Por: Leonardo Scalabrini (1)
Quando comecei a trabalhar com guindastes, em uma locadora, no ano 2000, tínhamos um caderno com a cópia das principais páginas das tabelas de cargas dos equipamentos da frota, que variavam entre 20 toneladas e 200 toneladas. Lembro que era um encadernado impresso, em preto e branco, de aproximadamente 150 a 200 páginas e que não tinha todas as informações das configurações dos guindastes. Ele era útil para uma consulta comercial, com o objetivo de elaborar uma proposta para um cliente ou direcionar o início da elaboração do Plano de Rigging.
Para fazer os estudos, com a real configuração do guindaste, era necessário ir até o arquivo técnico da empresa, onde, em posse das tabelas completas (aquelas que vinham naquelas pastas do tipo AZ, com os dois ou quatro furos em cada folha), obtinha-se as informações necessárias para concluir o planejamento.
Felizmente, pouco tempo depois, eu comecei a utilizar um Software para Planos de Rigging, que possuía um banco de dados com as tabelas de cargas técnicas completas dos guindastes de maior capacidade. Então, com a inserção de poucas variáveis, como o Raio de Trabalho e o Comprimento de Lança, o programa me retornava não só quais os equipamentos que atendiam os requisitos da minha pesquisa, mas também a configuração específica de cada guindaste. Um ganho de tempo e, principalmente, de confiabilidade.
Hoje, todos os Softwares para Planos de Rigging disponíveis no mercado possuem este recurso e vantagem: a Pesquisa completa em todos os dados das Tabelas de Cargas Cadastradas, sejam elas as Tabelas Comerciais (disponibilizadas pelos fabricantes em seus sites da internet ou em materiais gráficos) ou as Tabelas Técnicas (entregue pelos fabricantes ao comprador do guindaste em vias física e eletrônica).
Por exemplo o guindaste LIEBHERR LTM 1160-5.1, de capacidade nominal de 160 toneladas, apresenta em sua tabela de cargas comercial 6.300 configurações diferentes de trabalho. Enquanto a tabela de cargas técnica possui mais de 150 mil configurações distintas. Uma empresa que tem em sua frota algo em torno de duas dezenas de guindastes entre 25 e 500 toneladas, seguramente poderá utilizar quase 2 milhões de alternativas de operação para seus equipamentos.
Assim, com poucas variáveis de pesquisa, como o Raio de Trabalho, a Altura do Içamento e o Peso da Carga, consegue-se limitar todas estas opções em apenas aquelas que atendam. E, para configurações mais otimizadas, ainda podem-se acrescentar outros critérios como a quantidade máxima de contrapesos, utilização ou não das lanças auxiliares (jib, luffing-jib), abertura das patolas, dentre outros vários itens de pesquisa.
O banco de dados com as tabelas de cargas dos guindastes nos Softwares para Elaboração dos Planos de Rigging trazem pelo menos estas quatro vantagens:
- Armazenam e dão acesso rápido às informações;
- Evitam custos e o acúmulo dos registros em papel;
- Aumentam a segurança e confiabilidade da informação;
- Guiam os planejamentos e a tomada de decisão.
Com todas estas informações em mão, chegou a hora de complementá-las com a parte gráfica dos Planos de Rigging. No meu próximo artigo, abordarei sobre um dos recursos mais importantes das aplicações específicas: a Simulação em 2D e 3D das operações com Guindastes.
Leonardo Scalabrini, estuda e desenvolve projetos de tecnologia para o segmento de içamentos e guindastes, área na qual atua desde 2000.
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