As multinacionais ENGIE Brasil e WEG estão à frente de um ensaio pioneiro no Brasil. Juntas, as duas empresas realizaram pela primeira vez no país, em uma turbina eólica, o chamado “ensaio de afundamento de tensão” (Low Voltage Ride Through, LVRT, na sigla original em inglês), para cumprir os procedimentos de rede do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que são requisitos técnicos visando garantir segurança, confiabilidade e eficiência do sistema. O objetivo foi avaliar a capacidade da turbina de permanecer conectada à rede na possibilidade de uma instabilidade.
Com o aumento expressivo das energias renováveis variáveis no Brasil, como a eólica e solar, esse tipo de ensaio deve passar a ser exigido pelo ONS, com vistas a mitigar riscos sistêmicos de blecautes. O procedimento foi mais um dos pontos de inovação do P&D Eólico desenvolvido pela ENGIE em parceria com a WEG e a CELESC, estatal de energia de Santa Catarina, para se adiantar a essa futura demanda do setor, além de garantir que o equipamento produzido pela WEG tenha a melhor eficiência e desempenho, de forma a contribuir para a segurança energética nacional.
Ao todo foram realizados 172 afundamentos que serviram para a WEG alterar parâmetros, validar e otimizar o produto para resistência a esse tipo de distúrbio do sistema. Os testes contemplados no P&D Eólico desenvolvido pela ENGIE em parceria com a WEG e a CELESC foram acompanhados por um grupo do ONS, por técnicos e pesquisadores do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), responsável pela UMGAT (Unidade Móvel Geradora de Afundamento de Tensão) onde foram realizadas simulações reais de curtos-circuitos para avaliações no aerogerador, integrante dos estudos prévios necessários ao procedimento e executor da campanha de ensaios em conjunto com a empresa espanhola Barlovento.
Primeiro aerogerador nacional
Com potência de 4,2 MW, o aerogerador desenvolvido com a união de esforços da ENGIE Brasil Energia, WEG, e CELESC é o primeiro do tipo criado e produzido no Brasil. Instalado no parque experimental de P&D da ENGIE Brasil Energia, em Tubarão (SC), o equipamento foi projetado e fabricado pela WEG, na sua planta de Jaraguá do Sul (SC). O projeto foi realizado no âmbito do Programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) regulado pela ANEEL.
Ao longo de seu desenvolvimento, o projeto se consolidou como o maior P&D da ENGIE no Brasil, com mais de R$ 80 milhões investidos. O gerador e os equipamentos de suporte, juntos, pesam 201,3 toneladas e foram produzidos pela WEG em sua matriz e testados na maior estrutura de testes de aerogeradores da América, apta a atender futuras plataformas de até 6 MW. Já as pás eólicas foram fabricadas pela empresa Aeris, em Caucaia, no Ceará.