Nas mãos, ferramentas. Ao lado, um guindaste sobre pneus Tadano ATF 90 G04, de 90 t de capacidade, um guindauto PHD de 18 t, uma empilhadeira Hyster de 60 t, 1 cavalo mecânico Volvo e uma carreta Facchini.  Faltava o elo, ou melhor, neste caso, o plano certeiro para substituir as engrenagens do primeiro dos quatro estágios da linha de prensas da montadora, com capacidade de 2,5 mil toneladas. Juntas, quando em pleno movimento, as prensas são parte essencial em indústria automotiva no Rio de Janeiro. O complexo industrial da montadora tem capacidade para fabricar até 200 mil carros/motores ao ano.

E, ali, foi preciso uma  “pequena” manutenção. O trabalho, contratado pela IHI do Brasil, era trocar seis engrenagens da linha de prensas, cada uma com quatro metros de diâmetro e pesando nada menos que 15 toneladas. O desafio, que já parece tremendo, tinha lá suas particularidades: era preciso trocar a engrenagem com toda a produção rodando: ou seja, a fábrica em pleno funcionamento. Acrescente aí o limitado espaço físico para o posicionamento dos equipamentos da operação, bem como o prazo final apertado para a sua realização. Era preciso que tudo fosse retirado, removido e trocado em 12 dias.

Bem, se estamos contando essa história é certamente porque a missão foi bem concluída. Foi executada pela Primax Transportes Pesados, vencedora da categoria Remoção Técnica do Top Crane’2016. A categoria, criada no ano passado, identifica a melhor operação de mudança ou adequação de layout industrial, bem como a transferência de unidades fabris em regime turn-key ou a remoção e instalação de máquinas industriais de grande porte. No ano passado, a Primax também venceu a categoria por um projeto desafiador na fábrica da Ford, em Taubaté (SP).

Desta vez, o plano posto à prova, dava importância ao uso de um guindaste de 90 t da Tadano, posicionado especialmente para evitar patolamentos. A Primax realizou a operação em turnos de 24 horas ininterruptas, o que acabou por reduzir o tempo total de execução de 12 para 7 dias. As pesadas engrenagens foram removidas e desmontadas uma a uma por completo, liberando espaço para que as novas pudessem se encaixar. Quatro dias antes do estipulado, a linha de prensa voltou, renovada, à produção. A prensa é considerada um dos corações da indústria automotiva. É por ela que o aço entra, cortado em placas, e sai moldado, pronto para tornar-se uma porta ou um capô de um veículo, por exemplo.

A Primax foi fundada em 1963 para atender um mercado de economia agrária que crescia, se desenvolvia e precisava levar para além das fronteiras do Brasil seus produtos. Dos primeiros caminhões carregados com vergalhões em São Paulo (SP), a empresa hoje atua em várias frentes e missões no setor de transporte especiais e também no de elevação e movimentação de cargas. Além do prêmio Top Crane, ela também conquistou o prêmio Heavy Duty’2016, na categoria Transporte Internacional.