Por Ronaldo Gonçalves Cruz (*)
Durante uma movimentação de cargas, seja em terra firme, a bordo de uma instalação offshore ou de uma embarcação, sabemos que há regras básicas de segurança que devem ser respeitadas, sendo pelo menos uma delas reconhecida como a número 1: Não permanecer sob carga suspensa.
Infelizmente ainda é frequente vermos acidentes de alto potencial de risco, quando pessoas quase foram prensadas por um guindaste ou uma carga que estava sendo içada por outra máquina de elevação.
Mas há outros riscos presentes na operação com estes equipamentos que demandam atenção e alertas. E mais ainda, a não realização destes alertas representa uma não conformidade legal, podendo ter consequências aos responsáveis pelos serviços diante da ocorrência de um acidente.
Transcrevo a seguir apenas 02 requisitos da NR-12 Segurança no Trabalho em máquinas e equipamentos que já são suficientes para justificar aquela caminhada até o equipamento de movimentação de cargas mais próximo para uma verificação.
12.12.1 As máquinas e equipamentos, bem como as instalações em que se encontram, devem possuir sinalização de segurança para advertir os trabalhadores e terceiros sobre os riscos a que estão expostos, as instruções de operação e manutenção e outras informações necessárias para garantir a integridade física e a saúde dos trabalhadores.
12.12.2 A sinalização de segurança deve:
a) ficar destacada na máquina ou equipamento;
b) ficar em localização claramente visível; e
c) ser de fácil compreensão.
Além disto, a sinalização se redigida, deve estar em língua portuguesa e não basta informar: PERIGO, pois é preciso sinalizar QUAL O PERIGO.
Tal simbologia pode ser observada na maioria dos guindastes onshore, embora em muitos a redação ainda se encontra em língua inglesa ou chinesa, e ainda há alguns símbolos que não indicam de forma clara do que se trata o alerta. Coloquei algumas imagens como exemplos nas Figuras 1, 2 e 3 a seguir.
Pode parecer estranho, mas nos guindastes offshore, pelo menos nas unidades que tive a oportunidade de visitar ao longo da minha atuação, poucas vezes constatei a aplicação destes alertas, tendo sido então apontada a necessidade de providenciar o atendimento deste requisito normativo.
Se este cenário mudou, caminhamos para segurança, mas do contrário, é ainda simples de se resolver e evitar acidentes e/ou apontamentos de não conformidade legais que sujeitam as responsáveis pelas operações a penalidades por órgãos internos ou externos de fiscalização.
Bom trabalho!
(*) Ronaldo Gonçalves Cruz, engenheiro mecânico e de segurança, com 35 anos de experiência em inspeção de equipamentos de movimentação de cargas offshore na Petrobras. Atualmente é diretor técnico da Cargopro Engenharia. Contatos: ronaldo.cruz@cargopro.com.br
