Criada para atender às demandas de um grupo empresarial que atua em segmentos como os de caldeiraria, construção civil, montagens industriais e eletromecânicas, serviços em agricultura mecanizada e outros, a Santin Guindastes não para de ampliar seu campo de atuação. Em um ano que marcado pela retração no setor, ela espera encerrar as atividades com um crescimento de 10% no faturamento. Isto se deve a sua estrutura verticalizada, já que a maioria dos contratos se deve às obras de engenharia e montagem de outras empresas do grupo.
Mesmo assim, Fernando Barbieri Santin, diretor do grupo, diz que a área de guindastes atende a todo o mercado nacional e não apenas às empresas do grupo. “A diferença é que não atuamos no mercado spot e contamos com uma boa carteira de contratos”, ele afirma. Em 2014, o grupo Santin atingiu uma receita bruta de quase R$ 209 milhões, com crescimento de 21% em relação ao resultado no ano anterior. A divisão de equipamentos, que abrange a locação de guindastes e os serviços na área de transportes especiais, respondeu por 26,75% dos negócios do grupo.
Tudo começou com uma metalúrgica
Nascido a partir de uma indústria metalúrgica, que o empresário Cid Santin fundou em 1959, o grupo ainda deve quase 47% de seu faturamento à área de caldeiraria, que produz equipamentos para montagens industriais, em mineradoras, obras de óleo e gás e usinas sucroalcooleiras. Outros 17,57% veem das atividades de montagens, mas a área de movimentação de materiais, que nasceu no ano 2000, figura como uma das mais dinâmicas e tem contribuído para o crescimento contínuo dos negócios na última década.
O passo mais recente do grupo foi em 2010, com a aquisição de cavalos mecânicos e semirreboques, que resultou na criação da área de logística, hoje integrada à de guindastes. Atualmente, a Santin opera com aproximadamente 130 guindastes, de até 600 t de capacidade, além de caminhões guindauto, bem como 160 cavalos mecânicos e cerca de 300 semirreboques, entre linhas de eixo, carretas e pranchas. “Os equipamentos têm menos de cinco anos devida útil, o que nos garante alta disponibilidade e produtividade nas operações”, completa Fernando.
Ele destaca que muitas dessas carretas são extensíveis e adequadas para o transporte de pás eólicas, contando com suspensão hidráulica, eixos direcionais e sistema de controle remoto que permite manobrar seus eixos. “Fomos a primeira empresa do setor a transportar pás eólicas de Sorocaba ao Nordeste por cabotagem, com a movimentação desse material até o porto de Santos em um contrato que tivemos alguns anos atrás.”
Fernando destaca que os investimentos no setor eólico estão contribuindo para manter as atividades na área de transportes especiais, mas cita outros projetos que contam com participação da empresa. Entre eles estão a recente obra para implantação da indústria de celulose Fíbria e quase uma dezena de contratos de longo prazo para serviços de movimentação de materiais, com usinas sucroalcooleiras e até mesmo a mineradora Anglo American.
Entre outros projetos que contaram com a participação da empresa, Fernando cita a instalação da fábrica da Manitowoc, em Passo Fundo (RS), bem como diversas usinas de etanol, obras da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) e do porto de Açu. Em 2012, o grupo partiu para a internacionalização, atuando na montagem da usina de etanol da Biocom, em Angola. “Continuamos prospectando oportunidades no mercado externo”, afirma o empresário.
Atualmente, o grupo é dirigido por Fernando e seu irmão, Alexandre Barbieri Santin, que dividem as atribuições em todas as atividades das empresas. “Para atuar em algumas áreas específicas, buscamos parceria com profissionais experientes nesses mercados e que possam conduzir esses negócios com maior eficiência”, afirma o executivo. Seguindo essa linha, na área de movimentação de materiais os empresários têm sociedade com Luciano Bizzarri e na construção civil, com Júlio Cesar Salvador.
O empresário ressalta que, com essa diversidade de negócios, a Santin figura como “único player do mercado em condições de executar todo o serviço de montagem industrial ou eletromecânica”, desde o fornecimento dos equipamentos de caldeiraria, sua instalação, a execução das bases civis e a movimentação dos materiais, incluindo os guindastes e as carretas para seu transporte. “Apesar de sermos pequenos em relação a alguns grupos, estamos crescendo de forma consistente e sustentada.”
Dos cerca de 3000 funcionários do grupo, aproximadamente 700 trabalham nas áreas de movimentação de materiais, incluindo a locação de guindastes e os serviços de transportes especiais. “Trata-se de uma mão de obra qualificada, cuja qualidade é fundamental para a segurança e bom desempenho das operações; por esse motivo, investimos na capacitação desse pessoal e conseguimos retê-los, mesmo em momentos como o atual”, completa o empresário.
Além da sede do grupo, em Américo Brasiliense (SP), a Santin opera com mais de uma dezena de filiais, em Vitória (ES), Contagem (MG), Itaguaí (RJ), Passo Fundo (RS), Ribeirão Bonito (SP), Maracaju (MS) e nas operações de clientes para os quais presta serviços. “Cada unidade conta com uma área de manutenção, embora as intervenções nos nossos equipamentos sejam predominantemente preventivas, já que a maioria deles está coberta pela garantia dos fabricantes”, diz Luciano Bizzarri.
Sou operador de guindaste
Estou parado