Por Alexander Biskupski (*)
“Como sempre, a Bolbi recebeu uma simples solicitação de vistoria, com oportunidade para elaborar um estudo de viabilidade, para transferência de lugar de uma Balsa de uma grande mineração em Minas Gerais.
Como nosso dia a dia, chegamos no local para a vistoria e encontramos o corpo técnico da Real Estruturas, que também tinha sido convidada, e o cliente nos mostrou uma Balsa, já montada em uma parte seca de uma barragem, e perguntou, de forma resumida, como poderíamos fazer a transferência dela para outro local.
Como resposta simples e rápida, a solução foi: desmontar a Balsa e transportá-la em partes até o novo local de instalação. A partir daí, o cliente começou a colocar suas condicionantes para a viabilização do projeto, mostrando os desafios a serem vencidos, onde:
- Ele não teria o tempo necessário para fazer esta operação de forma convencional, devido ao fato da barragem já ter iniciado o processo de enchimento e em breve a Balsa estaria flutuando;
- Esta Balsa, é para suportar um grande conjunto de bombas para a alimentação hídrica de uma nova planta de beneficiamento de minério que já estava quase concluída;
- O fabricante da Balsa não autorizou a fazer o içamento do conjunto completo (flutuadores, bombas, tubulações, parte elétrica, estrutura metálica etc) pela falta de rigidez do conjunto;
- Outro agravante, foi o desconhecimento do peso exato do conjunto, bem como o centro de gravidade do conjunto;
O cliente foi categórico em dizer o porquê chamou a Bolbi e a Real Estruturas para este desafio: confiabilidade técnica.
A partir daí, criamos um grupo de estudos, liderado pelos engenheiros mecânicos Fernando Biskupski e Gustavo Oliveira, para que a solução se desenrolasse o mais breve possível, pois o relógio não estava parado.
Depois de diversas opiniões, estudos técnicos, cálculos e discussões, chegamos a um consenso sobre uma metodologia de trabalho interessante, inteligente e factível naquelas condições.
A metodologia de trabalho foi levando às seguintes soluções:
- Embaixo da Balsa, instalamos 02 vigas, garantindo o apoio de todos os flutuadores por baixo, sem a necessidade de soldas de olhais para içamento;
- A ligação das vigas aos cabos de içamento foi feita através de um sistema de algemas, que permitia deslocar cada ponto de içamento na viga, variando o centro de gravidade, estabilizando o sistema por completo;
- Para garantir que os cabos de içamento não iriam interferir nas diversas estruturas da Balsa, instalamos para cada guindaste 01 balancim com 14 metros, permitindo somente cargas verticais na estrutura de içamento;
- Para o içamento, foram utilizados 01 guindaste Tadano ATF-220, com capacidade de 220 toneladas, e 01 guindaste Sany QY-100, com capacidade de 100 toneladas;
Quando a metodologia foi apresentada ao cliente, a equipe de segurança do cliente logo abordou, perguntando: “Cadê os parâmetros de segurança? A resposta veio rápida e foi satisfatória para todos envolvidos: “A Segurança está dentro de nossa Engenharia!”.