Por: Jeferson Leonardo Pereira (*)
Em operações com guindastes, a identificação e a correção de vícios operacionais são essenciais para garantir a segurança, a eficiência e a eficácia das atividades. Diversos problemas podem comprometer essas operações, resultando em acidentes, danos ao equipamento e atrasos nos projetos. Os principais vícios operacionais podem ocorrer e devem ser adotadas medidas preventivas para mitigá-los.
Os pontos a seguir ocorrem com frequência nas operações, colocando o guindaste, a equipe e o ambiente em risco:
- Sobrecarga nas operações de guindaste,
- Manutenção inadequada com apenas trocas de fluidos,
- Inspeções negligentes sem que o inspetor avalie adequadamente o equipamento,
- Planejamento deficiente sem análise das condições da operação,
- Comunicação confusa entre as partes, seja na transmissão de informações sobre a operação ou durante a própria operação,
- Uso inadequado de equipamentos fora das especificações do fabricante com base em aprendizagens sem embasamento técnico vindas de pessoas não qualificadas,
- Operações realizadas com alta velocidade devido à pressa de concluir a operação o mais rápido possível
- Documentações registradas de modo incorreto por falta de conhecimento ou indisposição para o preenchimento adequado.
Um exemplo clássico de vícios operacionais com guindastes é a sobrecarga. Quando o operador excede a capacidade máxima permitida, isso pode levar a acidentes graves, e muitas vezes, essa prática é vista pelo operador como uma glorificação de sua capacidade operacional, e imagens e vídeos dessas práticas interativas acabam sendo compartilhados nas redes sociais influenciando o aumento desse vício.
A mitigação de vícios operacionais passa pela implementação de treinamentos regulares para os profissionais ligados à operação de guindastes: operador(es), sinaleiro(s) amarrador(es) de cargas, supervisor(es) e, principalmente, técnicos e engenheiros de segurança.
O terminal tipo cunha traz um enorme vício operacional, proliferado pela aplicação errônea de normas. Muitos profissionais confundem a norma NBR 11900-4, sem observar que existe uma abordagem específica para terminais tipo cunha na NBR 11900-2. Com isso, encontramos a utilização de dois ou mais grampos tipo U instalados no terminal tipo cunha danificando o cabo do guindaste e podendo ocasionar acidentes.
Identificar e corrigir vícios operacionais em operações de guindastes é crucial para garantir segurança e eficiência. Treinamentos, inspeções, manutenção preventiva e comunicação clara são fundamentais para mitigar riscos e promover um ambiente de trabalho seguro e produtivo.
Jeferson Leonardo Pereira é engenheiro mecânico, Rigger e instrutor de treinamentos na All Lift Engenharia de Rigging. Contato: jeferson@alllift.com.br