PERDAS E GANHOS NA TROCA DO ÓLEO

PERDAS E GANHOS NA TROCA DO ÓLEO

Klaus Meissner, especialista em guindastes da ESTA (associação europeia de locadores e transportadores de cargas especiais), tomou para si, nos primeiros dias de 2024, a missão de otimizar o regime de manutenção dos guindastes, de modo a reduzir custos e, ao mesmo tempo, aumentar a segurança.

Há um foco específico no trabalho que está realizando: as caixas de engrenagens dos guinchos de equipamentos móveis. Ladeado por dois pares na especialidade – Hermen Kamp, da Mammoet, e Gerrit van Hove, da Sarens – cujas credenciais dispensam apresentações, Meissner foi bater às portas de quatro fabricantes de caixas de engrenagens na Alemanha: Zollern, Liebherr Components, Siebenhaar e Rexroth.

O caso é que, pelo regime atual, introduzido na Alemanha na década de 1990 e depois adotado em outros países, uma grande revisão é prevista após 10 anos de utilização, para ver se a caixa de velocidades do guincho ainda está em boas condições. Ninguém discute a necessidade da manutenção, até porque o cálculo da vida útil restante de um guincho é crucial para a segurança operacional. O problema é esse horizonte de 10 anos, que muitos especialistas consideram arbitrário e que reflete a real utilização do equipamento.

Não é difícil entender o porquê. O guindaste, como um todo, tem uma expectativa de vida definida em função de parâmetros pré-estabelecidos de utilização. Por exemplo, o tempo em que ele deverá operar com carga máxima. 10%, 40%, 50% do tempo? Isso dependerá obviamente de sua aplicação. Um guindaste utilizado regularmente, por exemplo, em montagens industriais, pode permanecer muitas horas em marcha lenta segurando uma peça. Já guindastes equipados com dragline ou clamshell ou mobilizados em terminais portuários, normalmente tem um regime muito mais severo.

Considerando-se a utilização do mesmo equipamento, a troca de óleo pelo período estabelecido pelo manual pode ser prematura no primeiro caso e temerária, se não for até antecipada no segundo caso. Respectivamente, em outros termos: perda de dinheiro e risco à segurança. Essa é a questão dos especialistas da ESTA, tratando embora, especificamente da caixa de engrenagens do guincho.

“Simplificando, sentimos que existe uma maneira melhor de avaliar o estado da caixa de engrenagens e que tal medida melhoraria a segurança, aumentaria a sua vida útil em alguns casos de utilização mais leves e reduziria o número necessário de mudanças de óleo”, explica Meissner. A proposta inicial, segundo ele, é criar um regime de manutenção oficial baseado em análises regulares de óleo – algo que muitas locadoras e transportadoras na Europa e, inclusive no Brasil, já fazem geralmente de maneira pontual.

Com a excelente receptividade que obteve da parte dos fabricantes de caixas de engrenagens, o especialista em guindastes da ESTA está finalizando o estudo, que poderá incluir outros tipos de inspeções, e que será apresentado e debatido na próxima reunião da associação, no dia 25 de abril, durante a Intermat 2024, em Paris.

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