Por Leonardo Roncetti (*)
Os contêineres são equipamentos fundamentais, não só para o comercio mundial, mas para o funcionamento das plataformas offshore, visto que, boa parte do material é embarcado e desembarcado em contêineres.
Num passado recente, sem haver distinção dos tipos de contêineres, devido aos esforços dinâmicos do içamento offshore, havia grande quantidade de acidentes nos içamentos, pois eram utilizados os contêineres conhecidos como “comerciais”, “marítimos” ou contêineres ISO, usados normalmente no comercio internacional, içados em condições bem mais favoráveis que aquelas do içamento offshore.
Para resolver isso, a International Maritime Organization (IMO), em 1998, emitiu diretivas para certificação e uso de contêineres offshore, que na prática, proibiu o uso de contêineres marítimos em içamentos offshore.
A partir daí, foi publicada, em 1999, a norma europeia EN 12079, baseada no guia da IMO e empresas certificadoras lançaram seus guias específicos para contêineres offshore. Por se tratar de norma continental, ainda havia diversidade mundial de critérios de fabricação, inspeção e testes, gerando aumento de custo operacionais e riscos no içamento.
Visando aumentar a padronização e harmonização global, em 2018, a International Organization for Standardization (ISO), lançou a série ISO 10855, que trata do projeto, fabricação, inspeção e teste dos contêineres offshore, substituindo a norma EN 12079, que vigora como EN ISO 10855.
Estas normas ISO foram baseadas no guia da IMO, EN 12079 e nos guias das empresas certificadoras, tornando-se atualmente, a norma capital para contêineres offshore mundialmente, reduzindo os custos operacionais, facilitando o intercâmbio desses equipamentos e aumentando a segurança dos içamentos offshore.
Principais características dos contêineres offshore
- Içados exclusivamente por olhais de içamento e uso de lingas, quando em mar aberto.
- Podem possuir corner blocks padrão, mas somente para içamento onshore.
- Estrutura muito robusta, para suportar os impactos dos içamentos offshore.
- Maior variedade de dimensões e capacidade de carga em relação aos contêineres marítimos.
- Podem ser projetados na forma de caixa ou cesta.
- Não podem ser transportados empilhados.
Leonardo Roncetti, engenheiro, é doutorando em içamento offshore pela COPPE-UFRJ, mestre em estruturas offshore pela COPPE-UFRJ, e diretor da TechCon Engenharia e Consultoria. Contatos: leonardo@techcon.eng.br
