Por: Leonardo Roncetti (*)
Quando a produção de uma plataforma offshore começa a declinar, seja pela diminuição do petróleo do reservatório ou por diminuição da eficácia dos processos ou equipamentos, há ações que podem ser tomadas para diminuir esse declínio antes de atingir o tempo do descomissionamento.
Essas intervenções, via de regra, demandam serviços intensos de içamento que podem variar em complexidade e peso, podendo ser uma troca de bomba de poucas toneladas, a troca de uma turbina de dezenas de toneladas ou mesmo a substituição de um módulo completo, com centenas de toneladas.
As aplicações dos içamentos são as mais diversas, que podem utilizar os guindastes da própria plataforma, instalação de guindastes temporários, guindastes das unidades de manutenção e segurança, (UMS ou “floteis”) ou podem precisar de navios guindastes.
Exemplos dessas aplicações são:
• Içamentos para troca de equipamentos: Para revitalização dos campos maduros, como são chamados aqueles em declínio, é necessária a troca dos equipamentos obsoletos e ineficazes por outros mais modernos, com maior potência e mais eficazes, como bombas, turbinas, geradores, classificados como rotativos, ou estáticos, como vasos de pressão, separadores, skids injetores etc.
• Içamentos para reforço de estruturas: No caso de ampliações de área ou aumento de peso devido aos novos equipamentos, são necessários reforços e extensões estruturais que devem ser fabricadas em terra, içadas e movimentadas a bordo.
• Içamento de módulos: Em unidades mais antigas, pode haver previsão para inclusão de estruturas adicionais pré-fabricadas, que podem ser içadas inteiras, podendo pesar centenas de toneladas.
• Aumento da capacidade de pessoal a bordo (POB): É frequente, para a nova operação, a necessidade de içamento para troca ou adição de meios de salvatagem, principalmente baleeiras, que, geralmente, não podem ser içadas com guindastes, por estarem próximas ao casario, longe do alcance deles.
• Içamento de equipamentos elétricos: Troca de transformadores e painéis elétricos são desafiadores, pois ficam em conveses inferiores e salas elétricas, sem acesso do guindaste, necessitando técnicas de remoção e de estruturas provisórias para a movimentação.
Para o êxito nessas atividades são necessários planos de rigging detalhados, planejamento antecipado, inspeções e testes, bem como equipes treinadas e experientes. Assim, a engenharia de içamento contribuirá para a eficácia operacional e segurança da extensão da vida útil dos ativos offshore.