As correntes apresentam inúmeras vantagens com relação a outros meios de içamento em muitas operações. São extremamente resistentes a intempéries e a cantos vivos. Além da maior flexibilidade, tornando seu manuseio e armazenamento mais fácil e ergonômico.
As correntes usadas para operações de içamento e amarração de cargas seguem critérios rigorosos nos processos de fabricação. E nunca devem ser confundidas com as correntes comuns. A norma ABNT NBR ISO 3076 estabelece os requisitos de fabricação e dimensionais para as correntes.
As correntes para içamento e amarração de cargas são classificadas por grau de qualidade. Os quais podem ser grau 2, 5, 8, 10 ou 12. O grau de qualidade representa o limite de resistência do material com o qual a corrente é fabricada.
A Carga Máxima de Trabalho (CMT) equivale a 0,25 vezes a carga de ruptura mínima (CRM). E a carga de prova de fabricação (MPF) deve ser 2,5 vezes da CMT e ser aplicada em todos os elos da corrente. Além de atender ao requisito de limite de resistência, deve-se também considerar o alongamento mínimo antes da ruptura. [1]
Tensões nominais e alongamento para cada grau de qualidade
Ensaio de dobramento também é requerido, onde o elo deve suportar um dobramento lateral correspondente a 80% do diâmetro nominal da corrente. [2]
Quanto a resistência a fadiga, a corrente deve suportar, pelo menos, 20.000 ciclos com 50% de sobrecarga nominal.
Para existir compatibilidade entre os acessórios de montagem dentre diferentes fabricantes, a norma EN 818-2 estabelece tamanhos padrões das correntes, mas em casos de tamanhos especiais, devem respeitar as mesmas proporções das dimensões padrões. [3]
Figura 1 – Elo de Corrente Soldado
Outra característica muito importante para as correntes de içamento e amarração de cargas é sua marcação. Elas devem ser marcadas, pelo menos, a cada 20 elos ou 1 m, o que for menor, com a marca do fabricante, rastreabilidade e grau de qualidade. [2]
Para garantir a segurança nas operações de içamento e amarração de cargas é muito importante utilizar as correntes que atendam aos requisitos normativos, tanto quanto aos critérios dimensionais, como os testes de fabricação. Por isso, é muito importante conhecer a procedência das correntes.
Veja como diferenciar corrente comum de corrente para içamento e amarração de cargas:
Referências Bibliográficas
- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 3076: Correntes de elos curtos de aço de secção circular para elevação de cargas – Correntes de tolerância média para lingas de correntes – Grau 8: Referências. Rio de Janeiro, p. 24. 2012.
- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 1834: Correntes de elos curtos para elevação de cargas – Condições gerais de aceitação. Rio de Janeiro, p. 12. 2005.
- DEUSTCHES INSTITUT FÜR NURMING (2008). DIN EN 818-2 – Short link chain for lifting purposes – Safety – Part 2: Medium tolerance chain for slings – Grade 8.
(*) Elias de Lima Oliveira é Engenheiro de Soldagem pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Engenheiro Mecânico pela Universidade de Mogi das Cruzes, Licenciado em Matemática pela Universidade de Mogi das Cruzes e Supervisor de Engenharia da RUD Correntes Industriais Ltda. elias.oliveira@rud.com.br