Por: Leonardo Scalabrini (1)
Talvez, a parte mais essencial na elaboração de um Plano de Rigging sejam as confecções dos desenhos que simulem a operação. É neste processo que o projeto realmente se inicia. Suas etapas são:
- Construção dos modelos dos equipamentos, carga, ambiente e interferências;
- Definição do sistema de trabalho a ser utilizado;
- Projeção das movimentações de cargas;
- Análise das informações e geração dos resultados e relatórios.
A simulação em 2D ou 3D, na grande maioria dos casos, é a primeira coisa a se fazer no estudo do guindaste. Pois é nela que são decididas as posições que demonstrarão como cada variável da operação estará encaixada e como se movimentará.
Estes desenhos ou projetos, hoje realizados com o auxílio de aplicações CAD e BIM, precisam corresponder exatamente à realidade do içamento e movimentação de carga a ser planejada e executada.
Por isso, é de extrema importância a confiabilidade do processo de coleta de dados da carga e da área de trabalho – sejam por análise de plantas, cortes, manuais e demais documentos que apresentem tais informações, e/ou pela visita técnica in loco, com o objetivo de realizar medições, fotografias e verificações visuais.
De posse destes dados, combinam-se com o desenho do guindaste (ou guindastes), em escala adequada. A certificação da viabilidade ou não da operação de içamento e movimentação de cargas será feita a partir das modelagens, ou seja, a simulação da atividade a ser executada.
Estas modelagens podem ser feitas com os desenhos em 2D: produzido baseado nos eixos “x” e “y”, isto é, são duas dimensões, a largura e o comprimento. Ou então, com os desenhos em 3D: três dimensões, largura, comprimento e profundidade, ou seja, com base nos eixos “x”, “y”, e “z”.
No Brasil, confecciona-se, principalmente, Planos de Rigging elaborados a partir de simulações em 2D. O que, de longe, não é um fator limitante, pois, sendo realizado com critério, apresenta confiabilidade nas etapas referidas no início deste artigo.
Mas atenção: o profissional que opta em fazer assim seu estudo deve escolher com cuidado o eixo de representação da operação a ser simulada. Uma vez que seja necessário revisão ou mudança, praticamente o desenho terá que ser todo refeito.
Já as simulações em 3D, embora sejam uma tecnologia de ponta, já não representam mais nenhuma novidade para diversas empresas do ramo de locação de equipamentos e de engenharia de içamento. Os desenhos em 3D superam os em 2D nos detalhes, na facilidade de compreensão, na personalização e na apresentação final. Além da maior facilidade de redesenho.
O projeto 3D, quando renderizado, fica muito próximo do ambiente real e permite ao profissional que elabora o Plano de Rigging enxergar todos os detalhes do içamento e movimentação que será realizada, eliminando erros, otimizando processos e entregando resultados com a maior segurança possível.
E qual a vantagem da utilização dos Softwares específicos para Planos de Rigging na Simulação 2D e 3D?
A principal vantagem na utilização destes programas é que todos eles possuem em sua base de dados os desenhos detalhados – tanto em 3D quanto em 2D – em escala. O que representa um ganho grande produtividade e confiabilidade.
Ainda, os softwares específicos possuem os seguintes recursos em conjunto com os desenhos dos guindastes:
- A execução das principais variáveis operacionais de um guindaste, como angulação da lança, giro da plataforma superior, içamento da cargas, dentre outros.
- Simulação com dois ou mais equipamentos ao mesmo tempo.
- Bibliotecas em 2D e 3D de acessórios e materiais de içamento, materiais de patolamento e interferências diversas.
- Possibilidade de criar simulações animadas.
No meu próximo artigo, apresentarei os softwares que fornecem para seus usuários Informações das cargas aplicadas pelas esteiras ou patolas. E não deixe de (re) ler o interessante artigo: RIGGING, potencial e vantagem das simulações em três dimensões, (https://bit.ly/3nE0znC), publicado na edição 78 da CRANE BRASIL.
Leonardo Scalabrini, estuda e desenvolve projetos de tecnologia para o segmento de içamentos e guindastes, área na qual atua desde 2000. Contatos: leoscalabrini@gmail.com
Leia outros artigos do Leonardo Scalabrini:
UM GUINDASTE, MILHARES DE CONFIGURAÇÕES
A IMPORTÂNCIA DOS SOFTWARES NOS PLANOS DE RIGGING
O BÁSICO NA ELABORAÇÃO DO PLANO DE RIGGING
A FALTA QUE FAZ UMA NORMATIZAÇÃO