Por: Eduarda Bechelli, Anabeat Albano e Enzo Dias- Fotos: Gildo Mendes
“A gente teve um ano bom, entraram muitas máquinas, um número bem expressivo. A área de infraestrutura no Brasil está andando bem, está tendo muito movimento, então está tendo um crescimento bom para o setor. Acho que até mais do que o esperado”, diz Júlio Eduardo Simões, presidente da Locar Guindastes e Transportes e do Sindipesa.
Na entidade, diz ele, a principal bandeira é desenvolver a parte de segurança nas operações, desenvolver a parte de custos e de aprimoramento. “Também mostrar para os associados o trabalho que a gente tem, o tipo de serviço que a gente presta, e os custos que a gente tem – que a gente ficou um pouco defasado – acho que é um dos maiores desafios”. Em relação a 2025, ele lembra que todo nós dependemos muito da parte política. “Se tudo correr bem e os problemas mundiais aí, que é guerra aqui, conflito ali, eleição nos Estados Unidos… Eu acho que deve atrapalhar pouco a gente. Eu acredito num crescimento o ano que vem, bom, eu não sei se igual esse ano, mas devemos ter um crescimento sim”.
Para Antônio Luiz Leite, CEO da Primax Engenharia e Logística 2024 pode ser definido como um ano bastante difícil e trabalhoso. “O governo federal também está com muita incerteza ainda da economia. Uma hora o dólar bate seis, outra hora se diz que o petróleo vai aumentar muito… Essas são inseguranças para o mercado, o que nos traz grande dificuldade de trabalho na área de setor de transporte, logística e montagem. Também houve atraso em grandes obras.
A Primax, no entanto, segundo ele, tem investido muito para a modernização e crescimento da nossa empresa. E tem trabalhado muito na mineração, complementando seu portfólio tradicional na indústria automotiva e de autopeças, além de outros segmentos, como de higiene e limpeza. “Eu mantenho o otimismo e acredito que 2025 pode ser um ano bastante promissor para nosso setor. E nós já estamos e já temos também investimento preparado para esse ano de 2025”.
Alexandre Andrade, diretor executivo da Guindastes Tatuapé, avalia 2024 como um ano desafiador, com entrada muito grande de equipamentos no país e uma concorrência bastante acirrada. E a Guindastes Tatuapé, segundo ele, não foge à regra e continua a investir, e o melhor exemplo é o novo guindaste Liebherr LTM1110-5.2 com LICCON3, o primeiro em operação no país.
“A Tatuapé está inserida em tecnologia, em qualidade, em excelência, e isso nos diferencia. Em 2024, trabalhamos muito no setor de Óleo e Gás, em projetos industriais e na construção de um modo geral, inclusive no segmento eólico. Nesse último caso, mesmo que haja uma retração em 2025, a empresa continua olhando firme para o mercado, investindo e reafirmando seu compromisso perante o segmento. Será um ano desafiador também”.
“2024 não foi um ano fácil, isso é fato, mas a Cordeiro conseguiu aproveitar as oportunidades e a cada ano a gente está conseguindo crescer e mostrar o nosso trabalho”, avalia Aldelfredo Mendes, diretor comercial do grupo Cordeiro. O foco, segundo ele, são investimentos no complexo logístico no Porto de Pecém e em equipamentos de grande porte: máquinas de 500 toneladas, 600 toneladas, 800 toneladas. O Grupo Cordeiro vem atuando muito forte no mercado eólico, em montagem de parques eólicos, em manutenções dessas turbinas e está expandindo sua atuação no mercado de mineração.
“A perspectiva de 2025 é um ano de prosperidade, de projetos, pautado em hidrogênio verde, na mineração e em algumas indústrias de papel celulose. Estamos avaliando também novos investimentos em alguns outros grupos de equipamentos, guindastes de outras capacidades e conjuntos transportadores para a gente ampliar o nosso mix de soluções para os nossos clientes”.
Daniel Augusto Habaeb Cruz, gerente de SSMAC da Vale, diz que o ano de 2024 foi bastante positivo para a mineradora. Ele lembra que em sua área somente o Projeto Maximização Capanema chegou a contar com mais de 6 mil pessoas e fornecedores de várias regiões do país.
“A Vale é uma empresa que trabalha com mineração, só que hoje a gente tem grandes projetos, grandes áreas, muita gente envolvida nessas atividades de projetos de capital e nas áreas de operações também. Um dos grandes focos da empresa é ser uma empresa sustentável, trabalhar com a comunidades locais pessoas, ser um bom vizinho. E do ponto de vista operacional investir muito em segurança, porque trabalhar com içamento é um trabalho muito crítico e com muitas pessoas envolvidas, muitos trabalhos e temos que ter um cuidado extra nesse caso”. Em 2025, segundo ele, as perspectivas para a mineração são muito boas, em termos de crescimento e de produção também. São vários os investimentos já previstos e confirmados nas várias unidades de produção”.
Edvaldo Peixoto, diretor da IPS Engenharia, diz que os trabalhos realizados pela empresa para obras de infraestrutura, com destaque para os tabalhos realizados na Rodovia Presidente Dutra, responderam por 30% do faturamento em 2024. A IPS também tem importante contratos junto à indústria alimentícia e petroquímica. Foi um ano positivo, que permitiu aumentar o quadro de engenheiros e renovar computadores e softwares utilizado na elaboração de planejamentos de rigging.“A perspectiva é boa para 2025. Estamos trabalhando há alguns anos em alguns projetos grandes, de longo prazo. Esperamos que haja uma continuidade, assim como em 2024”
“Um ano positivo”, diz Eiti Miura, gerente de novos negócios da Transdata Engenharia e Movimentações. “Acho que no nosso segmento o desafio é constante, e a Transdata, como uma empresa diferenciada no mercado, procura sempre investir em segmentos alternativos e, lógico: sempre buscando o foco na nossa atividade, em movimentação industrial e siderurgia. Mas temos novidades para o ano que vem aí também. Então, eu acho que 2025 vai ser tão bom quanto foi 2024. Já temos um plano traçado e algumas propostas aí na mesa para gente poder trabalhar”.
Flavio Padilla, gerente de Contratos da Sistermi Locação de Máquinas e Equipamentos, diz que 2024 foi um ano bastante significativo, com início e renovação de novos contratos. A empresa atuou fortemente nos setores de mineração, siderurgia e estradas de ferro. Foi um ano também de grande investimentos na frota, em guindastes, empilhadeiras e manipuladores. “Então neste ano, a gente entendeu que foi um ano de investimento e impulsionamento para a gente se preparar para os próximos anos”. Segundo ele, a Sistermi vê com bons olhos o ano de 2025 e está preparada para eventuais mudanças em cenários em seus mercados de atuação.
Óleo e gás, mineração, com certeza foram as principais mercados de atuação da Makro Engenharia em 2024, diz o gerente comercial Igor Campos. “Mas a gente também conseguiu evoluir e ter novos negócios em siderurgia. E na parte da eólica também. Fizemos investimentos pontuais em guindastes, carretas e empilhadeiras, mas, principalmente, em tecnologia. Em um CCO muito robusto para atender e dar mais eficiência ao nosso negócio e às soluções para nossos clientes”.
Ele entende que, em 2025, em razão do grande número de equipamentos disponíveis hoje no Brasil, a competição vai ser bastante acirrada entre as empresas do setor. E a empresa, segundo ele, já tem alguns investimentos pontuais sendo traçados para complementação de recursos da frota”.
Ivan Mombeli Desidério, supervisor de Rigging da Construcap, lembra que a empresa, tradicional em projetos de engenharia civil, entrou forte no segmento de montagem eletromecânica. E, depois da mineração, a tendência é passar a atuar também em outros setores, como Óleo e Gás e celulose. Em sua avaliação, o ano foi muito positivo, e o trabalho realizado no Projeto Maximização Capanema, muito difícil de ser realizado, foi um marco nas operações da empresa. E, em 2025, a Construcap já tem muitas obras novas e o foco é agregar novos projetos de montagem eletromecânica.
João Pedro Alves Reis. coordenador da Vertical Equipamentos, diz que 2024 foi um ano bom, para as atividades da empresa e deu oportunidade para novos investimentos em equipamentos. As perspectiva, segundo ele, são boas, tanto na área de atuação tradicional, industrial e petroquímica, como na de energia.
Marco Ceriello, diretor comercial da Locar, diz que a empresa atuou em 2024 em praticamente todos os setores e segmentos, desde mineração, óleo e gás, siderurgia, e transporte na parte de energia, tanto para o segmento eólico como linhas de transmissão. Investimentos foram feitos no setor marítimo, de plataformas e guindastes e, segundo ele, o balanço final é positivo e há grandes expectativas em relação a 2025.
Marcos Cunzolo, diretor executivo da Cunzolo, diz que o ano de 2024 foi bom e deu oportunidade para renovação da frota, com a aquisição de guindastes de 120, 230 e 250 t. Esse processo, segundo ele, deve ter continuidade no ano que vem, com investimentos em equipamentos diferenciados, como guindastes elétricos e outras tecnologias. “Conseguimos crescer em 2024 o que a gente gostaria de crescer. Temos boas perspectivas para o próximo ano e queremos continuar inovando no mercado de movimentação de carga”.
Mariana Saraiva, gerente comercial da Saraiva Equipamentos, diz que a avaliação do ano é positiva, com operações importantes principalmente no segmento eólico e, em seguida, nos setores de Óleo e Gás, mineração e infraestrutura. Em termos de equipamentos, o grande destaque foi a integração na frota de novos guindastes, de 450 e 800 t. “A gente está bastante otimista e principalmente pensando em capilaridade na empresa. A gente está no estudo ainda de investimentos, sem poder falar mais um pouco, mas sim, estamos pensando”.
Paulo Tércio, diretor de operações e Carlos Neto, engenheiro de campo, da Montcalm Montagens Industrial, destacam os grandes projetos realizados pela empresa no setor de mineração e também junto à indústria química em 2024. O maior investimento, dizem eles foi mesmo em desenvolvimento de pessoas. “Em equipamentos, a renovação é constante e pensamos sim em fazer novas aquisições, por conta de novos contratos em 2025”.
, diz que em 2024 a empresa realizou importante trabalhos na sua área tradicional, a construção civil, e no segmento metalúrgico e na usinas. Foi o ao também de integração na frota do guindaste de 500 toneladas. “Estamos com uma perspectiva boa para o ano que vem também, de continuar o crescimento exponencial que a gente vem tendo e aquisição de novos equipamentos também já está em rota de previsão”.
BALANÇO E PERSPECTIVAS DOS FORNECEDORES
Adriano Battazza, vice-presidente de vendas da Tadano Américas, vê o setor ainda em crescimento em 2024. “Eu acredito que ainda estamos numa curva ascendente. O panorama do perfil das máquinas, eu acho que mudou um pouco, para máquinas mais pesadas. As máquinas continuam crescendo em tamanho e capacidade, que o mercado consome. A questão é: se esse crescimento, se essa força que a gente tem sentido se mantém? Por quanto tempo se mantém, ou ainda já em 2025?”.
A Tadano Américas, segundo ele, nos últimos três, quatro anos tem registrado números recordes de crescimento e lucratividade e tornou-se a maior do Grupo. “Para o ano que vem a gente imagina, na América Latina, ainda um momento de crescimento. Na América do Norte, um crescimento mais suave. A gente acredita que vai diminuir um pouco essa robustez, a vibração que está no mercado norte-americano”.
Para Cristiano Carvalho, executivo de vendas da Sany do Brasil, o ano de 2024 foi realmente muito competitivo, mas também de sucesso para todo o setor de elevação, movimentação de carga. “No caso da Sany do Brasil, tivemos um avanço em todos os setores dentro da empresa, com a introdução de novas tecnologias e equipamentos de grande capacidade.
E clientes importantes que absorveram esse tipo de equipamento, e que nos deu oportunidade de iniciar essa parceria de grande responsabilidade, acima de tudo”. 2025, segundo ele, vai ser um ano difícil, como todos os anos são, “mas a gente tem uma percepção de mercado para um ano com um pouco mais de dificuldade, obviamente, do que 2024. Mas com novas oportunidades e novos projetos, além de novas soluções da Sany, agora com nova sede em Jacareí (SP), para garantir total suporte a nossos clientes”.
Daniel Fratini, head comercial do Banco XCMG, diz que a XCMG contabilizou um crescimento de vendas no setor em relação ao ano de 2023. “A gente vê o segmento crescendo e esperamos que com novas obras de infraestrutura que estão programadas, haja um crescimento ainda maior em 2025”. Ele lembra que a empresa sempre foi muito forte no segmento de máquinas de médio e pequeno porte. “E agora, a partir deste ano, nós estamos mostrando também que temos grande qualidade nas máquinas de grande porte”.
Para René Porto, gerente divisional de guindastes sobre esteiras e pneus da Liebherr Brasil, 2024 foi um ano bastante aquecido, onde a empresa conseguiu vender um volume bastante expressivo de guindastes, de diferentes capacidades e modelos. Internamente, lembra ele, a Liebherr continuou expandindo sua área técnica de pós-vendas e também de reformas estruturais e completas de equipamentos na fábrica em Guaratinguetá (SP) – e teve uma agenda completa de treinamentos no nosso centro de treinamento. “Então, para a gente, o ano de 2024 foi um bom ano, foi um ano bem melhor do que os últimos que já tivemos, em termos de negócios e de serviços. Em 2025, segundo ele, talvez haja uma queda na demanda de guindastes no segmento eólico, em razão da redução no número de projetos para montagem de usinas. “No entanto, lógico, vendemos guindastes para todos os segmentos e esse é apenas um deles, então a gente imagina que uma coisa pode até compensar outra, mas de maneira geral, a gente imagina que seja mais ou menos igual a 2024, talvez um pouquinho abaixo”.
Paulo Henrique Andreotta, gerente de marketing da Zoomlion, lembra que a empresa é muito dedicada à inovação de acordo com as necessidades de cada região onde ela atua. No Brasil, ele destaca em 2024 a introdução do primeiro guindaste para 800 t e outro da classe de 260 t, ampliando as opções da marca no país. “Eu entrei em agosto na empresa, mas eu vejo que é um setor que está em constante crescimento. Eu acho que para 2025 promete muita coisa boa também. E para 2025 o nosso compromisso é continuar com inovação e trazer cada vez mais novidades para facilitar e melhorar o dia a dia das empresas do setor”.
Para Reinaldo Tavares, gerente comercial da Envimat/Terex, 2024, depois de um bom primeiro trimestre, em geral não foi muito promissor para a Terex. Ele cita problemas conjunturais, como a variação no câmbio, e também uma certa desaceleração no mercado. Por outro lado, internamente uma grande questão foi resolvida: a distribuição dos produtos da marca no país, que passou a ser feita por uma empresa especialista, a Envimat. “As perspectivas para o próximo ano são boas. A gente tem mudanças na linha RT. A Terex está expandindo a sua linha, e vai lançar máquinas acima de 100 toneladas. E a gente quer investir muito na linha “Franna”, que é uma das máquinas da Terex produzidas na Austrália, um guindaste pick and carry, que não tem concorrência no país”.
Luciano Dias, diretor de Vendas da Manitowoc, avalia que o ano de 2024 foi desafiador para a empresa. “O balanço que fazemos, em geral, é que tem muita demanda. A concorrência é muito árdua e faz exatamente a gente pensar fora da caixa. Tivemos muitos aprendizados ao longo desse ano para a gente poder se manter no mercado de forma diferente”. A Manitowoc, segundo ele, tem direcionado todos os investimentos para o departamento de suporte ao produto. “O objetivo é o de estarmos cada vez mais próximos dos nossos clientes, seja locador, usuário final, montadores, construtores, em termos de prestação de serviço, venda de peças de reposição e prestação de serviço em geral. Vamos ser a maior empresa de prestação de serviço e venda de peças para poder manter a frota dos nossos clientes com o valor residual melhor e, também, o mais importante, 100% operacional para a geração de receita”.
Deivid Garcia, diretor da Iron Mak, avalia o mercado em 2024 como bastante aquecido. “Alguns segmentos, como o do eólico, deram uma esfriada, mas ainda tem grandes promessas para 2025, então o fechamento foi ótimo, acho que foi o ano que mais se vendeu guindaste no país e carreta, no nosso caso, módulo de transporte também vendeu bastante. O mercado consumiu bastante e ainda tem bastante espaço para 2025”. “Tivemos um aumento de mais três representações este ano e devemos assumir mais duas representações para o ano que vem. Estamos bastante otimistas, contratando gente, investindo em novas instalações, peças e pós-venda para nosso mercado”
Fernando Smith, diretor da Timbro Trading, comemora em 2024 o aumento no volume de negócios e acredita que o ano de 2025 será tão movimentado como este. “Nós trouxemos, entre outros, os dois maiores guindastes em operação do Brasil para um cliente chinês, crescemos nos equipamentos de movimentação de carga, e fizemos bons projetos de mineração. Então, foi um ano de muitas conquistas. Em 2025 a gente deve fazer mais investimentos em infraestrutura, em pátios, áreas de movimentação, PDIs, Pre-Delivery Inspection para alguns dos nossos clientes. Temos ótimas perspectivas ótimas”.