O mercado de locação de guindastes é, por definição, extremamente competitivo. Por mais causas e bandeiras em comum que tenham, as locadoras têm que ganhar concorrências e leilões de novos contratos de serviços, por óbvio, em detrimento de outras. É a lei de mercado, que motiva qualquer empreendedor. Cabe acrescentar que, em face da grande disponibilidade de equipamentos oferecida pelas marcas chinesas, essa concorrência se tornou ainda mais acirrada nos últimos anos.
Um outro episódio recente promete tornar ainda mais desafiador o mercado de locação para as empresas mais tradicionais do segmento. Nos últimos meses, como é público e notório, a XCMG, um fabricante de equipamentos, arrematou um grande contrato full-service, incluindo equipamentos de elevação de cargas e mão de obra – algo inusitado até então, por ser o típico serviço prestado por uma locadora. Esse fato gerou uma forte revolta inicial por parte de muitos locadores e da principal entidade representativa do setor, o Sindipesa, levando a um significativo boicote aos produtos da marca na última M&T Expo.
Extra oficialmente, através de redes sociais, a XCMG tem dito que se trata de “uma parceria global, um projeto piloto”. Negociações de bastidores sempre estiveram e ainda estão em curso e, evidentemente, cabe à empresa decidir se compensa ampliar o seu core business, constrangendo e competindo com muitos de seus clientes – e abrindo espaço para seus concorrentes. Uma empresa que, diga-se, foi pioneira e a única entre seus pares chineses a investir em uma fábrica no Brasil, que aliás acaba de completar 10 anos de atividades, gerando empregos e divisas para o país. O importante é que essa questão, concorrência à parte, seja resolvida em benefício do mercado como um todo.