Com 17 anos de uma história que nasceu na Serra Gaúcha, mais especificamente em Caxias do Sul (RS), a PHD Guindastes traçou uma ambiciosa estratégia de médio prazo. Até 2016, a empresa projeta um crescimento de 70%, atingindo um faturamento anual da ordem de R$ 100 milhões. “O mercado realmente apresentou uma retraída, mas nossa fórmula é investir para dar um salto maior lá na frente, estando melhor preparados em termos de produto e gestão”, conta Adão Marques, diretor geral da companhia. “Adquirimos dobradeira, robô de solda e máquina a laser, equipamentos que chegam a custar R$ 2 milhões. Trouxemos também um centro de usinagem de Taiwan”, completa. Enquanto outras empresas do setor apresentam endividamento, a PHD, que está capitalizada e não tem dívidas, pôde realizar praticamente todos os investimentos com recursos próprios.
O centro de usinagem já está trabalhando, enquanto as outras máquinas chegaram ao longo do ano de 2014, a maioria provinda da Alemanha. “Poucas fabricantes possuem maquinário desse tipo, de última tecnologia. Isso fará com que pulemos à frente de muitas concorrentes”, relata Marques. Com investimentos totais de R$ 15 milhões, a PHD investiu também na ampliação das fábricas. Uma terceira unidade em Caxias do Sul fabricará conjuntos especiais e aumentará o mix de produtos da empresa – ainda em fase de planejamento pela diretoria da companhia.
A empresa tem hoje uma capacidade instalada de 50 a 60 equipamentos por mês. No entanto, essa quantidade pode ser expandida para 80/mês. O carro forte da empresa hoje é o guindauto, embora a empresa não descarte voltar a fabricar guindastes maiores, telescópicos, nos próximos anos. Segundo Marques, a PHD tem a tecnologia necessária para fabricar, em paralelo, gruas menores, para construção civil, e cestos aéreos. “Já recebi alguns pedidos relativos a plataformas aéreas, mas nós não produzimos. É um mercado que requer mais estudos, vamos analisar ainda”, diz Marques. “Estamos avaliando a possibilidade de produzir um guindaste pequeno, montado sobre caminhonete, para 200 ou 300 kg. Há mercado para isso”, acrescenta. A PHD Guindastes acredita que, no futuro, a legislação não permitirá mais que caminhões grandes entrem nas cidades. Por isso, já prepara o desenvolvimento de um equipamento menor.
Atualmente, um dos grandes clientes da empresa é a Camargo Correa, que já adquiriu cerca de 300 guindastes da marca. No entanto, em termos percentuais de máquinas vendidas, as locadoras de equipamentos representam cerca de 50% para a PHD. Para entrar em novos mercados e atingir o faturamento previsto, a empresa espera fechar o ano com 30 representantes em todo o Brasil – até meados de 2014, ela tinha 22 companhias representando a marca. A perspectiva é cobrir cada estado do país, tendo uma equipe local que entenda bem a respectiva cultura da região.
“Nosso objetivo é o de ser mais agressivos em estados menores. Em São Paulo e no Rio Grande do Sul, por exemplo, já temos uma boa participação de mercado. Queremos focar em estados como Pernambuco, Paraíba e Alagoas”, explica Marques. O atendimento pode ser feito rapidamente em outros estados por conta de um grande estoque de peças. Apesar da proximidade de mercados estrangeiros, como a Argentina e o Uruguai, não faz parte dos planos da PHD vender para outros mercados sul-americanos.
O segmento de infraestrutura, como o de Mineração e Óleo & Gás, deve representar um grande mercado para a companhia, mas não o único. “Acreditamos que os setores de logística e portos cresçam fortemente nos próximos 10 anos. Isso vai beneficiar empresas que estejam muito bem preparadas. Tudo isso graças a uma boa condição financeira, uma gama de produtos, uma boa rede de distribuidores, ou seja, uma série de preocupações que existe hoje na PHD”, encerra Marques.
Nada mal para uma empresa que começou com o próprio Adão Marques, outros dois profissionais, uma máquina de solda e uma furadeira, e que hoje possui 160 funcionários.