O maior navio guindaste do mundo, pertencente à empresa suíça Allseas e lançado em 2013, precisou ter seu nome alterado por conta de uma grande polêmica nas últimas semanas. Edward Heerema, proprietário da empresa, batizou a embarcação inicialmente de Pieter Schelte, uma homenagem conferida a seu pai, falecido em 1981.
Até aí tudo bem. O problema é que Schelte foi um criminoso de guerra que serviu o esquadrão de elite Waffen-SS, defensor e protetor dos ideais de Hitler e do Nazismo. Depois do fim da 2ª Guerra Mundial, ele cumpriu um ano e meio de prisão. A polêmica veio à tona depois que a Shell decidiu levar o navio para desativar o campo petrolífero Brent, localizado no Mar do Norte. O equipamento é o único no mundo a ter capacidade de içar a estrutura de aço de 23,5 mil t da plataforma de petróleo e, posteriormente, levá-la para a região de Teesside, no noroeste da Inglaterra, onde será desmontada.
Comunidades judaicas começaram a protestar pela modificação do nome do navio. “O proprietário deveria se sensibilizar com os cidadãos da Grã-Bretanha e da Holanda, judeus e não-judeus, que vão ficar profundamente magoados. O nome precisa ser alterado”, disse Vivian Wineman, presidente da Câmara dos Deputados dos Judeus Britânicos. Até o secretário de Energia do Reino Unido, Ed Davey, afirmou que a alcunha dada era completamente incabível.
Após a controvérsia, o navio guindaste foi renomeado, no dia 9 de fevereiro, de Pioneering Spirit, que pode ser traduzido como “Espírito Pioneiro”. Em nota, Heerema disse que nunca teve a intenção de ofender qualquer pessoa. Desenvolvida a custos de US$ 2,4 bilhões, a embarcação possui medidas de 382 x 124 m, capacidade de carregar e erguer cargas de até 48 mil t e atinge a velocidade máxima de 25 km/h. Sua tripulação pode chegar a 571 pessoas. Até 2020, a Allseas promete lançar um navio ainda maior, com capacidade para 77 mil t e medidas de 400 x 160 m.