Por Renato Garcia Cavalcanti (*)
A engenharia de movimentação de cargas, mesmo que parte fundamental, corresponde apenas a uma parcela do que é necessário. É preciso que vá além da viabilização técnica em si para desenhar, calcular, analisar riscos para controles e descrever os métodos.
Entre outras atribuições técnicas. Ela também pressupõe que os profissionais da área sejam detentores das melhores práticas gerenciais de integração e controle dos projetos.
E que sejam resilientes, detentores de boa comunicação e corretos para não se corromper nem permitir induções errôneas, assinando exatamente o que se propõem a cumprir com seus serviços em acordo com suas qualificações.
Transparência e atendimento de expectivas
Atuando hoje como consultor técnico e instrutor de treinamentos, e extremamente orientado à segurança, afirmo, com tranquilidade: É hora de termos maior transparência com os clientes. É o momento de focarmos em pessoas, sermos parte dos negócios e desafios de nossos parceiros. De modo que possamos vender o justo, executar o acordado em escopo e controlar o processo. Para ao fim efetuar as entregas em atendimento das expectativas.
Para chegarmos a isso, considero dois fatores, que chamo de chaves fundamentais:
Gerenciamento de projetos
A primeira chave é o gerenciamento de projetos. Com a importância na geração da ampla visão e controle dos trabalhos na utilização das melhores práticas. Para assim ter condições de projetar cenários futuros com antecipação das devidas medidas.
Adotando, para tanto, ferramentas para estimativas paramétricas/análogas. Tais como (Dados/Experiências), análise de três pontos – “PERT” (Otimista / Pessimista / Realista), MCC (Método do Caminho Crítico), opiniões especializadas, entre outras. Com isso, facilita-se antecipar e ativar ações nos exatos momentos na linha do tempo. Fazendo link das dependências por interfaces com os pacotes de trabalhos em suas devidas posições aos grupos de processos (Iniciação / Planejamento / Execução / Controle / Encerramento), em referência ao guia de gerenciamento de projetos PMBOK. Como exemplo, segue um modelo básico em prestadores de serviços, partindo da visão de contratante.
Tenho uma frase que criei e utilizo há muitos anos, e aqui posso compartilhar: “Nada é o que é…, até que seja”. Este é um verdadeiro conceito de conversão de energia/esforço, em prol de uma meta/objetivo. Isso significa que, entre um objetivo esperado e o real resultado, temos uma linha tênue, que deve ser trabalhada para alcance das metas.
Não se requer apenas certificados, mas, sim, experiência técnica com vivência prática comprovada, cujo principal background neste assunto, é a arte da engenharia de movimentação de cargas.
No desenvolvimento da engenharia são fundamentais: capacitação, certificação, qualificação e proficiência. No entanto, além disso, para realmente fazer as coisas acontecerem seguramente, com qualidade, em cumprimento de escopo, custo e prazos. Há de se ter habilidades com gerenciamento de projetos, para que os trabalhos sejam eficientes e tenham eficácia no alcance de seus alvos.
Conformidade com as leis, regulamentos e regras
A segunda chave ligada à nova era das tendências do setor, sob a minha visão, é o compliance, que vem da palavra comply = cumprir. Ou seja, estar em acordo, em conformidade com as leis, regulamentos e regras. Nota-se que mesmo grandes potências não se salvam quando as condutas se corrompem. Afinal, contra fatos explícitos, não existem interpretações seletivas justificáveis. Ser organizado, correto e diligente, nos conduz a integridade, não sendo diferente em uma corporação.
Em complemento, compartilho um esquema que elaborei com base na técnica de um mapa mental, que trata das potenciais falhas em projetos: conflitos de interesses, engenharia, falta de treinamentos e problemas de comunicação.
As chaves “Gerenciamento de Projetos e Compliance” também estão destacadas para facilitar a identificação das áreas que possam conter desvios. E para concluir, foi adicionado um comparativo simples com “atitudes que comprometem x estratégia para cumprimento”.
(*) Renato Garcia Cavalcanti é engenheiro mecânico, pós-graduado em estruturas metálicas e gerenciamento de projetos. Possui vasta experiência no setor de movimentações de cargas com atuação no Brasil e Exterior, em projetos de diferentes portes e níveis de complexidade técnica e logística. Como responsável técnico, atuou nas posições de Gerente de Engenharia e Engenheiro de Projetos por 12 anos entre Locar e Mammoet. Atualmente, é um dos responsáveis técnicos da Desperte Engenharia, como Consultor Técnico, Instrutor de Treinamentos e membro voluntário do comitê técnico ABNT / ABENDI em normatização e certificação setorial. renato@desperte.eng.br