CANIVETE MOSTRA SUA VERSATILIDADE NA CESARMAQ

Por Haroldo Aguiar

O empresário Júlio Cesar Silva, da locadora de guindastes Cesarmaq, ingressou no mercado de movimentação de cargas por uma questão de oportunidade de mercado, mas não imaginava que o negócio se transformaria em uma atividade tão promissora. “Como tenho uma distribuidora de postes, opero com caminhões guindauto para a entrega dos produtos e nossos clientes começaram a solicitar sua locação para serviços em rede elétrica”, diz ele.

Passados 17 anos, a Cesarmaq conta com uma frota de 24 guindastes, de 25 a 220 t de capacidade de carga, e 10 equipamentos de apoio, entre plataformas aéreas de trabalho, pórticos e carretas para transporte de máquinas e remoções industriais. Sua principal atividade, entretanto, é a movimentação de cargas para construções imobiliárias, obras industriais, rodoviárias e de metrôs, que respondem por cerca de 60% dos contratos.

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Por esse motivo, Júlio Cesar explica que resolveu adequar o perfil de sua frota de caminhões guindauto, que contava apenas com guindastes do tipo trave. “Como esse modelo opera apenas na carga e descarga dos caminhões, em serviços de remoção, decidimos investir na aquisição de articulados do tipo canivete, mais indicados para atender esse mercado”, diz ele. Há um ano, a empresa adquiriu um guindaste HBR 150, da Hyva, que tem 15 toneladas métricas ™ de capacidade e, em seguida, incorporou à frota dois modelos HBR 450, de 45 tm de capacidade.

Com os modelos canivete, a Cesarmaq vem contabilizando maior rapidez no atendimento aos clientes. “Como eles são acionados por bombas de pistão de elevado fluxo hidráulico, o ganho na movimentação da lança chega a 10%.” Considerando que, em uma viagem, o caminhão carrega até 12 paletes de blocos de concreto, o tempo de descarga diminui significativamente. “Para nós, o menor tempo de locação pode aparentemente ser menos atrativo, mas o cliente também tem essa percepção, o que nos dá mais competitividade na conquista de novos contratos”, completa o empresário.

Fácil implementação

Ele destaca que esse tipo de guindaste também permite levar a carga até o ponto em que precisa ser entregue. O modelo HBR 450, por exemplo, atinge 21,3 m de altura e 17,5 de alcance vertical, com uma carga de 1.250 kg na ponta da lança. Para Paulo Cesar Nonemacher, diretor da divisão de guindastes da Hyva, esse modelo pode quebrar um paradigma no mercado de articulados, onde os canivetes são vistos como equipamentos de menor capacidade de carga, de no máximo 20 tm. “Isso se deve à tecnologia utilizada nos materiais, nos comandos de válvulas e sistema hidráulico”, afirma o executivo.

Nonemacher diz que o equipamento foi desenvolvido no Brasil, por engenheiros da Hyva italiana, para atender as necessidades do nosso mercado. As características dos veículos disponíveis para implementação e das vias a que são submetidos também foram consideradas. “Como ele é compacto e ocupa apenas 1,375 m de largura, sobra mais espaço na carroceria para o transporte de materiais.” As exigências para que o caminhão receba o implemento, segundo ele, estão relacionadas somente à potência do seu motor, à distância entre-eixos e que seu peso bruto (PBT) seja acima de 23 t.

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No caso da Cesarmaq, que foi a primeira a adquirir um modelo da marca com essa capacidade de carga, os guindastes HBR 450 estão implementados em caminhões Atego 2426, da MercedesBenz, e Constellation 24.2480, da MAN. Segundo Júlio Cesar, o fato de ter seu peso centralizado também contribui para reduzir os custos de implementação e vem implicando em menores gastos com a manutenção dos veículos. “Mesmo com o reforço da suspensão e das molas para a implantação de um articulado tipo trave, ele inegavelmente gasta mais os pneus no lado com maior carga”, ele constata.

Essa característica, aliás, estimulam a Hyva a apostar nos modelos canivete para disputar a liderança no mercado de guindastes articulados. “Devido à tecnologia envolvida, eles têm um custo de aquisição um pouco mais alto que os guindastes trave, que é compensado com o menor custo de implementação e até mesmo de operação do equipamento”, pondera Nonemacher. No primeiro caso, ele ressalta que, mesmo em se tratando de um guindaste de 45 tm, o caminhão é dispensado de modificações e de reforço na suspensão, recebendo apenas um sobre-eixo para a implantação do guindaste.

Economia de combustível

Os ganhos na operação, por sua vez, não estão relacionados apenas à versatilidade conferida pela lança e à rapidez na sua movimentação, mas também ao menor consumo de combustível. “Por trabalhar com pressões hidráulicas elevadas, de 250 bar, o HBR 450 opera com uma rotação de motor mais baixa que os modelos trave da mesma categoria”, afirma o executivo da Hyva. Ao eliminar a aceleração do motor do veículo para a movimentação da lança, Júlio Cesar constata uma economia média de 5% no consumo de combustível durante as operações com o equipamento.

Além disso, ele ressalta o baixo custo de manutenção do equipamento, atribuído à confiabilidade do comando sequencial de válvulas, cujos cuidados se resumem apenas às trocas de óleos e de filtros. Um dos modelos adquiridos pela empresa conta ainda com controle remoto, o que, segundo o empresário, confere maior segurança e facilita a operação. “Com ele, o operador pode se posicionar próximo ao ponto de descarga e, em algumas situações, eliminando até mesmo a necessidade do ajudante sinaleiro.”

Apesar de os modelos canivete representarem cerca de 20% a 25% da venda de guindastes articulados, Nonemacher vislumbra um forte mercado para esse equipamento. “Com o HBR 450, conseguimos aliar oferecer um modelo que alia alta capacidade de carga à eficiência proporcionada pela movimentação da lança”, diz ele. A linha da empresa conta com modelos canivete de até 74 tm de capacidade.

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