Por: Vivaldo José Breternitz (*)
O porta-contêineres norueguês Yara Birkeland está pronto para sua primeira viagem de teste e mostra como pode ser o futuro dos navios de carga. É movido a eletricidade, não emite gases geradores do efeito estufa e não tem tripulantes a bordo, navegando de forma autônoma com uma tripulação monitorando seus movimentos à distância.
Sua primeira viagem será muito curta, entre os portos de Herøya e Brevik, distantes alguns quilômetros. Não fará nenhuma grande viagem oceânica de imediato, mas se tudo correr bem, mostrará que o conceito pode gerar barcos capazes de, no futuro, virem a substituir os navios de carga que usam combustível fóssil.
Sua velocidade máxima será de 13 nós, algo como 24 quilômetros por hora; pode carregar cerca de cem contêineres. Fica evidente que o Yara Birkeland é pouco mais que um conceito, já que o Algeciras, o maior navio desse tipo, tem capacidade para 24 mil contêineres.
Embora sem tripulantes a bordo, requer humanos para carregar e descarregar sua carga, o que seu fabricante deseja mudar com futuros investimentos em guindastes autônomos e outras máquinas, tornando sua operação ainda mais econômica. Na atualidade, o transporte marítimo é mais barato em quase todas as situações.
Desafios e ganhos ambientais
Os avanços em veículos autônomos, terrestres e marítimos, têm sido grandes, mas ainda há um longo caminho a percorrer até que sejam incorporados ao nosso cotidiano. O progresso na área é impressionante, mas as tecnologias autônomas ainda estão engatinhando; assim como os carros autônomos, os navios autônomos também precisam encontrar formas ótimas de enfrentar desafios como obstáculos, tráfego e outros.
Mas, enquanto o mundo corre para eliminar o uso de combustíveis fósseis nos transportes, é importante pensar nos navios. Afinal, apenas cinco países, China, Estados Unidos, Índia, Rússia e Japão, geram mais poluentes nessa área do que toda a frota mundial; um grande navio de cruzeiro polui, por ano, tanto quanto um milhão de automóveis.