A OPERAÇÃO INESQUECÍVEL NA CABINE DE UM GUINDASTE

A OPERAÇÃO INESQUECÍVEL NA CABINE DE UM GUINDASTE

Roger Antunes Chiquinho
Roger Antunes Chiquinho

Uma coisa existe em comum entre todos os operadores de guindastes. Eles são profissionais extremamente orgulhosos de exercer sua função e sabem o quão difícil é seguir na carreira, que exige exaustivos treinamentos, muita dedicação e suor, além de estudos durante a vida inteira. Um erro do operador pode ir muito além da questão financeira relacionada à carga e ao acidente. Pode custar uma ou até mais vidas.

Como toda profissão, todos os operadores têm suas boas e más lembranças, além de serviços agradáveis de serem realizados e outros nem tanto. A Crane Brasil entrou em contato, por meio do Facebook, com quatro profissionais, que nos contaram suas operações inesquecíveis, que levarão para a vida inteira. Os operadores acabaram escolhendo aquelas que julgaram as mais difíceis ou mais belas visualmente e serviços executados da forma correta, seguindo um planejamento previamente elaborado.

Patolado na fogueira
Para Roger Antunes Chiquinho, operador de 33 anos atualmente da Instech Locação de Guindastes, a primeira operação que vem à mente se deu em meados de junho de 2013, em Campos do Jordão (SP). Na época, ele trabalhava pela WWN Locações e Transportes de Máquinas na construção de um sistema de tratamento de esgoto da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP).

Ele operava um guindaste articulado PALFINGER MD 30007, de 30 t, patolado com uma fogueira com cerca de 1,80 m. “O guindaste já é alto, patolado desse jeito então. Apesar disso, eu me sentia seguro, como se estivesse no colo de minha mãe (risos). Quando você olha para o lado, a sensação é indescritível”, diz Chiquinho. O equipamento tinha lança com mais de 50 m e foi configurado com jib e mini jib, trabalhando num raio de 23 m. Ele fazia o içamento de materiais de estrutura metálica do pilar até a cobertura. “Foi adrenalina pura, mas foi um sucesso”, encerra.

Embaixo de uma laje
Anderson Rafael Alves, de 30 anos – 10 deles como operador –, lembra da montagem de um permutador, um dispositivo para transferência de calor, na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), localizada em Cubatão (SP). O trabalho foi feito em abril de 2013 pela Tomé Equipamentos e Transportes, empresa em que o operador atua até os dias de hoje. A carga precisou de um guindaste todo terreno Terex AC 200-1, para 181 t, – operado por Alves – e de um truck crane XCMG QY100 K, com capacidade máxima para 100 t.

OTO ANDERSON ALVES 1
Anderson Rafael Alves

A montagem dos equipamentos foi feita com um dia de antecedência. “No dia seguinte, foi realizado o descarregamento da linha de eixo e depois foi posicionado o permutador, com as amarrações feitas da forma como o cliente solicitou”, conta Alves. O guindaste Terex que ele operava fez o içamento de 38,7 t das 65,4 t totais do permutador. A peça foi posicionada embaixo de uma laje de concreto, no piso térreo “O trabalho parece simples, mas a dificuldade era imensa para a montagem da carga embaixo de uma laje que era baixa”.

 

Peça em local inflamável
Josenildo Calixto, de 45 anos, sendo sete deles como operador, destaca um caso recente. Pela Locar, ele realizou a troca de um cooler, componente de resfriamento, numa unidade de processamento de QAV (Querosene de Aviação), em funcionamento. A grande dificuldade da operação realizada em maio deste ano na Refinaria Potiguar Clara Camarão, da Petrobras, localizada em Guamaré (RN), era que a peça principal não poderia encostar em nada, devido à possibilidade de uma explosão.

JOSENILDO CALIXTO
Josenildo Calixto

O cooler foi montado por um guindaste móvel sobre pneus AT Liebherr LTM 1055-3.2, de três eixos. Apesar da capacidade máxima para 55 t, o equipamento estava configurado com para 22 t, raio de 9 m e um contrapeso de 12 t. “É importante lembrar que um operador sem bons ajudantes, sem uma boa equipe, não consegue ser um bom profissional. Eu me sinto muito seguro atuando ao lado dos profissionais da Locar, mesmo numa movimentação complexa como essa”, ressalta Calixto.

 

 

Verticalização do filtro
“Minha operação inesquecível foi definitivamente o içamento de um filtro, uma espécie de vaso, de 70 t na unidade do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (COMPERJ), em Itaboraí”, afirma Nelson Oliveira, de 32 anos, 10 deles como operador da Cunzolo Guindastes e Plataformas. A peça tinha dimensões de 4,3 m por 25 m.

Nelson Oliveira
Nelson Oliveira

O serviço de verticalização do filtro, executado em novembro de 2014, levou apenas um dia, após a montagem dos equipamentos e toda a preparação. A operação foi realizada com um guindaste Tadano Faun ATF 220-G5, com capacidade para até 220 t e lança com comprimento máximo de 68 m divididos em sete seções. “Foi um serviço esteticamente muito bonito de se realizar, pois dois guindastes fizeram a verticalização da peça conforme havia sido especificado pelo Plano de Rigging. Ver aquela peça na minha frente e eu sendo o responsável por um trabalho desse porte faz com que eu me sinta muito importante”, encerra Oliveira.

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