Por Emmanuel Demidover (*)
O segmento de eólica segue crescente no Brasil, mesmo com os impactos da pandemia da Covid-19 sobre a economia do país e em todo o mundo. Dentro desse cenário, as empresas de movimentação de cargas têm buscado uma adaptação ao novo normal, pensando menos em grandes investimentos, devido ao cenário ao longo prazo ainda incerto, do que em soluções mais rápidas.
Seja comprando equipamentos mais direcionados ao segmento eólico, seja realizando os chamados upgrades dos guindastes de grandes capacidades para realizar a montagem principal dos aerogeradores. É importante notar que, em um passado não tão distante, as alturas envolvidas, de 45 m a 70 m, chegam hoje no Brasil a 125 m.
Além disso, as empresas de movimentação de cargas têm buscado implementar melhorias de processos de manutenção. Bem como na documentação para mobilização e integração de equipamentos e pessoas nos projetos de implantação de parques eólicos. Os quais possuem altos requisitos legais e técnicos baseados nas melhores práticas nacionais e internacionais. Com o intuito de garantir uma maior segurança e qualidade dos serviços prestados pelas empresas que realizam desde a construção civil até a instalação eletromecânica dos aerogeradores.
Desafios para as empresas de içamento e transporte
Nesse contexto, associado ao aumento da altura das torres, existe um outro desafio para as empresas de içamento e transporte, que vai no sentido inverso do aumento das torres. Sim, porque também devem ser consideradas a redução do tamanho das plataformas, vias de acesso e da área para estocagem temporária de componentes, também chamada de área pulmão.
Como gerente de projetos, pude perceber nos últimos 10 anos, esse refinamento dos demais elementos que compõem o processo de implantação dos aerogeradores. Tanto que os estudos de road survey, site survey, planos de rigging, estudos de viabilidade de equipamentos e identificação da necessidade de novos equipamentos que não existem no mercado local, têm sido os diferenciais para a garantia da sobrevivência nesse mercado.
O planejamento da operação, portanto, não se resume aos estudos técnicos tradicionais. Em razão da implantação de projetos nos mais diversos ambientes, desde áreas litorâneas, passando por regiões de cerrado e até montanhosas, como maior dificuldade para os equipamentos, exige-se cada vez uma logística enxuta. Prevendo montagens sincronizadas com a entrega de componentes e, muitas vezes, a realização da instalação dos componentes diretamente de cima dos conjuntos transportadores, sem utilização de área de estocagem – o que chamamos de montagem just in time.
O mercado eólico tem evoluído, os projetos vêm se tornando mais exigentes quanto aos fornecedores, e há necessidade de maior sincronismo para a garantia de uma cadência de montagem, reduzindo assim o lead time de montagem para que os parques sejam entregues mais rapidamente –e com maiores exigências de qualidade.
No Grupo Darcy Pacheco, temos esses cuidados para nos mantermos ativos no mercado, nos adequando rapidamente às novas necessidades dos clientes, buscando e implantando melhorias nos nossos processos, investindo em novas tecnologias, soluções e na valorização e capacitação de nossa mão de obra. E, dessa forma estarmos preparados para as mudanças radicais no mercado, como as que estamos vivenciando com a pandemia atual.
(*) Emmanuel Demidover é Gerente de Projetos do Grupo Darcy Pacheco