Produtora de nitrocelulose, fluorados e ácido sulfúrico, a Nitro Química investiu US$ 150 milhões nos últimos anos para modernizar e expandir sua planta, em São Miguel Paulista (SP). A obra mostrada nesta edição faz parte dos investimentos da empresa que integra uma das divisões do grupo Votorantim. Registramos a instalação de um novo tanque de álcool isopropílico, que substitui o reservatório anterior, cuja espessura estava aquém das necessidades atuais de operação da planta.
Nossa reportagem acompanhou os preparativos de içamento de parte do tanque, feito por um guindaste Liebherr LTM 1220, de 242 t e lança de 60 m (mais 39 m de jib). O equipamento tinha poucos meses de uso, sendo acompanhado de perto pelo operador Lauro Alves, um soteropolitano que está há oito anos na Guindastes Tatuapé e que nos últimos 29 trabalha movimentando guindastes.
A primeira observação de campo a respeito de uma operação de içamento é a paciência quase zen budista da equipe. Alves, por exemplo, cuidava carinhosamente dos pneus do equipamento num dos intervalos. Enquanto o guindaste era bem tratado, os profissionais da Progen, empresa responsável pela obra, realizavam a solda da parte inferior do reservatório e preparavam os andaimes exteriores para a o recebimento da parte a ser içada.
Na cabine de direção do guindaste AT (ALL TERRAIN) sobravam CDs de música. A arrumação era visível. A calma do operador principal é uma das qualidades, segundo ele, dos potenciais candidatos a assumir o comando de um equipamento de movimentação de carga. Alguns minutos depois, quando já estava içando o tanque, usando joysticks para movimentar a peça a partir da cabine de operação, Alves não tinha o mesmo sorriso do intervalo. Havia se tornado um homem concentrado, prova de que segue o que apregoa. O rigger, por sua vez, auxiliava no processo de colocação do reservatório, usando uma corda para orientar a movimentação. A comunicação direta entre os dois profissionais era simples e eficaz.
Alves posicionou a parte superior do reservatório sobre a área inferior usando o joystick da cabine de comando e as orientações do rigger. Todos olhavam curiosos ora para o tanque ora para a cabine de onde o operador comanda o processo. Apesar de presenciarem operações como essa há vários anos, a impressão que passa é que estamos diante de garotos, espantados com a aparente facilidade da movimentação.
(Maio/junho/julho de 2008)
