ROLDANA AUXILIAR NA PONTA DA LANÇA

ROLDANA AUXILIAR NA PONTA DA LANÇA

Por: Leonardo Scalabrini (*)

No meu último artigo aqui na Crane Brasil, explanei como especificar no plano de rigging o número de linhas de cabo aplicados no moitão do guindaste. Alguns dias atrás estive em uma área industrial no interior do Brasil, onde havia vários guindastes que realizam diariamente vários tipos de içamento de cargas.

Lá, tive o prazer de conhecer e conversar com vários operadores e sinaleiros, a maioria deles leitores da Crane Brasil. E dois destes profissionais, em momentos distintos, me fizeram o mesmo questionamento: quando a roldana auxiliar está montada na ponta da lança, é necessário informar no Plano de Rigging?

 A resposta é sim! Contudo, antes de constar no Plano de Rigging todas as informações sobre este equipamento, é necessário verificar no Manual do Guindaste quais são as premissas, critérios, precauções e proibições para o uso da roldana auxiliar na ponta da lança.

Outro ponto a ser levantado é da real necessidade de uso de tal roldana. No caso específico deste local em que estava, o argumento dos operadores pela aplicação deve-se ao motivo de içarem diferentes cargas ao longo do dia.

Para aquelas cargas de menor peso, ou seja, dentro da capacidade da roldana auxiliar (e do gancho bola) do guindaste, o ganho de produtividade foi a justificativa apresentada, pois a bola trabalha apenas com uma linha de cabo ao invés do moitão que estava configurado (nesta obra) sempre com três ou mais linhas de cabo.

Figura 1 (acima)– Imagem retirada da Tabela de Cargas Comercial do Guindaste SANY STC800T5 demonstrando a ROLDANA AUXILIAR montada na ponta da lança

Uma vez estabelecido que as operações diárias do guindaste serão realizadas com o equipamento montado na configuração demonstrada na Figura 1 todos os Planos de Rigging – básicos ou mais completos – deverão levar em conta os pesos adicionais da roldana auxiliar, da bola gancho e da linha de cabo da bola. Abaixo um exemplo da configuração do guindaste nestas condições, sendo a carga içada pelo moitão do guindaste:

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Figura 2 – Exemplo de Configuração do Guindaste SANY STC800T5 com a ROLDANA AUXILIAR montada na ponta da lança – Içamento pelo Moitão

Já quando o içamento for executado pela bola, deve ser considerado como pesos excedentes, além da roldana auxiliar, o moitão e suas linhas de cabo. Neste caso, a carga máxima a ser içada pelo guindaste estará limitada à capacidade da bola gancho ou pela capacidade indicada na tabela de cargas (conforme raio e comprimento de lança); a que for menor. Ver exemplo na figura 3:

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Figura 3 – Exemplo de Configuração do Guindaste SANY STC800T5 com a ROLDANA AUXILIAR montada na ponta da lança – Içamento pela Bola Gancho

Mesmo com a motivação do uso deste item do guindaste pelo ganho de velocidade, o planejador do içamento e, principalmente, o operador da máquina sempre devem avaliar se é preciso esta aplicação. Devemos lembrar que um içamento e movimentação de cargas deve ser realizado com a menor velocidade possível. A pressa sempre é inimiga da operação.

(*) Foto LeonardoLeonardo Scalabrini, estuda e desenvolve projetos de tecnologia para o segmento de içamentos e guindastes, área na qual atua desde 2000. Contatos: leoscalabrini@gmail.com

 

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