SÓ A CAPACITAÇÃO GARANTIRÁ BOAS PRÁTICAS

SÓ A CAPACITAÇÃO GARANTIRÁ BOAS PRÁTICAS

Por: Johnny Forster (*)

Sabemos que o içamento de cargas é uma atividade de alto risco ocupacional e que quando executado sem um planejamento feito por especialistas e/ou quando é permitido o uso de acessórios que não cumprem as normas técnicas podem ocorrer acidentes – os quais, no seu mais alto grau, resultam em danos físicos ao trabalhador ou até mesmo em fatalidades. Ou seja, consequências altamente indesejáveis, inclusive processos judiciais, que afetarão a empresa, seus stakeholders e todas as outras pessoas ou empresas que estejam relacionadas com a atividade fim do negócio. Mesmo um acidente de menor gravidade, dependendo da importância do ativo, também poderá afetar a integridade física da carga movimentada, gerando prejuízos financeiros e atrasos na produção ou na obra.

Aqui no Brasil, não diferentemente de outros países, existe uma legislação específica para a movimentação de cargas. Estamos falando da NR-11. Apesar dessa norma regulamentadora, existem práticas que podem ser comprometedoras para a segurança do içamento de cargas e, consequentemente, para a mitigação do risco ocupacional. É o caso, por exemplo, da utilização de acessórios que não cumprem (parte ou totalmente) as suas respectivas normas técnicas. Outra deficiência está relacionada com a falta de capacitação adequada do trabalhador.

Não é intenção deste artigo desqualificar a importância da NR-11 e de outras NR’s (1, 3, 5…) e temos total ciência de que seria muito pior se as referidas normas regulamentadoras não existissem. Ao mesmo tempo, devemos ser realistas e perceber que há uma longa jornada a percorrer e muito a se fazer para garantir a segurança no içamento de cargas. Para corroborar essa afirmativa citamos três exemplos corriqueiros do dia a dia do içamento de cargas:

  1. a) ausência de um banco de dados oficial com os números dos acidentes ocorridos durante o içamento de cargas nas empresas e canteiros de obras Brasil afora;
  2. b) trabalhadores que fazem içamento de cargas podem até possuir experiência prática, mas a grande maioria não é capaz de saber calcular uma linga que içará uma carga assimétrica, determinando os esforços mecânicos que atuarão em cada ramal da linga;
  3. c) a quase a totalidade dos trabalhadores desconhece que toda manilha sofrerá uma redução em sua CMT (carga máxima de trabalho) à medida que a linga é conectada em um ângulo menor que 90º graus existente entre o arco e o pino da manilha.

Parecem temas básicos, entretanto, em muitas situações onde houve algum tipo de acidente relacionado à içamento de carga, a operação correspondia a uma atividade rotineira e não a uma movimentação especial e complexa. Infelizmente, é muito comum encontrarmos em campo atividades de içamento sendo executadas rotineiramente de forma inadequada, sugerindo desconhecimento dos fundamentos para a segurança em içamento de carga.

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Nós do Grupo Crosby, com atuação global há mais de 250 anos e líder mundial na fabricação de acessórios, temos em nossos valores que a capacitação do trabalhador é tão importante quanto produzir um produto inovador, de qualidade e que cumpre as normas técnicas mais exigentes do mundo.

Está tão inserido em nosso DNA compartilhar conhecimento com o trabalhador que faz içamento de cargas que desde 1991 (quando começamos a monitorar esta estatística) até 2020 nosso programa treinou em todo o mundo mais de 500.000 trabalhadores de diversos setores, especialmente de petróleo & gás, mineração, siderurgia, energia, portuário, automobilístico, ferroviário, construção civil e indústrias em geral.

Aqui no Brasil sempre buscamos estar ao lado dos agentes que estão diretamente ou indiretamente envolvidos no içamento de carga, sejam eles os usuários finais, inspetores de equipamentos/acessórios, ferramenteiros, gestores de equipes, profissionais da Segurança do Trabalho e Riggers. Queremos entender suas demandas e principalmente ajudá-los a eliminar as “dores” (problemas) que impedem o exercício da segurança plena durante o içamento de cargas.

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Praticamos atividades regulares de capacitação para os referidos agentes, mas devido a pandemia Covid-19 tivemos que nos reinventar para continuar compartilhando o conhecimento dos especialistas do grupo Crosby e as boas práticas mundiais que envolvem o içamento de cargas.

Para isso criamos a “Jornada do Conhecimento”, um programa de capacitação gratuito** (online, devido às atuais restrições da pandemia, mas que também poderá ser ministrado presencialmente respeitando-se os protocolos sanitários) que envolve três fases.

Na primeira fase ministramos treinamentos com carga horária que variam de 1,5 a 2 horas sobre:

  1. a) análise de risco e planejamento da atividade de içamento de cargas;
  2. b) inspeção em acessórios para içamento de cargas;
  3. c) tecnologias e aplicações para lingas de corrente, inclusive abordando testes construtivos dos acessórios e também ensaios não destrutivos;
  4. d) tipos e aplicações de manilhas;
  5. e) novas tecnologias que garantem a segurança no içamento de cargas;

Nesta fase esmiuçamos os conceitos normativos da NR-11 e de outras NR’s que impactam a movimentação de cargas. Nas atividades também abordamos as normas técnicas dos acessórios mais utilizados no içamento (lingas de corrente ou de cabo de aço, cintas têxteis, manilhas) e esclarecemos, através de exemplos práticos, como se deve fazer uma inspeção visual do acessório (que é obrigatória para qualquer içamento) e quem é a pessoa qualificada que está autorizada a fazer a inspeção completa periódica definida para os acessórios. Além de responder a questões fundamentais sobre a utilização desses acessórios, para que o içamento ocorra com segurança. Por exemplo: por que usar uma manilha curva ao invés da manilha reta em alguns içamentos? quando usar a manilha de pino roscado e quando se deve usar a manilha de pino, porca e contrapino?  quais são os pré-requisitos normativos para uma manilha? em quais içamentos são necessários utilizar a tecnologia de uma célula de carga?”, etc.

Na segunda fase da Jornada do Conhecimento é o momento dos participantes “botarem a mão na massa”. Os especialistas do Grupo Crosby conduzem uma mentoria online (e presencial, quando possível) estimulando os participantes a praticarem em suas atividades de içamento tudo que foi discutido na fase anterior do programa. Já na terceira fase o participante terá acesso à cereja do bolo: o curso Fundamentals do Grupo Crosby. Este curso engloba uma metodologia mundial de capacitação da Crosby que está consolidada há várias décadas e que já treinou centenas de milhares de profissionais em todo mundo.

johnny-foster(*) Johnny Forster é Engenheiro Eletricista, pós-graduado em Marketing e mestrando em Administração, possui vasta experiência na área industrial no Brasil e no exterior tendo participado da implantação de inúmeros projetos cujo foco era a Segurança do trabalhador. Atualmente está responsável pela gerência técnica e comercial da The CROSBY Group nas regiões Norte, Nordeste, Sul, Centro-Oeste e nos estados de MG e ES. Contatos para johnny.forster@thecrosbygroup.com .

(**) consulte-nos para saber as condições para sua empresa participar da Jornada do Conhecimento.

 

1 comentário em“SÓ A CAPACITAÇÃO GARANTIRÁ BOAS PRÁTICAS

  1. Texto muito bom . Bem elaborado.
    Os focos citados para combater os acidentes foi muito bem descrito.

    Parabéns

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