Por: Jorge Nuno de C. Vaz (*)
Esta nova parte da norma de elevação de cargas com cintas têxteis regulamenta os produtos de ultra-alta tenacidade, com as novas matérias-primas: aramida (AR), polietileno de alto módulo (HMPE) e poliarilato (PAR).
O projeto teve início em 11/02/2015 pelo CB-17 (na comissão de estudos CE 17/800.02 que mensalmente se reune no Sietex) e recentemente publicado pela ABNT para consulta nacional, estando em aberto para votação até 04/12/2016.
Principais definições desta nova norma
Foi estabelecido um fator de segurança de 5:1, já que estas novas fibras, de alta tecnologia e valor agregado, possuem uma característica que confere uma menor elasticidade às cintas, ratificando a primeira pergunta na entrevista da matéria “Fator de Segurança: o que é e para que serve?”, publicado também neste Blog em 30/11/2015.
Outro ponto foi a definição das cores das etiquetas de identificação. Com esta nova norma, ganhamos mais três cores:
AR – amarela; HMPE – laranja; PAR – branca
Lembrando que para as cintas de alta tenacidade da parte 2 (cintas tubulares) e 1 (cintas planas), o fator de segurança permanece 7:1, bem como as cores permanecem as mesmas:
Poliamida (PA) – verde; Poliéster (PES) – azul; Polipropileno (PP) – marrom
Uma mudança estrutural
Tanto a estrutura quanto o texto da norma foram completamente reformulados, permitindo uma consulta mais rápida e transparente: para o fabricante, para entidades de certificação e auditoria e, principalmente, para o usuário.
“A norma agora está mais ‘auditável’, com os conteúdos devidamente rastreados (em itens) e com uma fácil verificação do que é requisito (obrigatório) e do que é uma recomendação de segurança” (Jorge Vaz, nosso Diretor Executivo).
Outro destaque foram os anexos: a norma conta agora com 4 anexos, sendo os 3 primeiros normativos, com inúmeras novas informações e requisitos, como por exemplo a determinação do diâmetro mínimo admissível no ponto de pega, uma definição que há muito era exigida pelo mercado.
“A Tecnotextil está de parabéns por mais uma vez ceder seu laboratório e pessoal para a realização de todos os testes que permitiram finalmente definir qual o diâmetro mínimo para a utilização das cintas tubulares nos pontos de fixação” (Gustavo Cassiolato, Engenheiro Rigger – Rigging Brasil)
Um novo procedimento de inspeção
Outra demanda exigida pelo mercado era a respeito da inspeção das cintas. Muitos clientes reclamavam, com razão, que a periodicidade atualmente definida na norma (inspecionar no mínimo uma vez por ano) pode não ser segura para a maioria dos casos.
“Foram analisadas diversas normas e recomendações internacionais de segurança para se chegar ao resultado final da norma, que poderá ser encontrado no Anexo B e complementado com informações muito importantes em anexo informativo, que apresenta um exemplo de cálculo para esta definição” (Alberto Rocha, Instrutor de Rigging – ITI)
Como sabemos, a durabilidade da cinta é afetada diretamente pela sua forma de uso e, portanto, chegamos a uma nova definição, com base no grau de risco de cada cinta. A frequência de inspeção pode ser mensal, trimestral ou semestral, com base na definição do Responsável Qualificado como grau de risco alto, normal ou baixo, respectivamente.
“O cálculo para definição do grau de risco ficou excelente e vai ajudar muito o usuário responsável pelas inspeções, na definição da correta e adequada frequência de inspeção de cada cinta” (Carlos Corradini, nosso Consultor Técnico)
Como votar e contribuir?
Participe desta votação, acessando o site da Consulta Nacional; crie o seu login gratuitamente e procure o PROJETO ABNT NBR 15637-3.
Caso tenha alguma dúvida, consulte a nossa planilha aberta de alterações! São anotações colocadas pela Tecnotextil que, em conjunto com seus clientes e demais partes interessadas, definiram algumas mudanças que devem (em nossa opinião) ser consideradas na aprovação final do projeto. Acesse esta planilha em https://goo.gl/KpfZe0!
(*) Jorge Nuno de C. Vaz (*) é diretor-executivo (CEO) da Tecnotextil – Segurança em Movimento