Em meio à pandemia do novo coronavírus, houve uma transformação na oferta de soluções financeiras para aquisição de equipamentos. Principalmente, pela redução da taxa de juros, pela elasticidade dos prazos e pela carência do início dos pagamentos. Essa foi a constatação de executivos do mercado reunidos virtualmente, dia 23 de julho, no Sobratema Webinar “Soluções para Aquisição de Bens”
Tem havido inclusive um aumento no financiamento dos bancos ligados às montadras. Sergio Moreira, Diretor Comercial do Banco John Deere, afirmou que, até março, a cada 100 equipamentos comercializados, entre 40% e 45% eram financiados pelo banco. Atualmente, nesta mesma base, houve um crescimento entre 10 a 15 pontos, alcançando entre 50% a 55% de financiamento. O primeiro motivo, afirmou Moreira, é que o banco de fábrica atende de forma constante, ou seja, em euforia ou retração”.
Ele creditou esse resultado também a algumas ações estratégicas promovidas pelo banco neste período. “Lançamos financiamentos para que o cliente consiga fazer um fluxo de caixa até o início do pagamento. Quanto ao prazo de financiamento, ele disse não ter havido solicitações para um alongamento, que se mantem entre 36 e 48 meses. Contudo, ele percebeu uma tendência pelo pagamento à vista, em especial, pela taxa de juros reduzida e pelas oportunidades apresentadas pelo banco. “A média é de 10% e 12%. Mas, neste ano, o percentual está em 23%”.
Sobre a influência da taxa Selic no financiamento dos equipamentos, ele respondeu que trata-se de uma referência de curto prazo. Assim, para um financiamento para aquisição desses bens ela não é aplicada devido à incerteza do mercado. Uma saída para ele seria a aplicação de uma taxa variável, para financiamentos de médio e longo prazos. E, isso é uma tendência no mercado agrícola, por exemplo.
Mensalidade pelo uso do bem
Uma modalidade diferente foi apresentada pela Grenke Brasil A solução financeira trabalha com parceiros – fabricantes, revendedores e distribuidores – e clientes finais, que pagam uma mensalidade pelo uso do bem. Ou seja, a Grenke compra o equipamento escolhido pelo cliente e o oferece na modalidade de locação. “Alguns pedidos são aprovados em até 20 minutos e trabalhamos com contratos de 12 a 72 meses”, explicou o diretor Marcio Vidal.
Barbara Moya, Key Account Manager da empresa, complementou ainda que a vida útil do bem é importante neste conceito. Assim, é possível estender o contrato para que o cliente utilize o equipamento até o final de sua vida útil. Essa extensão pode resultar em um desconto de mensalidade de até 90%. Ela disse ainda que se a opção for de um upgrade do equipamento, por exemplo, a Grenke tem uma operação bastante flexível que permite criar oportunidades de negócios nesse caso tanto para o parceiro como para o cliente.
Entre os benefícios dessa modalidade, Vidal citou que a empresa não precisará usar sua linha de crédito, a não criação de qualquer tipo de endividamento, o melhor planejamento para o pagamento das mensalidades, menor burocracia em comparação a uma aquisição de bem. Ademais, a aprovação de uma OPEX é mais rápida e fácil do que uma CAPEX.
A opção do consórcio
Já Emerson Moroz, Gerente do Consórcio Volvo, falou sobre a situação atual do consórcio no Brasil aos participantes. A modalidade também recebeu uma procura maior com a diminuição da taxa Selic. “O consórcio é uma grande ferramenta porque é investimento no médio prazo, no qual se sabe exatamente quanto vai pagar no futuro”, ponderou.
Segundo ele, o custo de aquisição do equipamento torna-se mais barato porque não há uma taxa de juros e, sim uma taxa de administração de 0,13% ao mês. O consorciado tem até 100 meses para pagar, mas pode reduzir esse prazo por meio de lance. Com isso, é possível realizar uma adequação boa do fluxo de caixa. Esse tipo de modalidade é usada para a aquisição de um bem ou para a renovação de uma frota, por exemplo. No caso da Volvo, os consorciados ainda participam de campanhas especiais, no qual podem concorrer a prêmios.
O Gerente do Consórcio Volvo ainda ressaltou que não existem taxas extras a serem pagas, apenas um reajuste dentro do poder de compra do consorciado, entre 3% a 4% ao ano. “O consórcio é genuinamente brasileiro, onde a inflação está sob controle”, disse.