Ao longo das últimas décadas, algumas inovações tecnológicas impulsionaram o setor de transporte pesado, possibilitando operações que seriam inviáveis ou simplesmente simplificando o trabalho e aumentando sua margem de segurança. A evolução das carretas não se restringe apenas ao desenvolvimento da engenharia de materiais, que resultou em implementos mais leves e com maior capacidade de carga.
Ela também passa pela utilização de maior conteúdo eletrônico nos implementos e pela adoção de novos conceitos para o desenvolvimento dos eixos, como demonstram atualmente os módulos autopropelidos (os SPMT – Self-Propelled Modular Transporters) e as linhas de eixo que atingem o invejável raio de curvatura de 60º. Tais inovações contribuem diariamente para a movimentação de peças cada vez maiores, em áreas cada vez mais restritas, simplificando a operação e evitando o arraste de pneus, o que também se traduz em economia de custos.
Uma tecnologia muito usual atualmente merece destaque por estar completando 45 anos. Trata-se do sistema de pescoço de ganso removível, que a Kamag apresentou ao mercado em 1970, para facilitar o transporte de máquinas de construção e outras cargas indivisíveis. A marca, pertencente ao grupo TII, lançou a tecnologia em uma carreta com plataforma rebaixada, de forma a possibilitar o transporte de cargas mais altas.
O sistema já permitia rebaixar hidraulicamente a plataforma até o chão, simplificando a operação. O uso de pneus de 15″ não foi possível naquele momento, devido às limitações que então eles apresentavam para cargas elevadas, motivo pelo qual os transportadores adotaram a tecnologia de eixo pendular, muito usual até os dias atuais. O modelo apresentado pela Kamag, há 45 anos, contava com no máximo dois eixos, mas hoje são encontrados em modelos de até quatro eixos direcionais.
