Bigarelli
Uma das maiores tragédias do mundo atual, a guerra no Iêmen já entra em seu terceiro ano, com um saldo trágico de 8,6 mil mortos e 40 mil feridos, por conta do fogo cruzado entre as forças governistas, apoiadas pela Arábia Saudita, e a milícia huti, incentivada pelo Irã. A destruição da infra-estrutura é uma tragédia à parte em um país que importa 90% dos alimentos e praticamente toda a sua demanda em combustível e medicamentos. A ONU estima que 22 milhões de pessoas estejam hoje totalmente desassistidas – incluindo 11 milhões de crianças. Como se não bastasse a fome, há uma epidemia de cólera em curso no país – com mais de 913 mil casos suspeitos e cerca de 2.000 mortes registradas.
A chegada de ajuda humanitária por portos e aeroportos foi dificultada ainda mais em dezembro do ano passado, quando a coalização no poder decretou um bloqueio aéreo, naval e terrestre ao país, em represália a um míssil lançado por rebeldes em direção a Riad, capital da Arábia Saudita. O atentado foi mal sucedido, mas só depois de muita pressão internacional o bloqueio foi suspenso. em caráter temporário e emergencial, no porto iemenita de Hodeidah, no Mar Vermelho, para entrada de ajuda humanitária.
Em janeiro de 2018, organizações internacionais, como as agências norte-americanas de assistência USAID-OFDA e o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (WFP), fizeram chegar a esse porto, quatro guindastes móveis, recompondo em 40% a capacidade de desembarque do terminal, que responde por 75% das importações do país e que havia sido destruído em ataques aéreos ainda no início da guerra em 2015.
Com a chegada dos guindastes, o tempo médio de descarga de alimentos, medicamentos e outros suprimentos básicos foi reduzido imediatamente de uma semana para cerca de três dias. Mas, há incertezas em relação à abertura e fechamento do porto e, portanto, ao socorro da população.