A Saraiva Equipamentos Ltda, certificada pelas normas ISO 9001 e ISO 45001, com sede em Recife (PE) e atuação em todo o território nacional, recebeu o Prêmio Top Crane 2024, na categoria Transportes, pela mobilização intermodal (rodoviário e fluvial) de cargas especiais e grandes guindastes para área industrial remota, que, além de transportes internos, antecedeu atividades Heavy-Lift, executadas pela própria empresa, na Ilha de Potência da UTE Azulão 950, em Silves (AM).
Contratada pela ENEVA S.A, o escopo da Saraiva Equipamentos incluiu locação e operação dos equipamentos para montagens de caldeiras HRSG, turbinas e geradores à gás e itens diversos, bem como desenvolvimento de engenharia e de estudos técnicos necessários para definição das atividades de Heavy Lift relativas à montagem da Ilha de Potência (GT, ST, HRSG, Condensador), fornecendo planos de montagem dos equipamentos, estudos de rigging, arranjo geral, road survey e demais requisitos de viabilidade logística necessários, visando à construção do Complexo Termoelétrico (UTEs) Azulão 950.
Foram mobilizados 65 cavalos mecânicos (Volvo e MAN), 35 pranchas de 3 e 4 eixos, 30 carretas carga seca de 3 eixos, 24 linhas de eixo (Fulangjie) e duas balsas com capacidade para 2 mil t cada.
A carga incluiu equipamentos superpesados, com geometria variada, como condensador (77 t), HP Drum (152 t), turbina a gás (257,4 t) gerador a gás (386 t) e módulos HRSG, de 111, 208,5, 221,4 e 246,9 t, além de componentes diversos e equipamentos. Dentre os quais, os guindastes Sany (SAC2500S e STC800T5), Manitowoc (18000, standard e com Max-ER), quatro cavalos mecânicos 6×4 (Volvo e MAN), 24 linhas de eixo e uma plataforma JLG (800AJ), com alcance para 26 m.
Os principais recursos foram mobilizados da matriz da Saraiva em Recife (PE) até Silves (AM) – 2.150 km em trecho rodoviário até Belém (PA), aproximadamente 1.700 km em transporte fluvial por balsa até Silves (AM) e 11 km de estrada até o Complexo Termoelétrico da ENEVA Azulão). Já os guindastes de grande porte tiveram origem diversa. O Manitowoc 18000 foi mobilizado (e 31 carretas) de Tacaratu (PE), 1750 Km de Belém. O outro 18000 c/ Max-ER 46 carretas partiu de São José do Norte (RS), a 4.200 km Belém. E o novo Sany SAC2500S foi mobilizado no Porto de Vitória (ES) 3.250 km em trecho rodoviário até a capital do Pará.
O desafio logístico foi ainda maior do que a complexidade e restrições de espaços na planta industrial da contratante durante as montagens dos grandes componentes. Partindo de várias origens distintas, o cronograma de chegada em Belém (PA) precisou ser meticulosamente planejado para que todos os recursos pudessem seguir por balsas até Silves (AM) e, por conseguinte, até o destino na UTE Azulão.
Em Belém, com a incidência de chuvas diariamente na região, os carregamentos das balsas somente poderiam ocorrer das 06h às 14h (janela com melhor condição climática). Os planos de carregamentos também precisaram ser ajustados, pois nos desembarques as cargas precisariam seguir um ordenamento. Em Silves, como o planejamento prévio havia indicado, o porto não dispunha de infraestrutura para atracação de balsas do porte que foram necessárias, exigindo adequações geométricas e estruturais.
Em razão do nível das águas, no período da operação, foi necessário construir uma rampa de terra/substrato local e dois cabeços, tanto à direita, quanto à esquerda, para suportar a embarcação e mantê-la inerte nas operações de descarga. Antes da atracação foi necessário retirar materiais nas laterais, na parte superior da rampa, para possibilitar o acesso (entrada) da balsa, que possui boca de 24 m de largura. E também disponibilizar uma área de 2.000 m2 no final da saída da rampa e na lateral da rodovia para manobra e estacionamento dos conjuntos transportadores.
Para finalizar, no trajeto em pista de terra até o site, nove tops acentuados exigiram o apoio de push de um cavalo pedra para os transportes dos componentes mais pesados – além de trechos bastante irregulares (esburacados) que demanda reparos à época da mobilização.
A operação foi realizada no segundo trimestre de 2024, em um prazo de 45 dias, com distância de transporte de 5.911 km (rodoviário + fluvial + rodoviário). Com todos os recursos sendo próprios da Saraiva, otimizando o planejamento e mitigando atrasos e/ou falhas na execução (com exceção da balsa em Belém – onde foi utilizada empresa parceira). O início das atividades de engenharia e planejamento em diversas frentes foi feito com dois meses de antecedência, em atuação conjunta com o cliente a nível de engenharia e gestão. A solução proposta resultou em redução de um equipamento e de custos da ordem de 25% e 30 dias de prazo.
