Júlio Eduardo Simões, diretor-presidente da Locar Guindastes e Transportes Intermodais, está em seu segundo mandato à frente do SINDIPESA – Sindicato Nacional das Empresas de Transporte e Movimentação de Cargas Pesadas e Excepcionais. Em um balanço de suas atividades e da diretoria da entidade, ele diz que “a principal bandeira é a moralização do setor”. Nesse sentido, explica Simões, foi lançado o Código de Ética para definir compromissos e responsabilidades da entidade, refletindo seus valores, a responsabilidade na gestão, e o conjunto das normas de conduta para dirigentes, executivos, parceiros e associadas.
Outras iniciativas nessa direção foram os manuais de boas práticas de transportes e guindastes, para servir como um guia, uma orientação, às empresas do setor, bem como o Canal de Denúncias para identificar irregularidades no transporte no sentido de ampliar a atuação contra a concorrência desleal, em favor da ética e do atendimento à regulamentação.
“Também tivemos grandes avanços, mesmo durante a pandemia, e conseguimos manter a proximidade com nossas associadas por meio da realização de reuniões em formato virtual, além de termos promovido alguns eventos importantes, como o 1º Workshop Virtual de Segurança nas Operações de Içamentos de Cargas, que contou com a participação de mais de 120 profissionais interessados no tema”.
Para Júlio Eduardo Simões, a partir do primeiro trimestre de 2021, quando a vacinação avançou, houve uma boa retomada do mercado e atividades econômicas, reaquecendo a demanda para o mercado de transporte e movimentação de carga. “De maneira geral, o ano de 2021 teve um saldo positivo para o setor, mesmo que os três primeiros meses tenham sido negativos”.
Em 2022 e 2023, ele acredita que há boas perspectivas de negócios para o setor de movimentação de cargas, já que há fortes evidências de que a procura por energia eólica crescerá em 50%. dado o avanço do mercado livre de energia elétrica. Ele também espera um aumento na demanda de cargas de projeto já em 2022 para o segmento de papel e celulose. “O cenário é o de uma demanda contínua e crescente pelos transportes dos componentes, que se tornaram maiores e mais pesados devido à evolução tecnológica, bem como contratação de serviços de guindar para montagem dos parques e fábricas de celulose”.
No plano estadual, embora envolvendo as várias especialidades de transporte, o SETCESP (Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas de São Paulo e Região) passará a ser comandado, no próximo triênio 2022-2024, por Adriano Depentor. Ele sucede Tayguara Helou, que irá se concentrar em suas atividades na iniciativa privada e passará a integrar do Conselho Superior da entidade. Adriano Depentor, que atua há mais de 35 anos na área de transportes, em grande parte na Jamef Encomendas Urgentes, já sinalizou que irá focar a questão tributária, em seu entender a mais importante para o setor. Outra será o combate ao roubo de cargas e ações junto a órgãos públicos para reverter algumas restrições para circulação de veículos de carga, em particular na cidade de São Paulo.
Tayguara Helou, que cumpriu dois mandatos de três anos, e apoiou integralmente a eleição de Adriano Depentor, considera o seu dever cumprido. Ele aponta como maior avanço durante sua gestão a profunda reforma estatutária, em parceria com o IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), mudando a raiz do estatuto que era de cinquenta anos atrás, trazendo transparência e autoridade.
“O SETCESP hoje tem um conselho superior de empresários eleitos e voluntários, um conselho de administração e um presidente executivo, no nosso caso, executiva, profissional de mercado. Nós somos, pelo estatuto, obrigados a passar todo ano por uma auditoria externa independente e publicar isso junto com o balanço, ou seja, o SETCESP é realmente hoje de fato uma entidade muito moderna e avançada”.
A reestruturação, lembra ele, também envolveu todo um processo de digitalização da entidade. “Trouxemos para o sindicato as melhores ferramentas de gestão corporativa que existem. O SETCESP é hoje o primeiro e quem sabe o único sindicato 4.0, totalmente informatizado, em nuvem. Todos os nossos processos são registrados”.
Tayguara Helou acredita que 2021 será lembrado como um ano de superação, ainda com impactos e reflexos da pandemia, mas também como um ano de implementação de um processo eficiente de vacinação em todo o Brasil. “As pessoas voltando ao consumo, ganhando confiança e o mercado brasileiro se reativando novamente”. E 2022, mais uma vez, um ano de desafios. “Nós gostamos, ao que parece, de fortes emoções. É um ano de eleições, mas acredito que possa ser também um ano de grandes oportunidades”.
