A XCMG, junto com suas revendedoras oficiais, GTM e Êxito, promoveu no dia 16 de setembro, em Vitória (ES), seu primeiro XCMG Costumer Day – Brasil. Durante o evento, além de apresentar os novos equipamentos da marca, a companhia chinesa, que está entre as 10 maiores fabricantes de equipamentos do mundo, também expôs suas estratégias de mercado para o futuro próximo. O encontro contou com cerca de 80 empresários do segmento de locação de máquinas para movimentação de cargas pesadas e especiais, transformando-se em um importante canal de troca de informações entre a fabricante, seus distribuidores e as locadoras.
No auditório do Hotel Radisson, empresários chineses e brasileiros falaram sobre as novidades da empresa. A XCMG apresentou a seus clientes uma nova e atualizada série K de guindastes Truck Crane. Além das melhorias em modelos já consagrados, a empresa chinesa trouxe ainda novas versões de equipamentos com atributos exclusivos. São sete modelos, com capacidades entre 25 t e 110 t: QY25K5-I, QY30K5-I, QY50K-II, QY70K-I, QY100K-1 e os novos projetos QY90K e QY110K. Houve aumento significativo na extensão da lança principal dos modelos repaginados (veja tabela).
Os novos equipamentos da XCMG, o QY90K e o QY110K, prometem maior competitividade em relação a concorrentes similares, graças à alta tecnologia apli- cada. O 90K tem seis secções telescópicas, que variam entre 12.3 m a 55 m, com formato oviforme. Seu perfil de lança, em “U”, assegura maior capacidade e minimiza deformações sobre carga máxima. O 110K também possui seis secções telescó- picas, mas seu alcance varia entre 12.8 m e 58 m. O perfil, também oviforme, se junta ao cilindro hidráulico de simples estágio e à pinagem automática como diferenciais do modelo. Ambos utilizam motores Mercedez-Benz (OM457LA no 90K e OM460LA no 110K) e transmissões ZF automáticas 12 marchas.
Repercussão
Após as apresentações no auditório, os convidados foram levados a uma área da Silotec (Companhia de Transportes e Armazéns Gerais), situada no Porto Engenho e Rangel, em Cariacica (ES), onde foi montado um show room dos modelos.
Para Sanderson Veronezi, proprietário da Veronezi Guindastes, “a tecnologia da XCMG melhorou bastante. Ela sanou defeitos que tinha nos componentes eletrônicos da safra antiga”. Muitos – como Nilson Rocha, diretor de operações da Guindastec – citaram a máquina de 70 t (QY70K-I) como destaque. Para outros, como Marcos Cunzolo, diretor comercial da Cunzolo, “o comprimento de lança e a capacidade de carga dos equipamentos chamam muita atenção”.
A XCMG trabalha para chegar ao nível de marcas conceituadas no segmento, como lembrou Paulo Mecabô, engenheiro da Zandoná Guindastes e Transportes. “As máquinas estão com melhor acabamento do que as versões anteriores. Você percebe o emprego de uma tecnologia semelhante à empregada em algumas máquinas europeias”, afirma. Além da tecnologia, outro fator estimulante para os locadores é o preço final da máquina. “Um equipa- mento XCMG atende tão bem nossas necessidades quanto um modelo europeu. Mas seu principal atrativo é o preço de aquisição”, afirma Luiz Cezar Keska, gerente comercial da Passaúra Locações.
Investimentos
A fabricante chinesa – que em 2009 faturou cerca de US$ 7,5 bilhões em vendas e, hoje, produz 1.600 guindastes ao mês – vê no mercado brasileiro um grande potencial. Segundo projeção de Lédio Vidotti, diretor da GTM, o número total de unidades importadas deve crescer em média 15% ao ano, chegando em 2015 a 1.100 máquinas comercializadas. Para ele, esses dados incentivam investimentos no país. “O mercado brasileiro representa 2,5% das exportações da XCMG. Nossa meta é dobrar essa participação”.
Para isso, a XCMG anunciou um plano de investimentos a curto prazo que deverá estimular as vendas de guindastes no país. Serão criados três centros de reposição – um em Recife (PE) e dois em São Paulo (SP) – e três instalações de montagem de máquinas – Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP). As instalações serão feitas em regime de joint venture com suas distribuidoras: GTM e BMC (em São Paulo) e Êxito (em Pernam- buco). O aporte de recursos, segundo a XCMG, deverá girar em torno de US$ 22 milhões e US$ 40 milhões. Para Vidotti, os projetos são explicados, além do evidente crescimento do mercado, pela aceitação do equipamento chinês no Brasil. “A XCMG quer continuar como pioneira dentro do mercado brasileiro. Ela acredita que investindo aqui através da montagem de máquinas manterá essa liderança”.
Outro passo nesse sentido já foi dado: a nacionalização da produção. Rubens Azevedo, diretor de comércio exterior da Êxito, diz que a condução desse processo será realizada por etapas: “Em um primeiro momento, traremos as máquinas desmontadas. Na sequência, passaremos a agregar peças e componentes nacionais aos equipamentos. A próxima fase é a nacionalização, como ocorre nas montadoras de automóveis”, explica.
A notícia foi bem recebida pelos clientes. “Acho que essa preocupação em obter a nacionalização é muito importante para os locadores e compradores de máquinas”, afirma Denys Garzon, diretor comercial da Guindastes Tatuapé. Renato Sartório, engenheiro de manutenção da BSM, diz que “a grande vantagem dos Centros de Distribuição locais e regionais é a facilidade na reposição de peças. Com um estoque disponível, reduzimos o tempo de parada das máquinas, aumentamos sua produtividade e, consequentemente, o lucro de sua operação”.
O vice-presidente da XCMG, Tang De Xin, afirma que a empresa está à frente de suas concorrentes chinesas. Para ele, os diferenciais que asseguram essa vantagem à companhia são a linha completa de guindastes e influência já conquistada no mercado nacional devido à entrada pioneira no país. O executivo afirmou, ainda, que a estratégia da XCMG é alcançar os países da América do Sul com uma base brasileira. “Já exportamos para os outros países da América, mas não vamos fixar instalações senão no Brasil. Aqui está o maior mercado. Neste e, talvez, no próximo milênio”, avalia. E de milênios, os chineses entendem.