A Bahia Mineração S/A (Bamin) será a concessionária de 537 quilômetros da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) no trecho ferroviário entre Ilhéus e Caetité, na Bahia. O resultado foi divulgado nesta quinta-feira (8), após realização do leilão de subconcessão na B3, em São Paulo, pelo Ministério da Infraestrutura (MInfra), por meio da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Na visão do ministro da Infraestrutura, a Infra Week, semana para conceder à iniciativa privada 28 ativos de infraestrutura, já é um sucesso. “Emblemático fazer leilão de ferrovias. Nunca se fez tanto em ferrovias e um dos nossos objetivos é justamente o reequilíbrio da matriz de transporte. Estamos diante do projeto mais transformador da Bahia”, afirmou, após a revelação do lance do vencedor.
O início das operações da FIOL 1 está previsto para 2025, transportando grãos e, principalmente o minério de ferro produzido pela Bamin, na Mina Pedra de Ferro, em Caetité, que deve chegar a 18 Mtpa a partir de 2026. A Bamin, controlada pela ERG – EurasianResourcesGroup, do Cazaquistão, um dos principais grupos de mineração e fundição do mundo, também constrói um terminal privativo para o embarque de seu minério de ferro no Porto de Ilhéus (BA).
Vitória é uma importante conquista para a Bahia
A FIOL 1 deve servir ao escoamento da produção de outras mineradoras presente ao longo de seu trajeto e será uma alternativa à FCA (Ferrovia Centro-Atlântica), operada pela VLI, formada pela Vale, Mitsui, FI-FGTS, Brookfield e BNDES, que detinha o monopólio do transporte ferroviário no estado baiano.
Inicialmente, a FIOL 1 contara com 16 locomotivas e mais de 1.400 vagões, passando a 34 locomotivas e 2.600 vagões dentro de 10 anos. Além dos dois pátios em Ilhéus e Caetité, um terceiro será construído na cidade de Brumado.
O leilão da FIOL 1, permitindo sua finalização, é uma conquista buscada há mais de 10 anos pela Bahia e por empresários do estado. Em 2020, a causa ganhou um contundente defensor em Antonio Carlos Tramm, presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral – CBPM. Após meses de campanha e interlocução junto a ministros federais e parlamentares, o executivo conseguiu que o TCU – Tribunal de Contas da União emitisse parecer favorável ao projeto de concessão, liberando o leilão que aconteceu hoje.