IÇAMENTO DE CARGAS EM PLATAFORMAS FIXAS

IÇAMENTO DE CARGAS EM PLATAFORMAS FIXAS

Por Leonardo Roncetti (*)

As plataformas fixas tem como principal característica, a conexão direta com o leito marinho através de estruturas rígidas ou semirrígidas, que podem ser jaquetas, tubulões ou estruturas de gravidade, como colunas de concreto.

Essas estruturas tendem a ter as menores dimensões em planta possíveis, por razões de custo, içamento e montagem, o que resulta no empilhamento dos vários conveses verticalmente, impedindo que os guindastes alcancem os conveses inferiores.

Esse fato limita os içamentos somente aos conveses superiores e às pequenas áreas avançadas nos bordos, chamadas “áreas de carga” (laydown areas), geralmente utilizadas para içamento rotineiro.

Quando o destino ou origem da carga são os conveses não alcançados pelos guindastes, e quando as cargas a serem içadas são maiores ou mais pesadas, ou as áreas de carga são afastadas da posição final ou inicial, há no mínimo, três soluções:

  • Uso de talhas suportadas por olhais soldados nas vigas de bordo da plataforma, realizando o movimento horizontal com apoio do guindaste. Envolve o maior risco de todas, pois é necessário maior número de escaladores trabalhando sobre o mar;
  • Construção de monovia com projeção para fora da plataforma. O guindaste transfere a carga para as talhas e o movimento horizontal é feito por troles. Mais segura, envolve um ou dois escaladores, somente na operação de transição da carga do guindaste para a talha;
  • Construção de plataforma temporária, no bordo da plataforma e trole apoiado sobre convés. É o mais seguro, rápido e eficaz de todos, não exigindo escaladores. A carga é apoiada sobre o trole diretamente usando o guindaste e movimentada para o interior com o trole apoiado sobre trilhos ou diretamente sobre o convés.

Com a necessidade de modernização de várias plataformas no Brasil, cada vez mais haverá necessidade de retirar e colocar equipamentos sob os conveses, desafiando a engenharia de içamento brasileira, que responde crescentemente com gente qualificada, projetos de içamento eficazes e supervisão segura.

Foto: Exemplo de plataforma temporária para recebimento transformador e posterior movimentação para o interior do convés

leonardo roncetti(*) Leonardo Roncetti, engenheiro, é doutorando em içamento offshore pela COPPE-UFRJ, mestre em estruturas offshore pela COPPE-UFRJ, e diretor da TechCon Engenharia e Consultoria. Contatos: leonardo@techcon.eng.br

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