Por Leonardo Roncetti *
Uma das mais significativas diferenças entre as operações de içamento em terra e offshore é o movimento da base de apoio do guindaste. Enquanto em terra tem-se uma base praticamente fixa, em mar, principalmente nas plataformas flutuantes, a base do guindaste translada-se em todas as direções, combinando-se juntamente com movimentos de rotação, geralmente ocorrendo ao mesmo tempo.
A consequência desses movimentos é a amplificação das forças na carga, nas lingas, no cabo e no próprio guindaste. Também há a amplificação do movimento da carga, com aumento da velocidade e amplitude de movimento. Além disso, devido ao efeito das ondas, há o movimento relativo da carga e ponto onde ela vai ser colocada ou retirada.
Nas operações de içamento em ar e água, isto é, onde vai-se içar uma carga no ar e introduzi-la na água, ou vice-versa, como o caso de equipamentos submarinos, aumenta-se o risco, pois além dos movimentos já descritos, atua agora a força hidrodinâmica da água e ondas, exigindo ainda mais da resistência dos componentes e perícia dos operadores.
Para diminuir o , bem como diminuir a velocidade da mesma ou mantê-la quase estática em relação a um ponto, há equipamentos especiais denominados compensadores de heave, que compensam o movimento vertical relativo entre a carga e guindaste, sendo basicamente de dois tipos: passivo (passiveheavecompensation) e ativo (activeheavecompensation).
O compensador passivo é composto de um sistema hidráulico e mecânico que acumula ou libera energia, estendendo ou recolhendo um cilindro que sustenta a carga, reduzindo seu movimento vertical.
O compensador ativo dispõe de sistema computadorizado que calcula o movimento do guindaste e libera ou recolhe o cabo para manter a carga em uma mesma posição vertical independente da movimentação do guindaste.
O aumento crescente da tecnologia e consolidação da engenharia de içamento offshore vêm permitindo realizar com sucesso operações cada vez mais complexas, mantendo um nível de segurança satisfatório, preservando propriedades, meio ambiente e principalmente vidas.
(*) Leonardo Roncetti, engenheiro, é doutorando em içamento offshore pela COPPE-UFRJ, mestre em estruturas offshore pela COPPE-UFRJ, e diretor da TechCon Engenharia e Consultoria. Contatos: leonardo@techcon.eng.br
Leia mais artigos sobre içamento em operações offshore