A ESTABILIDADE NA OPERAÇÃO DE GUINDASTES

A ESTABILIDADE NA OPERAÇÃO DE GUINDASTES

Por: Jeferson Leonardo Pereira (*)

A operação de guindastes é um processo que exige extrema precisão e segurança, sendo a estabilidade do equipamento um fator crucial. Para tanto, o primeiro fator a ser observado é o posicionamento dos dormentes sob os estabilizadores. Os dormentes têm a função de ampliar a área de contato com o solo, reduzindo a pressão exercida pelos estabilizadores e melhorando a distribuição da carga. No entanto, é comum encontrar dormentes de diferentes tamanhos e alturas sendo utilizados, o que resulta em uma aplicação de pressão desequilibrada no solo. Essa prática pode gerar picos de pressão incompatíveis com a resistência do terreno, levando potencialmente ao rompimento.

Outro vício operacional frequente é o espaçamento inadequado entre os dormentes. Alguns operadores acreditam que deixar vãos entre eles aumenta a área de contato com o solo, mas essa prática causa descontinuidade na distribuição da carga de pressão. Como resultado, ocorre uma sobrecarga não prevista no planejamento, aumentando o risco de rompimento do solo.

Para evitar esses problemas, é essencial que os dormentes sejam colocados de forma uniforme e tenham a mesma dimensão. nas situações em que a área de contato precisa ser ampliada, pode-se aplicar camadas adicionais de dormentes, garantindo que a carga seja distribuída uniformemente. O uso de dormentes de alta qualidade e a inspeção regular do solo são também medidas recomendadas para assegurar a estabilidade do guindaste.

A correta utilização do pino de travamento dos estabilizadores é outro aspecto fundamental para a estabilidade do guindaste. Esse pino tem a função de garantir que o outrigger (viga do estabilizador) esteja na posição correta, conforme especificado na tabela de carga. Isso assegura que as forças vetoriais previstas pelo fabricante sejam aplicadas de acordo com o projeto do guindaste, evitando movimentos indesejados do outrigger durante a operação.

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Infelizmente, a não utilização ou o uso inadequado do pino de travamento é um vício operacional comum. Sem o pino de travamento corretamente posicionado, o outrigger pode se movimentar devido às dinâmicas geradas durante a operação, comprometendo a estabilidade do guindaste e colocando em risco a segurança do equipamento e dos trabalhadores.

Para garantir a segurança, é crucial que os operadores sigam rigorosamente as instruções do fabricante quanto ao uso do pino de travamento. A realização de verificações pré-operacionais para assegurar que todos os componentes estejam corretamente posicionados e fixados é uma prática indispensável.

A estabilidade do guindaste é um fator determinante para a segurança e eficiência das operações de içamento. Evitar vícios operacionais é essencial para prevenir acidentes e garantir a integridade do equipamento. Investir em capacitação profissional, realizar inspeções regulares e seguir as recomendações dos fabricantes são medidas fundamentais para alcançar uma operação segura e bem-sucedida.

O combate aos vícios operacionais começa com a conscientização da força de trabalho, através de um programa contínuo de capacitação profissional e treinamentos focados em segurança. Para alcançar essa meta, é fundamental investir em educação e desenvolvimento, oferecendo cursos e workshops que abordem as melhores práticas e normas de segurança. Além disso, a criação de uma cultura organizacional que valorize a segurança e a eficiência é essencial. Monitorar e avaliar constantemente os processos operacionais também contribui para a identificação e correção de possíveis desvios. Ao adotar essas práticas, as empresas podem minimizar riscos, aumentar a vida útil dos equipamentos e, acima de tudo, proteger a segurança dos trabalhadores.

jeferson(*) Jeferson Leonardo Pereira é engenheiro mecânico, Rigger e instrutor de treinamentos na All Lift Engenharia de Rigging. Contato: jeferson@alllift.com.br

 

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