FAZENDO A COISA CERTA (2): MANILHAS

FAZENDO A COISA CERTA (2): MANILHAS

Por: Camilo Filho

As manilhas propiciam uma das maneiras mais seguras e mais fáceis para se ligar a uma carga ao meio de içamento. Elas fornecem uma conexão positiva para eslingas, guinchos ou guindastes se conectarem com a carga.

As manilhas são um dos acessórios mais versáteis e importantes em praticamente todas as operações de rigging, içamento e movimentação de materiais. Elas desempenham uma função crítica, que é conectar uma ou várias peças. Um acessório tão importante assim, requer manuseio e conhecimento adequados para utilização de todo o seu potencial. Nos USA as manilhas são chamadas de “O Cavalo da Indústria”. Elas são a razão pela qual os guindastes içam cargas, foguetes são lançados ao espaço e a indústria como um todo se desenvolve. Sem elas nada disso seria possível.

PRINCIPAIS TIPOS USUAIS E MATERIAIS

(a) Tipos de corpos: âncora, reta (corrente) e para eslingas sintéticas, Fig.1.

(b) Tipos de pinos: pino roscado na orelha da manilha, pino roscado com porca e cupilha e pino liso com cupilha.

Lembrando que a manilha de pino liso com cupilha, não deve ser utilizada para içamento de cargas.

(c) As manilhas podem ser fabricadas de aço carbono ou aço liga, forjadas, possuindo assim diferentes WLL, Fig.2, porém ambas podem ser usadas para içamento de cargas.  As manilhas devem ter suficiente ductilidade para deformar-se permanentemente antes de perder a capacidade de suportar a carga nas temperaturas em que o fabricante tenha especificado para seu uso.

manilhas-Fig1
Figura 1
manilhas-Fig2
Figura 2

 

Manilhas de qualidade tem seu F.S de 5 ou 6:1. Dependendo do fabricante e se a manilha é métrica ou no sistema imperial.

Todas as manilhas para içamento de carga, devem possuir suas marcações em alto relevo, quais sejam:

  • Nome do fabricante
  • WLL
  • Medida
  • Rastreabilidade

manilhas-marcadores

MANILHAS CERTO

  • Sempre faça uma inspeção visual antes de utilizar qualquer acessório (isto é requerido por lei). Isso é especialmente importante quando a manilha é instalada numa aplicação em que ela é poucas vezes retirada. Substitua a manilha se ela não atender aos padrões ou apresentar algum ponto de que cause dúvida quanto a sua condição.
  • Para operações de içamento, devem ser usadas manilhas com pino roscado ou parafuso com porca e contrapino.
  • Aperte o pino com a mão até o final. Após o ombro do pino encostar na orelha da manilha, não volte o pino (1/4 de volta), como é prática comum.
  • Quando a amarração for um vertical simples por exemplo, certifique-se de que a eslinga está centrada (0 – 5°) no corpo da manilha e assim usar todo o seu WLL.
  • Se a eslinga está sendo tensionada lateralmente (6 – 90°), a capacidade deve ser reduzida de acordo com a tabela de redução fornecida pelo fabricante da manilha. Fig.1.
  • Se a manilha está sendo usada com uma eslinga de duas pernas e está sendo carregada simetricamente, o ângulo máximo incluído pode chegar a 120° com todo o WLL da manilha, desde que autorizado pelo fabricante. Fig.2.
manilhas-Fig1-certo
Figura 1
manilhas-Fig2-certo
Figura 2

MANILHAS ERRADO

Nunca substitua os pinos ou parafusos originais das manilhas por parafusos normais, mesmo que sejam de aço. Sempre substitua pelo pino ou parafuso original do fabricante.

  • Nunca utilize a manilha de tal forma que seu pino possa desenroscar-se (por exemplo num amarre enforcado, deixando a parte móvel da amarração no pino da manilha). Fig.3.
  • Não coloque mais de uma eslinga no pino da manilha; eslingas múltiplas devem ser colocadas no corpo da manilha. Fig.4.
  • Nunca force uma manilha que não seja compatível em um gancho; use uma manilha de tamanho apropriado ou um anelão para assegurar a correta distribuição de carga.
manilhas-Fig3-errado
Figura 3
Figura 4
camilofilhoCamilo Filho é engenheiro mecânico, especialista em içamentos pesados, com 30 anos de experiência em operações com guindastes e movimentação de carga. Com vários cursos na área feitos no exterior, é responsável por vários trabalhos de grande envergadura no Brasil e no exterior. Atualmente é consultor da IPS – Engenharia de Rigging, é também membro da ACRP (Association of Crane & Rigging Professionals-USA).

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