Por Wilson Bigarelli
Praça de São Pedro, Vaticano, dia 23 de novembro de 2017. Um abeto – uma espécie de pinheiro, com 28 metros – é içado por um guindaste Marchetti, modelo MTK 1006, da locadora Minguzzi. Nada mais italiano, não fosse o dito abeto um presente da arquidiocese de Elk, uma freguesia no nordeste da Polônia. A bela árvore, com 60 anos, sobreviveu a um raio em sua terra natal e chegou à sua nova morada depois de 12 dias de viagem de caminhão. Dia 7 de dezembro ganhará luzes e adereços junto a cenas da natividade em tamanho real que serão montadas na praça. A família Minguzzi, que se orgulha de sua tradição secular em “sollevamento e transporti”, não foi escolhida por acaso.
Embora seja uma empresa de pequeno porte, com uma frota de cerca de 15 guindastes, em sua maioria Marchetti, fabricante da vizinha Piancenza, e alguns , a Minguzzi é especialista em “movimentazione di opere d’arte”. Basta checar o seu portfólio, que inclui a Pietá, de Michelangelo, o imperador Marco Aurélio (montado sobre um cavalo), o Coliseu e, dentre outras “óperas”, as lobas que amamentaram Rômulo e Remo na origem lendária de Roma. O seu principal contratante é a Prefeitura de Roma e os fiscais, curadores de museus, restauradores e funcionários do patrimônio histórico (da humanidade!) sempre atentos e, geralmente, atacados e desesperados, durante a movimentação das peças.
O içamento do abeto, com um guindaste para 80 t, em área aberta, sob a luz do dia e com turistas, lambretas e pombos afastados, foi talvez o mais tranquilo dos tantos feitos pela locadora romana, que tem como lema: “Trasportiamo anche (também) il “peso” della storia”.